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12 DEºFEVEREIRO DE 1998 1307

de reacreditação, a ser feito a qualquer momento conveniente para Portugal.
Afinal tínhamos um mons parturiens: a montanha parira um rato! Ao contrário do que esperava o PSD, mal o COI conheceu os esforços de Portugal para romper com o passado e edificar um laboratório fiável, não só elogiou os esforços do País como se dispôs a enviar o teste de reacreditação que não tinha sido feito. Romper com o passado é a expressão exacta do que é necessário e do que está a ser feito.
É que, numa campanha de intoxicação da opinião pública, o PSD andou a dizer que o que era preciso era, pelo contrário, e voltou hoje aqui a dizê-lo, manter as estruturas do passado e repor o pessoal indicado no tempo do PSD, para que não ocorressem casos como os que. se repetiram de análises positivas no Laboratório de Lisboa cujas contra-análises deram negativas, nos casos dos futebolistas Sanchez, Pedro Emanuel, Paulo Sousa, para só falar nos mais conhecidos.
Só que todas estas análises ocorreram em inícios de 1997, exactamente quando o LADB se mantinha tal qual o deixou o PSD! A equipa do PSD só saiu em Novembro de 1997 e isso talvez tenha sido um erro do Governo. Foi a equipa do PSD que não fez o teste que iria permitir a reacreditação do LADB no COI. Mais, vergonha, vergonha para o País foi a análise positiva à atleta inglesa Diane Modhal, dada como dopada pelo LADB em 1994 e que veio a vencer todos os recursos tanto na Federação Britânica de Atletismo como na Federação Internacional de Atletismo.
Meu queridíssimo amigo, Deputado Domingos Gomes, e Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, deixem-me dizer-lhes que não nos devemos ajoelhar, nem autoflagelar pela nossa condição de portugueses, considerando que somos menos que os outros, mas também não nos temos de pensar maiores que os outros e esconder os factos das realidades só para dizermos que somos maiores que os outros ou que não somos menos que os outros! Nem subserviência nem nacionalismo a cheirar a xenofobia.
O que se passou no Laboratório de Lisboa, passou-se, como disse, e não podia ser de outra forma. O Laboratório funcionava no Instituto de Medicina Legal; não havia confidencial idade; toda a gente tinha a chave dos gabinetes; funcionários permaneciam fora das horas de serviço nas instalações e levavam as chaves para casa, toda a gente conhecia os pedidos de controlo que chegavam ao fax da secretaria. Era um caos!

Vozes do PS: - Uma vergonha!

O Orador: - E o pessoal? Quase todos os funcionários eram do Instituto de Medicina Legal e, dos oito técnicos, seis estavam a tempo parcial.
Como poderia ser fiável um laboratório nestas condições, .montado pelo PSD e que foi, para o Governo do PS, mais uma pesada herança do passado? Mais uma a juntar à dívida fiscal das empresas e dos clubes, à Autodril, à Casa do Douro...

Risos do PSD.

Quando, em Maio de 1997, altura em que o LADB ainda estava acreditado pelo Comité Olímpico Internacional, a Professora Doutora Arminda Alves, da Faculdade
de Engenharia do Porto, detectou a situação calamitosa em que vivia o laboratório, o Governo percebeu que os esforços produzidos para intensificar o controlo antidoping estavam armadilhados pela inadmissível incapacidade do laboratório deixado pelo PSD.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Muito bem!

O Orador: - Personalidades do PSD têm vindo agora a falar de «varrer» os responsáveis. Não precisam incomodar-se, porque os responsáveis foram «varridos» para utilizar a elegante expressão de alguém... - desde Novembro deste ano. Mas, contraditoriamente, outros responsáveis do PSD vêm dizer que é preciso repor os que foram depostos. Ou seja, tendo sido depostos os responsáveis pelo estado de coisas, indicados pelo PSD, o PSD quer que sejam repostos os depostos, o que, voltando à linguagem «valentínica», significa voltar a pôr no lugar em que estava aquilo que foi «varrido».
Talvez por se aperceber da incapacidade do laboratório, o PSD, que vem agora falar de preocupação com a dopagem, fez descer o total de controlos de 2052, em 1994, para 1760, em 1995, enquanto o PS os fez subir para 2097, em 1996, e para 2272, em, 1997.
Quem tem, afinal, preocupação com a dopagem? O PSD, que fez descer o total de controlos e deixou um laboratório nas condições que o País conhece, ou o Governo actual, que fez subir o total dos controlos em todos os itens e procede à reestruturação de um laboratório que, como os factos provaram, não tinha fiabilidade?
Como afirmou a citada Professora Doutora Arminda Alves, «a ideia de que o laboratório é um dos 23 melhores laboratórios do mundo, mensagem só curiosamente veiculada pelos meios desportivos, depois das insuficiências que ali detectei, não corresponde minimamente à realidade».
Não nos interessam fachadas, nem nos interessam lobbies para convencer o Comité Olímpico Internacional a dar credibilidade a um laboratório sem fiabilidade. Interessa-nos fazer um laboratório que funcione com rigor e que, por isso, prestigie o País. E o que acontecerá com o figurino agora incrementado, sob a direcção dos Professores Doutores Lesseps dos Reys e De Boer, e que vai em breve ser acreditado inteiramente pelo Comité Olímpico Internacional.
Mas o LADB fará o teste de acreditação quando tiver condições para o fazer. Nós somos contra os procedimentos de fachada. O que nos interessa é a luta contra o doping.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Pará uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Castro de Almeida, beneficiando de dois minutos cedidos pelo Grupo Parlamentar de Os Verdes.

O Sr. Castro de Almeida (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Este debate serviu bem os objectivos que o PSD se propôs, atribuir-lhe.
Infelizmente, verificámos que o Governo não está empenhado em resolver o problema que criou nem dispõe de uma estratégia de saída para o problema em que se