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1892 I SÉRIE — NÚMERO 51

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador. — Alguém pode ficar indiferente aos protestos, cada vez mais audíveis, pelo clima de medo — sim, de medo! — que os comissários políticos do PS andam a lançar na administração pública?

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — Alguém pode ficar indiferente à má gestão das empresas públicas e à revolta que os portugueses sentem, por exemplo, ao pagar sempre mais caros, e cada vez mais caros, os telefones que usam ou a electricidade que consomem, e ao constatar os fabulosos lucros e os fabulosos negócios feitos pela Telecom ou pela EDP?

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — Alguém pode ficar indiferente à escalada, objectivamente constatada e divulgada pelas autoridades, da violência, da intranquilidade e da insegurança urbanas ou ao fracasso do combate ao tráfico de droga e à toxicodependência?
Alguém pode ficar indiferente ao escandaloso atraso que se verifica em todas as obras públicas em Portugal?

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — Será que alguém pode ficar indiferente à mentira que representou para os portugueses o não cumprimento das promessas que pelo PS lhes foram feitas em 1995 e que, hoje. três anos e meio volvidos, não só não foram cumpridas, e que se constata terem sido apenas conversa fiada, como já se percebeu — já todos perceberam, em Portugal! — que vão outra vez ser feitas na próxima campanha eleitoral, tentando, de novo, enganar os portugueses?

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador. — É por isso, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que propomos ao País uma Alternativa Democrática, consubstanciada num novo governo, numa nova política e numa diferente forma de fazer política.
A Alternativa Democrática não se destina a concorrer às eleições: ela c constituída para, realmente, disputá-las e ganhá-las, com regras, com respeito e com transparência.
Portugal não é uma coutada de alguns: é, sim, propriedade de todos.

Aplausos do PSD e de alguns Deputados do CDS-PP.

Portugal tem de ser um país confiante no futuro, não um pais adiado: Portugal tem de ter um governo que governe, não um Governo que empate, os portugueses merecem ver os seus problemas resolvidos, não os seus problemas adiados ou agravados!

Vozes do PSD:Muito bem!

O Sr. Rui Namorado (PS): — Merecem é um novo PSD!

O Orador: — Portugal e os portugueses merecem uma nova política: não a política do «vale tudo» e do «salve--se quem puder», não a política do deixa andar, ao sabor da imagem e da propaganda, não a política redonda, que tudo anestesia mas que a ninguém mobiliza. Portugal precisa de uma política de verdade, de um governo determinado, de um Primeiro-Ministro que dê a cara e tenha a coragem de assumir responsabilidades.
Portugal precisa de uma alternância e de uma alternativa.
É essa alternativa que propomos: democrática, social e nacional, mobilizadora e virada para o futuro, para ganhar e para mudar, com os portugueses e para os portugueses, acreditando que é possível fazer mais, muito mais, melhor, muito melhor, e diferente, muito diferente, por Portugal e por todos os portugueses!
E acima de tudo, Sr. Presidente e Srs. Deputados, acreditando em Portugal e lutando por Portugal.

Aplausos do PSD e de alguns Deputados do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, inscreveram-se os Srs. Deputados José Magalhães, Rui Marques e Octávio Teixeira.

Tem a palavra o Sr. Deputado José Magalhães.

O Sr. José Magalhães (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Artur Torres Pereira, gostaria de começar por felicitá-lo pelo facto de a direcção a que V. Ex.ª pertence ter visto confirmada e legitimada, em congresso que, para o efeito, convocou, uma linha que é aquela a partir da qual, agora, está amarrada, carregando-a como uma cruz até às eleições para o Parlamento Europeu e, depois, para as eleições legislativas. Depois, VV. Ex.ªs terão de «arrumar a casa». V. Ex.a nada nos disse sobre as condições especificas em que tal deliberação se fez. Acho que fez bem. Descreveu o seu congresso em termos panfletários, viu um congresso que mais ninguém viu!

Risos e aplausos do PS.

Felicito-o por isso!
Quanto à resistência, talvez ao líder, resistência à AD, resistência à contagem dos votos, resistência a muita coisa — mas não se viu muito mais do que isso...! E alguns metidos nas suas «coutadas», esperando a altura de porem a cabeça de fora! Mas, Sr. Deputado, isto são aspectos da vida interna do PSD em que nem sequer seria elegante entrar. Estão os Deputados na vossa bancada, alguns deles seguramente bastante incomodados, mas é um fenómeno democrático ver vencidos e vencedores em congresso. Isso é normal.
Mas, Sr. Deputado, por favor não nos «venda» das deliberações do máximo conclave do PSD a imagem deificada, quase diria rósea — que é, afinal, a nossa cor! —, não correspondente à realidade do que aconteceu.
E, Sr. Deputado, há um aspecto inadmissível, escandaloso, que tem de ser aclarado e denunciado nesta Câmara.
VV. Ex.ªs não podem conduzir uma campanha política dizendo que, em Portugal, se vive uma ditadura!

A Sr.ª Maria Celeste Correia (PS): — Ora bem! O Orador: — É ridículo, Srs. Deputados!

Aplausos do PS.

Há dias, o Sr. Deputado Pacheco Pereira teve ocasião de protestar contra isso porque é ridículo!