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19 DE NOVEMBRO DE 1993

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Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Onde é que eu já ouvi isto?

0 Orador: - É a diferença que separa uma postura de trabalho sério e realista para enfrentar as dificuldades, que é a nossa, da atitude daquelas para quem a demagogia não tem limites, a coerência pouco interessa e os princípios políticos, no Porto, apontam num sentido, mas em Lisboa, em Ponta Delgada ou no Corvo apontam em sentido contrário,...

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: -... ao sabor das conveniências do momento e das estratégias de ocasião.

Aplausos do PSD.

Esses, quando falam no interior do País, atacam o litoral, mas, quando a audiência é do litoral, são lestos a passar uma esponja sobre os problemas do interior;...

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - ... quando discursam no norte atacam o sul, mas, se a plateia é do sul, dizem nele repousar a sua prioridade; quando estão no continente, atacam as regiões autónomas, mas, quando as visitam, confessam-se apoiantes incondicionais das autonomias.

Aplausos do PSD.

Dir-se-ia, pelas suas atitudes, que fazem corar os cataventos.

Risos do PSD.

É a postura da ligeireza e da irresponsabilidades políticas, própria de quem faz tábua rasa dos princípios e da coerência; é o comportamento próprio de quem tudo subordina à voragem dos desígnios eleitorais;...

0 Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Olha quem fala!

0 Orador: - ... é o método habitual de quem só valoriza as coisas negativas, esquecendo-se que um povo só se mobiliza e um País só de transcende com uma estratégia positiva, que aposte na energia, na capacidade e nas potencialidades dos seus cidadãos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - Nós, claramente, não seguimos por aí. Acreditamos nos portugueses, não nos resignamos perante as dificuldades, queremos e vamos ganhar o futuro.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: 0 prestígio que Portugal adquiriu desde a sua adesão à Comunidade Europeia e a reputação que tem, como um País capaz de promover o desenvolvimento económico em paz civil e capaz de honrar os seus compromissos, são hoje um inalienável património nacional que não deve ser apenas defendido pelo Governo, mas por todos os agentes políticos.

Aplausos do PSD.

Portugal teria tudo a perder nesta fase de grandes transformações na Europa e no mundo e dê execução do seu plano de desenvolvimento de médio prazo, se trocássemos a via da normalidade governativa pela via dos conflitos artificiais, se sobrepusessemos os interesses pessoais ou partidários às verdadeiras questões nacionais.
É preciso contrapor às concepções decadentistas, ao culto masoquista das franquezas nacionais e à pequenez da intriga política, a vontade anímica de que já demos provas e uma fé inquebrantável na capacidade dos portugueses.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - Acredito na recuperação da economia nacional. Com estabilidade, seguramente que com muito esforço, mas sempre com uma ideia firme e positiva de Portugal, seremos capazes de ganhar os grandes desafios que temos pela frente nesta marcha irreversível para a modernidade.
A determinação com que enfrentamos as dificuldades é indissociável do realismo com que analisamos as condicionantes que envolvem a economia portuguesa.
Devemos ter presente que, no ano de 1994, continuarão ainda a fazer-se sentir em Portugal as incidências da mais grave crise económica internacional da segunda metade deste século.
A taxa de desemprego, no conjunto dos países comunitários, situa-se, hoje, perto dos 11,5 % e o número de desempregados eleva-se a cerca de 18 milhões de europeus, um valor jamais atingido, ao mesmo tempo que o produto interno, no espaço comunitário, apresenta um crescimento negativo de 0,5 %.
0 clima de incerteza e de insegurança generalizado só agora começa a ser contrariado por sinais dispersos de retoma económica. Mas a fragilidade desses sinais de recuperação da economia mundial recomenda a maior prudência na sua avaliação e aconselha um esforço sério e responsável de todos os agentes económicos e políticos para que a crise seja ultrapassada.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Sr. Ferro Rodrigues (PS): - É o farol!

0 Orador: - Apesar do sombrio quadro europeu em que nos inserimos, Portugal tem manifestado um comportamento que surpreende aqueles que, de forma isenta e objectiva, acompanham a evolução da nossa economia.
Nestes últimos anos, a situação económica nacional conseguiu amortecer o efeito recessivo que vem do exterior, contrariando o fenómeno de ampliação que era regra habitual na nossa relação com a economia internacional.

Vozes do PSD: - Muito bem!

0 Orador: - Só que, como afirmei, há um ano, nesta Câmara, "amortecer não significa inverter o sentido das perturbações externas. Somos uma pequena economia aberta e, por isso, nunca poderemos ser imunes às dificuldades internacionais". É esta uma verdade elementar que as oposições fingem ignorar ou só deficientemente percebem.

Aplausos do PSD.

0 comportamento da economia portuguesa no ano de 1993 tem reflectido, como previ, a nova relação e as interdependências que o nosso sistema produtivo desenvolveu