O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0 DE ABRIL DE 1995 2109

dizer que fez muito bem! Há pessoas na sua bancada que talvez o devessem ter feito, mas vão continuar a liderá-la e vou explicar-lhe por que razão o digo.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É que muitas dessas pessoas discutiram e criticaram com muito mais veemência do que V. Ex.ª, porventura - embora não dispusessem das mesmas fontes em que veicula as suas opiniões - , as nossas propostas, ,apelidando-as de irresponsáveis para, três semanas depois, aplaudirem o Dr. Nogueira quando regressou à bancada apresentando uma proposta praticamente idêntica à nossa.

Aplausos do PS.

Sr. Deputado Pacheco Pereira, deixe-me cumprimentá-lo pela sua atitude, mas dê-me igualmente o direito de tirar uma conclusão política. V. Ex.ª não é qualquer pessoa no PSD e tenho o direito de tirar conclusões políticas sobre a sua demissão e de dizer que - é a minha, Interpretação - foi sacrificado a uma estratégia eleitoralista em que não tinha lugar neste momento.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Ao Sr. Deputado Carlos Pinto, tenho a dizer que me pareceu ter lido a entrevista à última hora. Não vou acusar ninguém de lha ter passado, contudo, certamente não teve tempo de a ler ou leu-a em tempos e já não se recorda do seu conteúdo.
A referida entrevista contém muitíssimos aspectos e aponta para - o que temos feito - as causas profundas da situação da indústria portuguesa. Ao fazê-lo - V. Ex.ª sabe-o tão bem como eu - , foi sacrificado o aparelho produtivo industrial português, e não só, a uma política cega de escudo alto, de taxas de juro altas. Não vou repetir tudo o que temos dito, mas a verdade é que foi gizada uma política industrial na base de salários competitivos na Europa, ao tempo, em 1989, não se tendo previsto nem havido capacidade de introduzir as mudanças exigidas pelas novas condições económicas e sociais na Europa de Leste.
Por outro lado, tenho a dizer-lhe que ainda conseguimos arranjar 50 sábios em indústria e não estou a dizer que concorde com essa proposta, mas duvido que consigam juntar igual número porque o mais sábio de entre VV. Ex.ªs, nessa matéria, que é o Sr. Ministro Mira Amaral, mantém um silêncio sepulcral sobre as várias situações pontuais e & crise que atravessa a indústria portuguesa V. Ex.ª já imaginou um Ministro da Indústria e Energia que se demite totalmente de fazer um comentário que seja ao caso Renault...

O Sr. João Amaral (PCP): - Muito bem!

O Orador: - ... pelo facto de o Ministro do Comércio e Turismo ser o responsável pelo investimento estrangeiro? E não se trata de uma unidade industrial? E não estão em causa centenas de postos de trabalho? Então, o Sr. Ministro da Indústria e Energia diz a órgãos de comunicação social: «Nada tenho a ver com isso, é com o Ministro do Comércio»? O maior sábio que têm em matéria de indústria! Certamente ser-vos-ia muito difícil justificar nem que fossem cinco sábios sobre política industrial à volta de uma mesa, Sr. Deputado Carlos Pinto!
No que diz respeito aos resíduos, digo-lhe, clara e frontalmente, que é necessário dar-lhes um destino e têm que cá ficar. Sabe porquê? É que nós não podemos exportar os resíduos, tal como fazem a Alemanha ou a Suíça que os exportam para Portugal.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, nós, como temos que ficar com eles, precisamos encarar esta questão com diálogo. Mas, Sr. Deputado, duvido sinceramente da capacidade do Governo que o senhor apoia para iniciar e levar a bom termo esse diálogo!

Aplausos do PS.

O Sr. Caries Pinto (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Carlos Pinto (PSD): - Para, sob a forma de interpelação à Mesa, poder...

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Sr. Deputado, peço-lhe que interpele a Mesa.

O Sr. Carlos Pinto (PSD): - Sr. Presidente, não posso deixar de assinalar devidamente a forma «habilidosa» como o Sr. Deputado José Vera Jardim, a sua bancada e o PS passam por cima de temas fundamentais quando se inicia um debate sobre os problemas do País.
Quando se trata de trazer algumas polémicas de rua para o Parlamento, o Partido Socialista discute dessa forma a situação política nacional; quando entramos em discussões acerca de aspectos concretos em que, naturalmente, a acção governativa podia ser enriquecida, o Partido Socialista nada diz!
Eu trouxe o Sr. Deputado José Vera Jardim - foi por essa razão que pedi autorização à Mesa para lhe fazer chegar um documento - para o campo das realidades, designadamente das mais importantes, que têm a ver com o emprego e com o desemprego como é o caso da indústria e o Sr. Deputado José Vera Jardim traz-nos uma adaptação discursiva envergonhada daquilo que o porta-voz do Partido Socialista...

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Sr. Deputado, peço-lhe que conclua, pois está a interpelar o Partido Socialista e não a Mesa. Se, de facto, pretende que se proceda à distribuição do referido documento, faça chegá-lo à Mesa; se quer interpelar o Partido Socialista, deve inscrever-se para uma intervenção.

O Orador: - Como eu estava a dizer, o Sr. Deputado José Vera Jardim traz-nos uma tentativa de adaptação discursiva das asneiras do porta-voz do Partido Socialista para a indústria. Por exemplo, tala no caso da empresa Manuel Pereira Roldão & Filhos, Lda., esquecendo-se de que o porta-voz do PS para a indústria diz hoje num jornal diário que a fábrica não tem futuro. Em que ficamos?
Peço à Mesa que faça chegar ao Sr. Deputado cópia desta notícia para que possa entender-se com o porta-voz do Partido Socialista para a indústria até porque, dessa forma, o País não se entende sobre a política industrial do Partido Socialista.

Aplausos do PSD.