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21 DE OUTUBRO DE 1994 39

mas é preciso ter presente que e o Secretário-Geral de um partido que se chama Partido Socialista e, por mais manobras de diversão, por mais encenação e por mais retórica que o senhor e o seu partido façam, não conseguem esconder a ausência de linha de rumo que, neste momento, se verifica nessa força partidária.

Risos do PS.

Era bom que o senhor, como secretário-geral, esclarecesse se afinal vai ou não ceder às pressões e sugestões que lhe têm sido feitas para um «frentismo» de esquerda.

Protestos do PS.

O Sr. António Guterres (PS): - Não vou!

O Orador: - Aliás, não há muito tempo, um colega seu de bancada escrevia, de forma clara, que eslava a ser objecto de pressões inqualificáveis para esse «frentismo» de esquerda.
Também gostaria que esclarecesse se afinal vai prevalecer aquilo que o senhor defende às segundas, quartas, e sextas-feiras.

Risos do PS.

... que é a oposição responsável, ou as acções irresponsáveis, que outros defendem às terças, quintas e sábados.

Vozes do PS:- Ah!...

O Orador: - Se quer um exemplo, permita-me que lho dê já. Há dois dias, penso eu, a Juventude Socialista, terá ido falar com o Sr. Embaixador de Angola para receber acusações de racismo em relação à polícia portuguesa. Alguém nesta Sala imagina que um dia a juventude do partido socialista espanhol possa ir falar com o embaixador de Marrocos para perguntar se ele tem casos de racismo contra a polícia espanhola?

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Ou, então, que a juventude do Partido Socialista Francês vá apresentar casos de racismo ao Sr. Embaixador da Argélia?

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

Era bom que soubéssemos com que partido socialista estamos a falar, se é com aquele que defende a estabilidade política para Portugal ou se é com aquele que perfilha a ideia peregrina de que a maioria - essa regra de ouro da democracia representativa- é negativa para Portugal.
Sr. Deputado, aqui mesmo nesta Sala, ouvi-o dizer que, neste ano de dificuldades para Portugal, em resultado da maior crise económica internacional dos últimos 50 anos, chegaríamos aos 10% da inflação. Qual não será a desilusão de V. Ex.ª e dos seus Deputados quando agora recebem os números do desemprego em Portugal para o mês de Setembro e constatam - e eu desafio o Sr. Deputado a negar- que, entre Setembro de 1993 e Setembro de 1994, foram criados 35 000 novos postos de trabalho, em Portugal!

Risos do PS e do PCP.

Desafio o Sr. Deputado, porque foi no domínio em que entrou, a dizer, em primeiro lugar, que não disse que em Portugal os níveis de desemprego se iriam aproximar dos outros da Europa comunitária; em segundo lugar, se não é verdade que nos últimos 12 meses em Portugal, contrariamente ao que o senhor dizia, se criaram 35000 novos- repito, novos- postos de trabalho; em terceiro lugar, se não é também verdade...

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PS.

O Orador: - Mas se, há pouco, quando me fez as perguntas, não interrompi o Sr. Deputado, por que é que, agora, os senhores não me deixam responder?
Sr. Presidente, espero que desconte no tempo as interrupções que me são feitas
Desafio o Sr. Deputado a dizer se não é também verdade ter referido que, este ano, a inflação iria, com certeza, ultrapassar os 7 % ou 8 %.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Isso não é verdade!

O Orador: - E agora manifesta o seu desespero, a sua desilusão enorme por verificar que Portugal apresenta a taxa de inflação mais baixa dos últimos 25 anos, um dado fundamental para que tenha poder político na União Europeia e possa defender os seus próprios interesses!
Quanto a salários, Sr Deputado, V. Ex.ª sabe bem, porque sei que domina razoavelmente as questões de economia, que Portugal registou nos últimos 10 anos, e também mais recentemente,...

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Mais recentemente?!

O Orador: - ...ª maior taxa de crescimento dos salários de toda a Europa Comunitária, ou seja, um crescimento médio de mais de 3 %. O senhor sabe isso, e só por encenação é que pode dizer o contrário.

Aplausos do PSD.

Sr. Deputado, só lhe recordo mais um número, porque contrasta, flagrantemente, com aquilo que governos dirigidos por alguém do seu partido conseguiu no passado. Nós conseguimos,...

A Sr.ª Maria Julieta Sampaio (PS) - Quem?

O Orador: - Não gosto de mencionar o nome de quem não está nesta Sala.

A Sr.ª Maria Julieta Sampaio (PS)' - Mas deve!

O Orador: - Sr. Deputado, diga-me se é ou não verdade que, desde 1985 ate 1993, as pensões de reforma, em Portugal, daqueles que são uma prioridade, no passado, agora e no futuro, para o meu Governo, aumentaram 116 % em termos reais, enquanto que nos governos anteriores, como o senhor sabe, desceram e desceram acentuadamente.

Risos do PS e do PCP.

O Sr. Deputado falou em segurança. Ó Sr. Deputado, eu tenho a mesma preocupação que o senhor, no que toca à segurança em Portugal, mas não vou invocar as estatísticas portuguesas.
O Sr. Deputado sabe que há poucos dias foi publicado um relatório internacional do World Economic Fórum, em que são