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8 DE ABRIL DE 1999 2503

ca e verdadeiramente irrefutável: «o pacote laboral não pode ser apresentado no seu todo, por razões que se prendem com a necessidade de não criar um clima adverso em ano de eleições»!
É isto a governação socialista. É este o sentido de Estado do PS. E esta a perspectiva que o PS e o seu Governo têm da responsabilidade de conduzir os destinos de um país. Mas ninguém, nem o PS e a sua gigantesca máquina de propaganda, consegue enganar todos por muito tempo.
A resposta virá dentro de alguns meses.

Aplausos do PSD.

Vozes do PS: - Vem, vem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Namorado.

O Sr. Rui Namorado (PS): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, esta intervenção do Sr. Deputado do PSD suscita, no fundo, poucas questões, porque ela, ao fim e ao cabo, é a repetição, com algum arreganho, de um discurso já tradicional. É um discurso repetitivo, feito com mais ou menos entusiasmo, mas a que já nos habituámos.
De qualquer maneira, o que me levou a estranhar um pouco mais este discurso é que o representante do PSD apresentou-se aqui como um arquitecto exemplar, que viria ensinar ao Governo como é que deveria governar, como é que deveria ajustar os mecanismos da governação, quando acabámos de ter a notícia de que a arquitectura mais sofisticada, a «menina dos olhos» da arquitectura do PSD, que era a defunta Aliança Democrática, se desmoronou!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Isso tem muito a ver com o pacote laboral!...

O Orador: - Quer dizer, o mesmo arquitecto a quem se deve o «edifício» que se desmoronou quer ensinar como é que se fazem «edifícios»!...
Isto sim, Srs. Deputados, devia ser alvo de alguma autocontenção e, pelo menos, durante algum tempo, o PSD devia ter algum luto...

O Sr. Moura e Silva (CDS-PP): - Deve estar a pensar na co-incineracão de Souselas!

O Orador: - Estou a ver que, na bancada do PP, há ainda uns resquícios da Alternativa Democrática!...

Risos do PS.

V. Ex.ª, Sr. Deputado Moura e Silva, está esquecido de que está a defender uma bancada fora da sua órbita! V. Ex.ª está desactualizado!

Risos do PS.
No entanto, estamos a ver que a fragilidade do PSD é tão grande que já nas bancadas da defunta Aliança Democrática, por alguns mimetismos, encontra a única defesa possível!

O Sr. Moura e Silva (CDS-PP): - É de legislação laboral que estamos a tratar!

O Orador: - O entusiasmo é grande. Se calhar, vamos ter um futuro Deputado independente nas listas do PSD, o que será interessante!

Risos do PS.

Portanto, Srs. Deputados, o que verificamos é que os arautos da grande eficácia esquecem-se que estiveram na bancada de um governo cujo nível de cumprimento da parte deles foi «zero» e vêm ensinar aos outros aquilo que não foram capares de fazer e exigir uma celeridade absoluta, quando eles próprios são o documento da omissão completa!
Por outro lado, constatamos que há algo de desfocado aqui: de um lado, acusam-nos de ir longe demais; do outro lado, acusam-nos de ir devagar demais. O que podemos dizer é que, se calhar, a realidade escapa às oposições, escapa especialmente a um partido que, sucessivamente, quer reinventar-se a si próprio e, sucessivamente, patina nas suas próprias invenções e vem, como eu comecei por dizer, ensinar a construir, quando ele próprio apenas consegue desmoronar-se a si próprio, constantemente!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados, quero anunciar que temos na Tribuna do Corpo Diplomático, o Sr. Eduard Kukan, Ministro dos Negócios Estrangeiros da República da Eslováquia, que, com muito gosto, vou receber de seguida, o Sr. Director-Geral da Política Externa, o Sr. Chefe de Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, o Sr. Embaixador da República Eslováquia e o Sr. Conselheiro da Embaixada da Eslováquia. Uma saudação para todos eles.

Aplausos gerais, de pé.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro da Vinha Costa.

O Sr. Pedro da Vinha Costa (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Namorado, antes de responder-lhe, permita-me que lhe lembre que Ex.ª disse que eu estive a intervir qual «arquitecto». Porventura, V. Ex.ª já vê arquitectos e supremos arquitectos em todo o lado. Deixe-me que lhe diga que eu não uso «avental»!

Risos do PSD.

Portanto, não tenha, nessa matéria, ilusões, para além de que a minha formação é jurídica, não é de arquitectura. Portanto, também por aí não quero arquitectar nada.
Deixe-me ainda que lhe diga que V. Ex.ª tem razão numa coisa: o discurso é repetitivo. Sabe por que é que o discurso é repetitivo? Porque a situação é aquela que eu descrevi, e já o é há muito tempo! Portanto, não é o discurso que tem de mudar, os senhores é que tinham obrigação de fazer alguma coisa para mudar a situação, e não a mudaram.
Assim, enquanto a situação não mudar, enquanto os senhores não fizerem nada, não cumprirem os compromissos que assumiram, não honrarem as promessas que fizeram, Sr. Deputado, o discurso vai ser o mesmo, vai ser o da denúncia, da mentira, da demagogia, da hipocrisia, que os senhores usaram, criando ilusões nos portugueses e não satisfazendo as promessas que fizeram. O discurso vai ser o mesmo, por mais uns meses!
Protestos do PS.