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1588 I SÉRIE - NÚMERO 44

de, hei-de explicar-lhe ou oferecer-lhe uma máquina de calcular, porque isto das percentagens baralha. Isto é assim: a taxa de desemprego jovem foi, em 1992, 10,1%; em 1993, 12,7%; em 1994, 14,7%; em 1995, 16,2% e, entretanto, os senhores saíram do Governo.

O Sr. João Carlos da Silva (PS): - Graças a Deus!

O Orador: - Se não, não sei onde é que isto iria parar!
Em termos comparativos, em períodos homólogos, ou seja, comparando o último trimestre de 1995 com o último trimestre de 1996, houve um decréscimo de 0,4% do desemprego jovem. De uma taxa de 17,1 % desceu-se para 16,7%. Estes é que são os números!
Mas este decréscimo de 0,4% não nos deixa satisfeitos, porque ainda há grande desemprego jovem. No entanto, é uma forma de avaliar aquilo que este Governo já fez no que se refere às suas propostas. E a leitura é clara: este Governo vai no bom caminho e isso deixa-nos satisfeitos,...

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - ... mas é preciso mais, e a Sr.ª Ministra ainda hoje, aqui, expôs aquilo que vai ser feito.
Portanto, gostaria de perguntar-lhe o seguinte: o Sr. Deputado concorda com as medidas avulsas que propõe ou considera que essa matéria merece políticas integradas, como aquelas que estão a ser desenvolvidas? Considera que se trata de um problema conjuntural ou de um problema estrutural grave, que exige o envolvimento de todos os parceiros sociais, como está a ser feito? Acha que a aposta deve ser, como está a ser, a da valorização técnica e profissional dos jovens ou deve ser apenas uma preocupação de encaixe «à picareta financeira» dos jovens nas empresas? Ou seja, as empresas devem contratar jovens pelo seu valor e pela valia que têm para a actividade produtiva ou devem contratar jovens para baixar os custos e porque o Estado lhes paga para isso?

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, o Grupo Parlamentar do PS. beneficiou de dois minutos que lhe foram concedidos pelo partido de Os Verdes.
Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Hermínio Loureiro.

O Sr. Hermínio Loureiro (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Afonso Candal, já uma vez disse aqui, nesta Câmara, que ouvir os Deputados do Partido Socialista a falarem da pesada herança já era natural. Já estamos habituados a ouvimo-los ao longo deste tempo. Agora, efectivamente, fico muito preocupado quando os Deputados da Juventude Socialista, e muito concretamente o Sr. Deputado Afonso Candal, também só falam na pesada herança!
Sr. Deputado Afonso Candal, quando, em 1999, falar nesta Câmara sobre o problema do desemprego, sobre o problema da educação ou sobre qualquer outro problema ainda há-de estar a falar da pesada herança!

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PS.

O Orador: - O Sr. Deputado Afonso Candal, assim como o Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira - que, normalmente, está sempre muito entusiasmado nesta matéria -, têm é de se preocupar com o futuro dos portugueses e com o tempo que ainda têm para governar e não com o que passou! Preocupem-se em apresentar medidas que, efectivamente, venham de encontro ao problema dos portugueses, não estejam preocupados com a pesada herança! Olhem que quem começou a falar da pesada herança e dos buracos do governo anterior arrependeu-se e nunca mais tornou a falar disso!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Também já é altura de os Srs. Deputados do Partido Socialista acabarem com essa brincadeira da pesada herança.
Agora, Sr. Deputado, aquilo que queria saber era o seguinte: o Sr. Deputado já perguntou à Sr.ª Ministra para a Qualificação e o Emprego se ela já conseguiu captar novamente a confiança dos empresários portugueses?

Vozes do PS: - Já, sim senhor!

O Orador: - O Sr. Deputado não se lembra que, nesta Câmara, a Sr.ª Ministra para a Qualificação e o Emprego revogou retroactivamente um decreto-lei? Pois isso causou grande instabilidade no mercado, em Portugal, e os empresários deixaram de acreditar nos vossos programas!

O Sr. João Carlos da Silva (PS): - Isso é falso!

O Orador: - Sr. Deputado, preocupe-se com isso e não com a pesada herança!
Sr. Deputado Afonso Candal, sabe o que é que esta tão propalada e tão publicitada política nacional de estágios vai fazer? Vai atrasar a resolução do problema! Daqui a nove meses, se calhar, estamos aqui a falar da mesma coisa! Sabe porquê? Porque a Sr.ª Ministra vai agora arranjar estágios, tentando reduzir o desemprego, que se calhar não reduz, e, depois, daqui a nove meses, está toda a gente novamente no desemprego.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, terminou o seu tempo.

O Orador: - Sr. Deputado, o que quero que o Governo do Partido Socialista apresente nesta Câmara são políticas estruturais e é isso que o Governo do Partido Socialista não tem feito.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o SP. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não podemos começar este debate sem lamentar, desde logo, o seu anterior adiamento.
Não esperávamos novidades relevantes sobre o problema do desemprego jovem em Portugal, para além do que tem sido a recauchutagem dos programas do cavaquismo.

Vozes do PCP: - Exactamente!