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1568 I SÉRIE - NÚMERO 45

cão é compreensível. O senhor e o PS tudo fazem para tentar abafar um acontecimento significativo para os portugueses na impossibilidade de encontrar outros processos para obviarem o desmentido feito este fim-de-semana de tudo o que disseram até agora, nomeadamente que o PSD estaria descontente com o Governo, que provavelmente este congresso iria ser um festival de críticas ao Governo, que provavelmente não teríamos noção das responsabilidades nacionais na escolha de um sucessor. Enfim, tudo aquilo que disseram não obteve confirmação!
Por outro lado, como já ontem ficou patente aqui no debate a propósito da declaração do Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, os portugueses gostaram - e, se calhar, os senhores também - do que viram.
Na verdade, em 10 anos de Assembleia da República não me lembro de alguma vez termos tido um debate com esta força de intervenção da oposição a propósito quer dos congressos do PS quer dos congressos das outras forças políticas. Quer dizer, para nós é reconfortante que os senhores estejam preocupados com o que se passou no Congresso do PSD e que o aproveitem para uma outra coisa muito subtil que é lembrar algumas críticas.
O senhor está preocupado porque pensa o seguinte: «nós temos feito ao Governo um certo número de críticas, que, na verdade, não são apreendidas pelo País. Vamos lá a ver se, a propósito do Congresso do PSD, recordamos novamente que o País está a desindustrializar-se, que não há qualquer retoma, que o desemprego está a aumentar».
Contudo, cada vez que os senhores martelam nestas ideias isso não passa para a opinião pública e assim chegam a esta situação em que de facto o País é apenas aquilo que o senhor aqui trouxe. Ou seja, afinal quem está a pedir a dissolução? A CCP e os jovens empresários e provavelmente algumas outras entidades mais avulsas.
Com efeito, o PS, que nós julgávamos que privilegiasse sobretudo o Parlamento, porque é aqui que se pode exigir a sua dissolução, formando-se aqui uma vontade maioritária, dirige-se às corporações de interesses. Cada qual a puxar pelos seus interesses é, de facto, o referendário do Partido Socialista.
Sr. Deputado Ferro Rodrigues, nós estamos muito contentes que o vosso candidato a primeiro-ministro seja o Engenheiro António Guterres, mas deixem que façamos a nossa escolha.
Em relação ao PS, preferimos, de facto, o Engenheiro António Guterres!... Não pedimos que seja outro!... Não falamos, não desejamos nem indiciamos golpes de Estado internos que nos tragam outro candidato a primeiro-ministro e que alivie as nossas preocupações!... Não temos quaisquer preocupações e, em Outubro, o povo português dirá das suas preferências.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - É melhor do que o Nogueira!...

O Orador: - Sr. Deputado Ferro Rodrigues, nós, Deputados do PSD, congratulamo-nos com este congresso. E sabe porquê, Sr. Deputado? É que não tivemos o Professor Cavaco Silva a dizer, por interpostas pessoas, qual era o seu candidato favorito, como já aconteceu noutros partidos.
Por isso, Sr. Deputado, gostaria que reflectisse sobre o seguinte: o que se passou no Congresso do PSD a este propósito não será também uma lição para o Partido Socialista?
Na verdade, o Professor Cavaco Silva não disse quem deveria ser o seu sucessor, contrariamente ao que, de uma forma mais ou menos subtil, já aconteceu no Partido Socialista várias vezes.
Para finalizar, gostaria ainda de salientar que o Partido Social Democrata, no seu congresso, também acabou por dar uma lição às outras forças políticas.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Ferro Rodrigues. Para o efeito dispõe de dois minutos, cedidos pelo PSD.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Carp: Como durante o congresso foi um «barrosista» assumido, compreendo que tenha hoje de vir aqui tentar demonstrar maior convicção do que aquela que, provavelmente, estará a sentir.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - É o S. Paulo da Igreja!

O Orador: - Ouvi dizer que o novo presidente do PSD vai, na próxima terça-feira de Carnaval, responder no programa da RTP «Prova Oral». Esperemos que não seja apenas um baile de máscaras e que ele possa dizer alguma coisa suficientemente fundamentada, para o Sr. Deputado Rui Carp poder tirar uns apontamentos sobre a nova linha que aí está, o «nogueirismo»,...

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Aqui é que ele tem de vir.

O Orador: - ... e aprender com essa entrevista, para que, em próxima oportunidade, possa colocar questões. Digo isto porque, realmente, ele não me colocou qualquer questão, apenas se rendeu à evidência dos meus argumentos. Agradeço-lhe essa situação.
Sr. Deputado Rui Carp, como sabe, o parecer da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários é uma vergonha para o Governo e para aqueles que, tal como os Srs. Deputados Rui Carp e Carlos Pinto, deram o seu nome e a sua imagem àquelas inconcebíveis conclusões da Comissão de Inquérito Parlamentar para Apreciação do Processo de Privatização do Banco Totta & Açores, porque uma das coisas que o Dr. Costa Lima veio agora dizer foi que havia uma responsabilidade total, política, do Governo pela situação do Banco Totta & Açores, que foi o Governo quem criou os grandes impasses jurídicos e políticos, coisa que os senhores nunca quiseram que a comissão de inquérito assumisse embora entrasse pelos olhos de todos nós.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Rei Carp (PSD): - É boçal!

O Orador: - Quanto à história do boçal. Sr. Deputado, é por causa dessas e de outras que, depois, o senhor e outros amigos seus são acusados de serem sulistas e elitistas. Tenha cuidado com a linguagem!...
Eu conheço-o há muito tempo, sei que, realmente, não é essa a sua intenção, que é apenas um tique da linha de Cascais. Mas olhe que não lhe fica bem!...
Sr. Deputado Manuel Queiró, compreendo, olhando para o quadro electrónico, que o CDS-PP não dispõe de tempo e que, portanto, não pode fazer nenhuma declaração sobre a actual situação política. Agora o Sr. Deputado Manuel Queiró não pode fingir uma coisa que, obviamente, nin-