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27 DE FEVEREIRO DE 1997 1587

O Orador: - O Grupo Parlamentar do Partido Socialista até agendou, então, para a semana seguinte, no Plenário da Assembleia da República, um debate de urgência sobre a mesma questão.
Era a triste realidade dos avanços e recuos desta «governação espinhosa». O PS teve, ao longo desta legislatura, sempre, infelizmente, a mesma postura: «entradas de leão», com as suas promessas e anúncios, e «saídas de sendeiro», com a sua incompetência e falta de iniciativa.

Protestos do PS.

O debate de urgência, então requerido pelo PS, não se realizou. A JSD, nesse dia, teve a oportunidade de apresentar, nesta Câmara, as suas propostas de combate ao desemprego jovem e de integração de jovens na vida activa.

O Sr. Paulo Neves (PS): - Requentadas!

O Orador: - Tivemos aí a oportunidade, uma vez mais, de alertar o Governo, de nos insurgirmos contra a inacção, a incompetência e o laxismo do Partido Socialista nesta matéria.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Finalmente, o Partido Socialista agendou esta questão para Plenário da Assembleia da República,...

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Mais vale tarde do que nunca!

O Orador: - ... para dizer rigorosamente nada, como aquilo que ouvimos aqui do Sr. Deputado Paulo Neves e também da Sr.ª Ministra para a Qualificação e o Emprego.

O Sr. Paulo Neves (PS): - As verdades doem!

O Orador: - Mas fiquei com a ideia, parece-me, que nos tinham ouvido, que tinham ouvido o PSD e a JSD nesta matéria. E parece também que o Sr. Primeiro-Ministro tinha conseguido dirimir os conflitos internos, que vieram a público, entre vários membros do Governo, no sentido de se saber qual deles ocuparia o tão desejado «palco» da discussão de hoje.
Mais um triste episódio que nos leva a crer que, infelizmente, para o Governo socialista o desemprego jovem não é, em primeiro lugar, um preocupante flagelo social mas, sim, a procura de protagonismo individual dentro do próprio Governo.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.ª e Srs. Deputados: Traz-nos hoje aqui, finalmente, o Governo, volvido um ano e meio do seu mandato, as suas propostas para a integração de jovens na vida activa.
Ao que conseguimos apurar, através da comunicação social, sobre as referidas propostas, temos de afirmar com veemência e convicção que elas vêm tarde e são uma desilusão. Repito: vêm tarde e são uma desilusão.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Tarde, porque só surgem quase na metade do mandato do Governo socialista; desilusão, porque os jovens desempregados deste País precisam de mais e melhor.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as, e Srs. Deputados: Reconhecemos, no entanto, o esforço financeiro que é anunciado pelo Governo. Mas este esforço financeiro deveria ir noutro caminho e não no que VV. Ex.as apresentam.
Reafirmamos, uma vez mais, que o combate ao desemprego jovem faz-se através da adopção de medidas sustentadas e permanentes que promovam o investimento, revitalizem as empresas já existentes, sem qualquer discriminação, e promovam o aparecimento de outras novas; faz-se através do apoio às iniciativas lançadas pelos próprios jovens para criar novos empregos, do reforço da confiança entre empregador e empregado e de formação profissional adequada, valorizando os novos recursos humanos. Mas, infelizmente, nada disto é hoje apresentado pelo Governo.
As propostas do Governo são sempre anunciadas com pompa e circunstância, como mandam os manuais publicitários que VV. Ex.as tanto se preocupam em ler, mas são uma desilusão para a juventude portuguesa.
Pasme-se! Estas novas propostas implicam, como não podia deixar de ser, mais uma comissão de acompanhamento e ainda uma viagem à Internet. Como se os jovens desempregados portugueses tivessem fácil acesso a estas viagens ao novos mundos da informação!
Como tão longe está o Governo socialista da verdadeira realidade social do País!
A questão que, hoje, nos é aqui apresentada não é uma questão de alguns mas, sim, de todos os portugueses. Pode o Governo do Partido Socialista contar com a colaboração do PSD nesta matéria, porque a nossa preocupação também é a vossa preocupação.
Termino fazendo sinceros votos para que a Sr.ª Ministra para a Qualificação e o Emprego, através da sua acção, consiga reduzir o desemprego em Portugal e corrigir as suas políticas e que, em 1999, seja reconhecida como Ministra do emprego e não como a Ministra do desemprego deste final de século.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Cendal.

O Sr. Afonso Cendal (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Hermínio Loureiro, essa de estas medidas virem tarde um ano e meio até tem graça! Percebo a sua preocupação. De facto, o estado em que o PSD deixou o País, nesta e noutras matérias,...

Vozes do PS: - Muito bem!

Vozes do PSD: - Uma desgraça! Uma desgraça!

O Orador: - ... exige medidas rápidas, mas algumas já foram tomadas e outras estão na calha.
Mas se estas medidas, no seu entender, chegaram atrasadas um ano e meio, então, que dizer daquelas que o Sr. Deputado nos apresentou como vossas! Chegaram, no mínimo, 10 ou 11 anos e 6 meses atrasadas!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Essas, sim, estão atrasadas! A não ser que o Sr. Deputado também seja um defensor da velha máxima colha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço»!

Vozes do PS: - Muito bem! Bem lembrado!

O Orador: - O Sr. Deputado tez aí uma grande confusão em termos de números. Depois, se tiver oportunida-