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3 DE ABRIL DE 1998 1883

último momento em que, neste país, existiu uma maioria absoluta. Isso significa que, felizmente, nessa matéria o CDS-PP não mudou, isto é, os senhores continuam a ter uma perspectiva muito crítica em relação ao período do «cavaquismo».

O Sr. Presidente: - Agradeço que termine, Sr. Deputado.

O Orador: - E a pergunta que lhe faço é a seguinte: mantendo o Partido Popular uma leitura tão crítica em relação ao «cavaquismo», considerando que ele foi tão negativo para o País, que não é aconselhável repetir, nos próximos tempos, a experiência de uma maioria absoluta, tendo em conta os erros graves cometidos no passado,...

O Sr. Presidente: - Peço-lhe que termine, Sr. Deputado, se faz favor.

O Orador: - ... gostaria de saber como concebe o esforço de autonomização estratégica do CDS-PP no contexto da direita portuguesa...

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Deputado.

O Orador: - e como é que reage face às especulações que têm vindo a desenvolver-se nos últimos tempos em relação a uma possível aliança entre o CDS-PP e o PSD.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Deputado.

O Orador: - Significa isso que o CDS-PP acha que o actual PSD...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, tem de terminar.

O Orador: - ... já renegou suficientemente o «cavaquismo» a ponto de estar agora disponível para estabelecer com ele uma aliança eleitoral,...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado...

O Orador: - ... ainda que essa aliança não tenha como finalidade última criar um ambiente de grande mobilização em tomo de uma política séria...

O Sr. Presidente: - Já vai em 5 minutos, Sr. Deputado.

O Orador: - ... mas antes impedir que o PS alcance uma maioria absoluta?
Não vão consegui-lo, certamente, com esse estado de espírito, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Luís Queiró, havendo mais um orador inscrito para pedir-lhe esclarecimentos, V.Ex.ª deseja responder já ou só após terem sido formuladas todas as perguntas?

O Sr. Luís Queiró (CDS-PP): - Respondo já, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então, tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Queiró (CDS-PP): - Sr. Presidente, é sempre difícil responder ao Sr. Deputado Francisco Assis, não pela razão que ele pensa, mas porque é tão torrencial aquilo que diz que chega a ser complicado acompanhar o seu caudal de palavras. Mas vou fazê-lo rapidamente, de acordo com os apontamentos que tomei.
Em primeiro lugar V. Ex.ª referiu que fizemos uma ruptura no plano programático. Sr. Deputado, nós também temos os nossos livrinhos! ... Eu vou mandar-lhe a nossa declaração de princípios, que é de 1974, e por ela ficará V. Ex.ª a saber que não fizemos qualquer ruptura, no plano programático, relativamente à democracia cristã. É verdade que hoje VV. Ex.as são quase um partido social-cristão, mas esse problema é vosso e dos Deputados que estão sentados na parte de trás dessa bancada.
Quero também dizer-lhe que, relativamente à questão europeia, as nossas preocupações e os nossos valores mantêm-se rigorosamente inalterados. E vou enunciar-lhe, rapidamente, quais são esses valores, que se definem numa única expressão: a defesa do interesse nacional e a defesa do aumento do nível do bem-estar dos portugueses. E isso não mudou!
Sr. Deputado, não fechamos os olhos à evolução da sociedade e sabemos que, hoje, a defesa desses valores, a defesa do interesse nacional de Portugal se faz, sobretudo, tendo uma posição clara na recusa do modelo de federalismo institucional, por um lado, e, por outro, através do controlo democrático do Governo económico da União. Sr. Deputado, não é por não andarmos a falar todos os dias na questão de Olivença que somos hoje menos patrióticos.
Quero também referir-me à orientação estratégica do meu partido para as próximas eleições legislativas e àquilo a que o senhor chamou de «Aliança Democrática», um fantasma que anda a povoar muito mais a vossa imaginação do que a nossa.
Sr. Deputado, relativamente a estarem sempre a dizer que a antiga «Aliança Democrática» é que era boa - e ainda ontem o ouvi da boca do Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro, António José Seguro peço imensa desculpa, mas ninguém lamenta mais do que nós que Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa não estejam cá para agradecer-vos esse desvelo.
Mas queria acrescentar, Sr. Deputado, relativamente às nossas preocupações nessa matéria, que o senhor ouviu, tão bem quanto eu, o que ficou definido no nosso congresso. Iremos discutir a política de alianças na altura própria, quando se aproximarem as eleições. Sempre assim fizemos, mas agora com a novidade de devolver a palavra aos militantes do partido permitindo a globalidade de estes ditarem a posição a tomar.
Quero ainda dizer-lhe, Sr. Deputado, no que toca às reformas, que o Partido Socialista dispôs, nos três anos desta legislatura, e sobretudo neste último, de uma janela de oportunidades que nunca mais tornará a ter. Os senhores têm um ciclo económico em crescimento que vai até 1999, que - é o que diz o último relatório da OCDE - não souberam aproveitar. Têm agora um ano e meio para fazê-lo! É agora ou nunca! E os senhores vão ter-nos aqui todos os dias a lembrar-lhes isso.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Mendes.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Luís Queiró: Começo,