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3140 I SÉRIE - NÚMERO 87

Vozes do PS: - É o discurso do «Zé»!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, façam favor de fazer silêncio.

O Orador: - Sr. Presidente, se me permitir que eu diga ao Sr. Primeiro-Ministro o que um português comum pensa ...

Vozes do PS: - É o «Zé»! É o «Zé»!

O Orador: - Eu não falei no Sr. Deputado «Zé» Magalhães, falei num português comum.

Risos.

O que um português comum pensa e vê do presente é o seguinte - eu lembro-o, Sr. Primeiro-Ministro: uma economia em queda: um indicador de confiança das empresas em queda;...

Vozes do PS: - Oh!

O Orador: -... os indicadores de investimento em queda;...

Vozes do PS: - Oh!

O Orador: - ...ª Bolsa portuguesa a liderar a queda de todas as bolsas europeias;...

Vozes do PS: - Oh!

O Orador: - ... uma construção civil que passou de um crescimento de 40% - note bem, Sr. Primeiro-Ministro, já que quer comparar as coisas - no anterior quadriénio para um crescimento de 2% no actual quadriénio; e, Sr. Primeiro-Ministro, segundo diz a OCDE, um descontrolo das despesas correntes, um défice da balança de transacções e uma derrapagem da inflação.
Este é, Sr. Primeiro-Ministro, o retraio da situação actual.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, a terminar, gostaria ainda de lhe dizer outras duas coisas: em primeiro lugar, sobre o critério de decisão do Governo, acha que o português comum pensa que este Governo decide ou que este Governo pensa que finge que decide?

O Sr. José Magalhães (PS): - Está a fazer o discurso do Barroso!

O Orador: - Dou-lhe três exemplos, Sr. Primeiro-Ministro: o «folhetim» da administração da TAP. Acha que este é um Governo que decide, quando isto acontece no País?
Sr. Primeiro-Ministro, a CP está em greve e continuará em greve até ao dia 9 de Junho. Os portugueses precisam de transportes e perguntam: este Governo é um Governo que decide ou é um Governo que não decide?
Os portugueses ouvem e vêem uma discrepância total entre o Presidente da Câmara de Lisboa e aquele que eu penso que ainda é o Sr. Ministro do Planeamento à volta de uma questão concreta: um aeroporto para o País. E o que acontece é que VV. Ex.ª, em relação a esta matéria, foram tão longe quanto é possível ir isto é, ainda não decidiram se querem ou não decidir.

Risos e aplausos do PSD.

Vozes do PS: - Qual é a sua posição?

O Orador: - Sr. Primeiro-Ministro, esta é a imagem que os portugueses comuns têm deste Governo.
Gostaria apenas de deixar, em última palavra, uma pergunta concreta, Sr. Primeiro-Ministro. Ouvi com muita apreensão a maneira como V. Ex.ª reagiu à ideia brilhante do imposto europeu feita pelo Dr. Mário Soares.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Está na ordem do dia!

O Orador: - Também na última visita do Sr. Ministro da Defesa a esta Assembleia, o Sr. Ministro disse que não poderia haver defesa nacional sem haver imposto europeu para cumprir os critérios de convergência. Tratando-se de duas personalidades importantes, do ponto de vista do Partido Socialista, e havendo consonância de ideias entre duas pessoas do Partido Socialista - o que é extraordinário -, pergunto-lhe: V. Ex.3 vai ou não vai defender também o imposto europeu?

Aplausos do PSD.

O ST. Presidente: - Srs. Deputados, o Sr. Primeiro-Ministro informou-me que vai responder conjuntamente aos restantes pedidos de esclarecimento. Acontece que não há mais inscrições para pedidos de esclarecimento...

Risos do PSD.

Portanto, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder ao Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Deputado Carlos Encarnação, sabe uma coisa? Penso que fui eu que introduzi nesta Assembleia a prática de responder directamente pergunta a pergunta.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Não é verdade!

O Orador: - A prática, Sr. Deputado! Não quer dizer que não tenha havido outros exemplos, mas penso que a prática fui eu que a introduzi. E por uma razão simples: porque sempre achei que essa era a melhor maneira de respeitar os Deputados e os grupos parlamentares. A única coisa que acontece é que quando há limitações de tempo no final do debate, depois de ter respondido a todos os representantes máximos de cada um dos partidos, naturalmente é justificável que possa responder em bloco.
Mas tenho o maior gosto em responder ao Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sou todo ouvidos!

O Orador: - Em primeiro lugar, para lhe dizer que estou totalmente de acordo que todos os portugueses são iguais...