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2016 I SÉRIE - NÚMERO 60

dência, com um voto a mais do mínimo exigido para não se demitir!
Por outro lado, o recuo foi consumado quando o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa foi forçado a esquecer a outra componente da exigência, que era ter no Conselho Nacional um nível de apoio idêntico àquele com que a sua moção foi aprovada, porque, de facto, ele tem aí a menor maioria possível, ele tem um pálido voto de vantagem no Conselho Nacional. Podemos dizer que essa é «uma batata quente» que ficou agora na mão do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa mas com menos condições do que o que tinha antes. Assim, a minha pergunta é esta: Sr. Deputado Luís Marques Mendes, como apoiante do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, acha que tem alguma razão para se congratular?
A outra questão foi-me sugerida por algo que já foi aqui dito e sublinhado por V. Ex.ª. Recentemente, constatámos que o PSD considerava que ser de direita era um qualificativo negativo, era um qualificativo desprimoroso. Verificámos, afinal, que o problema do PSD é de má consciência: não se aceita como aquilo que é, isto é, um partido de direita! Agora, percebemos por que é que têm essa tendência de saltitar: bate primeiro à porta da Internacional Socialista, peregrina depois por alguns grupos europeus, ancora-se agora, para já, na Democracia Cristã! A pergunta que me sugere este problema é a seguinte: então, mas se ser de direita, se ser reaccionário é um defeito para o PSD, por que perverso masoquismo político VV. Ex.as vão procurar alternativar-se com um partido confessadamente de direita, que não tem complexos em ser de direita e aceita aquilo que parece e que é? Como é que combinam esta dicotomia?
Por último, uma referência muito passageira perante algo em que os senhores têm insistido, ou seja, de que o PS não governa, de que o futuro é negro. Os vaticínios de VV. Ex.as, de 1995 até hoje, têm, desde já, um denominador comum: nenhum se cumpre!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, faça favor de terminar.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente.
Dado que VV. Ex.as consideram ser um defeito básico a ausência de reformas estruturais, apenas lembramos a VV. Ex.as que já foi com essa «música» que romperam o Bloco Central, mas foram depois para o poder durante 10 anos, oito dos quais com maioria absoluta, e durante esses 10 anos esqueceram-se das reformas estruturais. Logo que estiveram em condições, não as realizaram, mas exigem-nas agora ao PS. Acha que é política e eticamente sustentável exigir aos outros aquilo que foram incapazes de fazer durante 10 anos?

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o entusiasmo é grande, mesmo antes de eu começar a falar! Muito obrigado!

Risos do CDS-PP.

Com uma invulgar falta de seriedade e rigor, o Dr. Luís Marques Mendes trouxe a esta Câmara um conjunto de insinuações aleivosas e descabeladas suspeições. Espero que estes assuntos da área económica, onde o Dr. Luís Marques Mendes se mexe manifestamente de forma ainda mais desajeitada do que o habitual, e sobre os quais a informação de que disponho é a de que foram feitos com a maior correcção, sejam devidamente analisados e não sejam esquecidos na Comissão de Economia, Finanças e Plano ou onde quer que sejam tratados. Estou perfeitamente certo de que, no que toca à Comissão de Economia, Finanças e Plano se verificará a correcção da actuação do Governo nestes domínios. Espero, mesmo, que não deixe cair estes assuntos, ao contrário das audições da Siemens, onde «a montanha pariu um rato» e há dois anos que as audições estão paradas! Estamos disponíveis, como já foi dito, para esclarecer estes assuntos na Comissão de Economia, no Plenário, onde quiserem. Temos a consciência tranquila!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - No fim, ficará claro que a estratégia energética do Governo é correcta, que a estratégia da política de privatizações é a adequada e que a estratégia de internacionalização é a correcta e é concretizada por políticos, por técnicos e por gestores de gabarito.
A Comissão de Economia, Finanças e Plano, Sr. Deputado Luís Marques Mendes, contrariamente ao que V. Ex.ª julga, tem as portas abertas para tratar destes assuntos. Se já lá foi o Dr. Luís Marques Guedes, V. Ex.ª também pode entrar!
Ora bem, o que é que procura o Dr. Luís Marques Mendes, com estes ataques descabelados às áreas económicas por parte de um partido de direita? Procura o eleitorado do lumpen, que bebe da demagogia, com uma política de direita e uma linguagem esquerdista. Isto porque, no meu entender, o líder que os senhores acabaram de eleger não é o herdeiro de Cavaco, nem sequer de Maquiavel; a inspiração bebe-a em César Bórgia! E só fala da forma que fala, porque sabe que nunca irá governar. E, aqui, o seu líder parlamentar segue a máxima «calunia, calunia, que sempre alguma coisa fica». Porque, neste domínio como noutros, mas aqui com particular gravidade, o vosso interesse não é esclarecer mas tentar confundir!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Mendes.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, nesta minha última intervenção, nesta tarde, queria começar por constatar o seguinte: cinco vice-presidentes da bancada a colocarem-me questões, mais a ajuda de um ministro, e os senhores conseguem esta coisa extraordinária - falar, falar, falar, falar sem dizer coisíssima nenhuma e, sobre as questões concretas, rigorosamente nada. É, de facto, mau demais para parecer verdade.

Aplausos do PSD.

Chega quase a meter dó! É mau demais para parecer verdade!
E, de facto, estiveram todos atentos, no passado fim-de-semana, ao que parece, ao nosso Congresso, mas a conclusão primeira que se tira é a de que continuam sem perceber e sem aprender nada. E, de facto, mau demais para parecer verdade!