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146 I SÉRIE - NÚMERO 4

é tecnicamente uma interpelação, tem a palavra; se não é, peço-lhe o favor especial de não forçar a nota, de me obrigar a não respeitar as minhas próprias palavras.
Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. José Junqueiro ( PS): - Sr. Presidente, a interpelação que quero fazer é uma verdadeira interpelação na justa medida em que contribui para o bom andamento dos trabalhos.
Queria informar o seguinte: não é verdade que o Sr. Ministro do Equipamento se negue a vir à Comissão...

Vozes do CDS-PP e do PSD: - É verdade, sim, senhor!

O Orador: - Isso é rigorosamente mentira, Sr. Presidente. Em nome da verdade, quero dizer aqui ao Sr. Deputado Artur Torres Pereira que deveria ter feito considerações na obediência estrita à verdade dos factos. Aquilo que é verdade é que o Sr. Ministro ainda agora se disponibilizou para vir aqui na sexta-feira...

Vozes do PSD: - Agora! Agora!

O Orador: - E o PSD, que alegou estar impreparado para esse debate com o Sr. Ministro, pediu que fosse adiada de imediato a vinda do Sr. Ministro do Equipamento. Essa é que é a verdade!

Aplausos do PSD.

Vozes do PSD: - Ao fim de oito meses de silêncio!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, chegámos ao fim do nosso debate e chegámos ao fim das interpelações, que quase todas o não foram.
Há três pedidos de palavra para defesa da honra e consideração pessoal. Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques ( PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro, de facto, o seu estilo ofende-nos, e de forma persistente. Mas o Sr. Secretário de Estado tomou o balanço e também quis fazer o seu gesto de ofensa com as suas palavras...
Sr. Secretário de Estado, dou-lhe um conselho já de veterano: não perca o humor nos momentos difíceis - que vai ter, e muitos! E, dentro dessa filosofia do humor, serei até tentado a perguntar-lhe: agora já não vem de burro para Lisboa? O trânsito melhorou, com certeza, em consequência da governação socialista!... Vem de Ferrari, decerto!

Risos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Ministro, é claro que, há pouco, quando disse «Tribunal Constitucional» queria dizer «Tribunal de Contas». O Tribunal de Contas, que esteve em estado de alerta permanente durante anos e agora, face à governação socialista entrou num período de hibernação, de silêncio permanente, visto que a obra que o Sr. Ministro mandou executar, e que está a ser executada, é clandestina, não respeita os termos legais que deviam ser respeitados!
Mas, Sr. Ministro, o problema mais grave de todos é o estilo...

O Sr. Osvaldo de Castro ( PS): - O Sr. Deputado não conhece a lei! Não sabe do que está a falar! Isso é um disparate!

O Orador: - Há-de dizer-me porque é que é um disparate! Tome a palavra e diga porquê! Tem uma óptima oportunidade para exercer o seu munus parlamentar!

Risos do PSD.

Sr. Ministro, o pior de tudo não é a escassez orçamental; o pior de tudo não é a escassez de meios; o pior de tudo é a incapacidade de afrontar com clareza as situações! O Sr. Ministro refugia-se numa ironia que, no uso que dela faz, nos ofende gravemente - queria dizer-lhe isto com toda a franqueza e cara a cara -, ofende-nos gravemente!
Quando o Sr. Ministro descobre que um dos factores da eventual decisão quanto à localização do futuro aeroporto internacional poderá decorrer desta indignação popular, o Sr. Ministro ofende-nos - digo-lhe com toda a franqueza! O tipo da sua argumentação é inaceitável face a uma câmara parlamentar!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Ministro tem de ouvir isto! O Sr. Ministro estava no mundo das facilidades quando era oposição. Passou a ser Ministro e descobriu que lhe escasseavam os meios, e decide que quem tem de pagar o défice é a Região do Oeste!

O Sr. Luís Filipe Madeira ( PS): - Não é do Oeste! É do «Far West»!

O Orador: - Isso é um acto discriminatório insuportável, Sr. Ministro! Isso é inaceitável, não só pelos cidadãos como pelos Deputados, Sr. Ministro!
Sr. Ministro, sugeria-lhe que fosse mais modesto na sua atitude. Sugeria-lhe que não usasse da arrogância em que é perdulário. À falta de argumentos, o Sr. Ministro usa e abusa desse estilo, que é insuportável em qualquer relação, nomeadamente na relação parlamentar.

O Sr. Presidente: - Agradeço que termine, Sr. Deputado.

O Orador: - Vou acabar, Sr. Presidente, e faço-o dirigindo uma palavra aos meus colegas socialistas do distrito de Leiria, que fizeram, durante a campanha eleitoral, uma «venda de facilidades». O seu cabeça de lista, o Sr. Deputado Henrique Neto, prometeu «mundos e fundos» e criou o comboio do descontentamento dizendo que a linha do Oeste devia ser modernizada - pois devia, todos nós o sabemos! -, que as estradas deviam ser melhoradas - pois deviam, todos nós o sabemos. No entanto, são eles agora os primeiros a virem defender o indefensável.
O que me surpreende, Sr. Presidente, é que os Deputados socialistas do distrito de Leiria, depois de terem tido a ousadia de nos considerarem Deputados de segunda, se tenham remetido a uma situação de subserviência que me parece inaceitável, essa sim digna de indignação.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, assim como vos pedi que não desvirtuassem a figura da interpelação e vos