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2012 I SÉRIE - NÚMERO 6O

casos, queira ter a amabilidade de comunicar ao Governo, à Câmara e ao País, até à data e à hora que a Sr.ª Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Plano marque para a reunião com o Sr. Ministro de Economia, quais são os outros casos relativamente aos quais pretende esclarecimentos, para que possa ter a resposta cabal, como é importante que tenha, para que tudo seja claro e transparente.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Luís Marques Mendes, tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Marques Mendes, como há pouco referiu, no início da sua intervenção, quase que foi impossível a um português, pelo menos aos que não têm acesso à TV Cabo, que quisesse ver televisão não de assistir ao Congresso do PSD.

Risos.

Por conseguinte, também tive de ouvir algumas passagens desse Congresso. E anotei que houve, de facto, um aspecto que esteve sempre no centro da discussão, a estratégia do poder. Isso esteve presente em todas as intervenções e em todos os debates que se fizeram: se era mais fácil aceder ao poder deste modo ou de outro; se era mais fácil ser já ou daqui a mais alguns meses; se era mais fácil ser sozinho ou acompanhado - bem ou mal, não faço apreciações desse género...
O que não ouvi foi uma discussão sobre estratégia de política alternativa. E. nesse aspecto, gostaria de colocar duas ou três questões. Isto é, se o PSD, depois do Congresso. aparece apenas como uma alternativa de poder ou como alternativa de política. Aí que se me suscitam as grandes dúvidas: quais são as alternativas de política? Qual é, por exemplo, a alternativa política definida pelo PSD para a educação?
Quando o PSD esteve no Governo criou a tese da taxa natural de desemprego e o actual Governo considera natural o desemprego. Há aí alguma alteração, alguma estratégia alternativa de política?
O PSD sempre referiu que era necessário precarizar o emprego para que a economia se desenvolvesse. Não vejo que haja grande diferença nessa matéria com o Governo actual, com a política actual, com a estratégia actual.
Há pouco, o Sr. Deputado referiu - e também foi referido no Congresso do PSD - a necessidade de aumentar o poder de compra dos reformados, VV. Ex.as, tirando o aumento havido em 1987, nos oito anos seguintes também não aumentaram o poder de compra dos reformados. É aí que reside a alternativa?!
A alternativa residirá, ao fim e ao cabo, para não dar mais exemplos, em medirem a vontade da governação pelos números de quilómetros de auto-estrada que cada um faz?! O governo que constrói 800 km é melhor do que aquele que promete construir 1000 km?! É esta a alternativa?!

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - É melhor o primeiro!

O orador: - O Sr. Deputado referiu, depois, a questão do poder económico, que aliás tem estado presente neste debate. Posso dizer-lhe que na altura em que o Sr. Deputado referiu os dois casos «cheirou-me a esturro». Aliás, cheirou-me a gás, mas o que não consegui cheirar foi aquele cheiro da Portucel,...

Risos do PCP.

... quando passamos pela fábrica, que é mais activo que o do gás.

Vozes do PS: - Mas também é gás!

O Orador: - De facto, na altura, não me tinha cheirado à Portucel, ou melhor à celulose, mas isto já está esclarecido.
Sr. Deputado Luís Marques Mendes, a questão central do PSD nesta matéria não é por a política global favorecer as grandes empresas, os grandes grupos económicos, porque esses os senhores também favoreceram. Será apenas por a política deste Governo favorecer mais uns grupos do que outros? Não será apenas por estes grupos não serem coincidentes com os outros grupos que terão sido eventualmente beneficiados antes, pelo seu governo?
Por último, o Sr. Deputado Luís Marques Mendes teve certamente um lapsus linguae na sua intervenção, quando disse que depois deste Congresso o Dr. Marcelo Rebelo de Sousa era o líder da oposição. Foi claramente um excesso, um lapsus linguae, pois não é certamente o líder da oposição. Não o foi até agora, nem o será! A oposição é muito mais vasta do que o PSD. Admito que tenha deixado de ser apenas o líder do PSD, que agora seja também o líder do PSD e do PP.

O Sr. Silvio Rui Cervan (CDS-PP): - Calma!

O Orador: - Será por isso que os Srs. Deputados do PP acharam por bem manter neste debate o prudente silêncio de Conrado?!

Aplausos do PCP.

O Sr. Sílvio Rui Cervan (CDS-PP): - Tenha calma, Sr. Deputado!

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Mendes.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Octávio Teixeira, o primeiro comentário que gostaria de fazer é relativamente à sua primeira afirmação, de que no fim-de-semana era difícil ver outro programa de televisão que não fosse o Congresso do PSD. Sr. Deputado, como é sabido, público e notório, hoje, as televisões funcionam, em grande medida, em função das audiências. Ora, isso só significa que o País queria, verdadeiramente, ouvir o que se passava no Congresso do PSD. Muito obrigado.

Aplausos do PSD.

O segundo comentário tem a ver com o espanto do Sr. Deputado quanto à ideia de alianças. Vindo em particular do Sr. Deputado, que tem ao seu lado um colega que é aliado de outro partido na Câmara Municipal de Lisboa, não percebo qual é o espanto de V. Ex.a!

Risos do PSD.