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Vozes do PS: - Não apoiado!

O Orador: - Mas há uma razão ainda mais impor
tante para que isto tudo aconteça. Ao' decidir não gover
nar, ao decidir meter na gaveta as 'reformas que prome
teu, o Primeiro-Ministro tornou inevitável o « jobs for the
boysn. Esta é que é a razão de fundo no pláno político:
um Governo sem perspectivas de mudança, sem um pro
jecto nacional que não seja perpetuar-se, inevitavelmente
não serve para outra coisa do que para o proveito próprio
do PS e dos socialistas. Há uma directa correlação entre
a inexistência de reformas e de acção governativa e o
verdadeiro escândalo do empreguismo partidário que se
torna assim quase que a substância única da permanência
do Partido Socialista no poder.
Se houvesse reformas, se houvesse vontade de mudar, se houvesse vontade de melhorar o Estado e o estado de Portugal, com certeza que o Primeiro-Ministro seria muito mais cuidadoso com as escolhas para a administração; com certeza que olharia, para além do cartão do Partido Socialista, para o mérito individual dos que apareceriam como absolutamente indispensáveis à' prossecução de políticas. Mas, como não há políticas, basta-lhe o emprego dos políticos. Como não há pensamento de Estado, bastalhe a fidelidade .dos socialistas áosempregos públicos.
É é assim que a nossa voz nunca nos doa para denunciar esta situação. '

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Pacheco Pereira, os Srs. Deputados Manuel Alegre è Acácio Barreiros.
Tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Alegre.

O Sr. Manuel Alegre (PS): ,- ,Sr. Presidente, Sr. Deputado Pacheco Pereira, já tinha saudades de o ouvir, pelo que saúdo a sua volta ao Parlamento, porque as suas intervenções têm sempre o condão de animar o debate parlamentar.
É difícil não estar de acordo com a filòsofiade' fundo que subjaz à sua intervenção, mas o Sr. Deputado, no balanço que fez, esqueceu-se de-sublinhar devidamente um dos períodos mais negros do clientelismo em Portugal: os 10 anos do Governo do PSD, em, que o PSD pôs o Estado ao seu serviço e em .que era preciso um cartão laranja para conseguir emprego público em Portugal.

Aplausos do PS.

Por isso, Sr. Deputado' Pacheco Pereira, saúdo o seu regresso, mas lembro-lhe uma velha máxima portuguesa: «quem tem telhados de vidro, não deve andar à pedrada», porque corre o risco de que as pedras lhe venham a cair na cabeça...

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pacheco Pereira.

O Sr. Pacheco Pereira' (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel Alegre, agradeço as referências que.fez. à minha pessoa, mas a sua intervenção é a inteira confirmação de tudo o que eu disse da tribuna.
Um elemento do Partido Socialista dizer que o período actual é menos negro não significa deixar de dizer que

I SÉRIE-NÚMERO 50

é negro.ºMuito obrigado pela confirmação que deu às minhas palavras.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Acácio Barreiros.

O Sr. Acácio Barreiros (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Pacheco Pereira,. não sei se reparou, mas à medida que o senhor ia falando os membros da primeira fila da sua bancada iam corando cada vez mais.

Risos do PS.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - É daltónico!

O Orador: - Quero também felicitá-lo pelo facto de o voltar a ouvir, embora pense que lhe deram a palavra por ser, honra lhe seja, o único Deputado da bancada do. PSD que pode ainda falar sobre esta matéria...

Risos do PS.

O Sc. Deputado Pacheco Pereira, honra .lhe seja, mesmo no tempo do cavaquismo, foi o único, nessa bancada,, que denunciou a situação vergonhosa que 'se vivia na altura, enquanto outros se aproveitaram dessa situação e de que maneira! -, como está bem presente na opinião: dos portugueses.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado, embora reconhecendoIhe que vem fazendo, com seriedade, essa reflexão na vida política portuguesa, lamento que tenha dado à sua intervenção um certo estilo radical que não é justo; porque em toda a sua intervenção não fez justiça ao facto de ter sido este Governo que iniciou uma grande reforma através da apresentação e aprovação aqui, na Assembleia da República, de uma lei dos concursos. . ,

Vozes do PSD: - Que não cumprem!

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): Foi a ferros!

,,
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, agradeço que façam silêncio.

O Orador: - O Sr. Deputado Pacheco Pereira sabe que a. implementaçãò dessa lei é naturalmente demorada, è é demorada também porque não se quiseram fazer concúrsos,a fingir. ,

Protestos do PSD.

É verdade! A lei prevê concursos a sério!
Além do mais, estamos perante uma grande reforma que está a ser implementada, e não vale a pena atirar com números gerais porque, como sabe, pois reflecte seriamente sobre éste tema, muitas das nomeações a que se refere decorrem, naturalmente, 'do fim do tempo de serviço nas várias direcções da Administração Pública.
E, já que estamos a falar da Administração Pública, um outro reflexo desse clima' de favor que foi criado tinha a ver com os recibos verdes. E foi este Governo que, também na Administração Pública, acabou com essa.ver-