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512 I SÉRIE - NÚMERO 16 

Sr. Deputado, quanto à sua insinuação, pode ficar absolutamente tranquilo porque da minha parte o senhor raramente ouvirá, ontem, hoje e sempre, insinuações, mas ouvirá afirmações! Aquilo que disse há pouco, e repito, não é uma insinuação, é uma afirmação: o senhor comporta-se nesta Casa como um porta-voz de interesses, que não são interesses públicos.

Aplausos do PSD.

Protestos do PS, batendo com as mãos nas bancadas.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, não posso admitir batidas nas bancadas. Não é uma forma honesta nem correcta de se manifestarem. Essa, então, é menos do que qualquer outra. Peço desculpa, mas não podem nem têm o direito de bater nas bancadas.
Faça favor de continuar, Sr. Deputado Luís Marques Mendes.

O Orador: - Portanto, Sr. Deputado, está dito e repito: o senhor comporta-se, objectivamente, como alguém que defende interesses que não são os interesses públicos. Preocupe-se agora com esta parte.

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço-vos mais uma vez o favor de fazerem silêncio, no vosso próprio interesse!

O Orador: - Em segundo lugar, Sr. Deputado, não vou retribuir-lhe, na mesma moeda, os epítetos que aqui lançou relativamente ao líder do meu partido, mas vou dizer-lhe, com a elegância que o senhor não conseguiu ter, o seguinte: o líder do PSD apresentou documentos que não são falsos, apresentou documentos que são verdadeiros!

Vozes do PS: - Prove!

O Orador: - Se o senhor não consegue perceber isso, tenho muita dificuldade em acrescentar mais...

Protestos do PS.

Em terceiro lugar, o senhor já começou a recuar porque, agora, começou a dizer os documentos não provam». O senhor agora já não diz «os documentos são falsos», mas diz «os documentos não provam», porque, obviamente, eles são verdadeiros.
Mas o Sr. Deputado tem uma forma de, de uma vez por todas, mostrar que está ao lado da razão e, sobretudo, do interesse público: o senhor deve levantar-se e exigir, já que se conhece tudo em redor desta operação menos o preço, que é determinante para saber se houve favorecimento ou não, que seja apresentado o preço!

Protestos do PS.

Por que é que o senhor diz: «o preço não é este!»? 5r. Deputado, só se pode dizer, provando com verdade, que o preço não é aquele se o senhor apresentar, ao lado, o preço que considera verdadeiro. Mas como o senhor quer encobrir, ocultar, esconder, eu digo-lhe: o senhor não está a servir o interesse público, o senhor está a pactuar com outros interesses, o senhor está, objectivamente, a perder todo o respeito desta Câmara! Não tenha dúvidas disso de espécie alguma!

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Terminou o seu tempo, Sr. Deputado. Peço-lhe o favor de não continuar.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente.
Além dos documentos apresentados, gostaria que o Sr. Deputado me explicasse se também são falsas as declarações feitas ao semanário Expresso pela família Josapar, a confirmar o mesmo preço e até a acrescentar - questão que não tínhamos dito - que a venda tinha sido directa.
Enquanto o senhor não fizer isso, vai desculpar-me, mas serei directo e não terei de me preocupar com aquilo que o senhor diz.

Aplausos do PSD.

O Sr. Francisco de Assis (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Francisco de Assis, não vamos eternizar este debate com figuras sobrepostas e deturpadas. Só autorizo se for uma verdadeira interpelação, porque, depois, vem outro pedido de interpelação por parte do Sr. Deputado Luís Marques Mendes e nunca mais saímos daqui. Peço desculpa, mas não vou consentir essa situação. Ou é uma verdadeira interpelação ou permito-me interrompê-lo.
Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco de Assis (PS): - Sr. Presidente, é uma curtíssima interpelação, no sentido de, através do Sr. Presidente, lembrar ao Sr. Deputado Luís Marques Mendes que uma calúnia muitas vezes repetida não se transforma por isso mesmo numa verdade. E quando alguém calunia sem provar está apenas a fazer a demonstração clara da insuficiência do seu carácter no plano ético e no plano político.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, tal como eu previa, não foi uma interpelação!
Srs. Deputados, vamos passar à discussão do projecto de deliberação n.º 53/VII - Suspensão das reuniões plenárias da Assembleia da República entre os dias 28 de Outubro e, 6 de Novembro (PCP).
Para introduzir o debate, utilizando para o efeito 5 minutos, tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: No referendo do próximo dia 8 de Novembro os portugueses são chamados a pronunciarem-se sobre uma profunda reforma do Estado central da organização administrativa do País.
Assim sendo, um imperativo que se coloca a todos os que democraticamente se preocupam com a genuinidade da expressão da vontade popular e com o incremento da participação dos cidadãos na vida e decisão políticas é