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Com certeza que, em relação a este ponto, o Sr. Deputado, juntamente com o PSD, está preocupado e considera necessário alterar este estado de coisas. A burocracia instalou-se no processo do Euro 2004 e tem de ser abandonada rapidamente! Por isso mesmo pedimos ao Governo que crie uma única entidade com capacidade para ultrapassar e resolver as dificuldades que existem.
O Sr. Deputado Laurentino Dias também falou em montantes. Sr. Deputado, o que eu gostava de saber era números exactos! Os projectos foram apresentados, mas os números exactos, Sr. Deputado Laurentino Dias, o senhor não tem, neste momento, condições para nos dizer quais são. Não tem o senhor, não tem o Governo, não tem ninguém! E o que é preocupante é que não se saiba quanto se gastará no Euro 2004, porque se os projectos estão apresentados, se estão aprovados, é fácil chegar a uma conclusão e encontrar os números exactos.

O Sr. Presidente: - Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Orador: - Concluo em 10 segundos, Sr. Presidente.
Quero também dizer ao Sr. Deputado Laurentino Dias que ainda não ouvi ninguém com credibilidade desmentir as palavras do Sr. Bastonário da Ordem dos Engenheiros, que colocou em causa a realização e o cumprimento dos prazos! Repito que ainda não ouvi ninguém desmenti-lo e gostava que alguém o fizesse. E se ninguém desmentiu é porque aquilo que o Sr. Bastonário diz está correcto e tem de ser, obviamente, motivo de preocupação para todos nós.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Também para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Praticamente no início de mais uma sessão legislativa, de um ano de debates parlamentares, a Assembleia da República tem, certamente, responsabilidades indeclináveis, tanto do ponto de vista da produção legislativa, como da fiscalização do Governo, e levará a cabo os necessários debates e votações, no seu papel insubstituível na democracia política em que vivemos.
Gostaria, no entanto, o Bloco de Esquerda de chamar a atenção para alguns temas que, ao longo deste ano parlamentar, interessarão a Portugal, interessarão às portuguesas e aos portugueses, interessarão, em geral, aos povos, e relativamente aos quais, cremos, o Parlamento português será chamado, por acção ou por omissão, a tomar posição.
Não irei referir-me aos faits divers dos últimos dias relativamente a parcerias orçamentais estratégicas, ao bem ou ao mal fundado de tais especulações, ao que têm de fantasia ou de realidade, lembrando um pouco, enfim, o que é habitual nas pré-épocas futebolísticas, quando se garante todos os dias uma nova aquisição para um plantel, comprovando-se depois não ser exactamente assim.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, permito-me acentuar três grandes temas, para cuja oportunidade de debate gostaríamos de sensibilizar os grupos parlamentares, tendo um deles a ver com Timor.
O Bloco de Esquerda apoia a ideia de que o dispositivo de forças militares e militarizadas que se encontram nos Balcãs venha a afastar-se desse teatro, onde se tem vivido uma floresta de enganos, muito a reboque dos interesses de Washington e de outros interesses geoestratégicos que pouco têm a ver com a solução pacífica e duradoura dos conflitos aí existentes, e se reforce a cooperação militar e política no território de Timor-Leste, a caminho da sua independência.
Será necessário reforçar os meios, será necessário reforçar, inclusivamente, as condições de comando das forças portuguesas, quer no âmbito das forças de manutenção de paz, quer para além das forças de manutenção de paz, como, por exemplo, no que diz respeito à vigilância marítima.
Entendemos que é de saudar a cooperação entre as forças militares portuguesas e as Falintil, na detecção, no combate, na desmoralização e na derrota das milícias pró-Indonésia, pró-integracionistas, que se infiltram no território de Timor-Leste e que procuram sabotar o processo de paz e de independência.
Estenderia, nesse debate, a cooperação a outros domínios. Se é certo que não podemos ser paternalistas em relação a Timor e que o processo de acesso a uma independência, a um Estado democrático, constitucional, laico, não está hoje livre de sombras e de vários fantasmas - mas isso é algo que os timorenses, no seu processo de autodeterminação, certamente resolverão -, nós temos, a partir do Congresso do CNRT, uma responsabilidade acrescida na sequência da escolha do português como língua oficial de Timor. E, neste domínio, Portugal, e este Parlamento em particular, deveriam incentivar o debate sobre as formas e os meios necessários à adequada escolarização daquela população - há muito a fazer neste domínio -, sobre o injustificado atraso de implantação naquele território da radiodifusão em português e, ainda mais importante, numa aculturação de massa, como seja o lançamento experimental de uma televisão timorense em português.
Trata-se de domínios para Timor que Portugal e este Parlamento deverão debater.
O segundo tema, Sr.as e Srs. Deputados, para o qual também gostaria de sensibilizar os principais grupos parlamentares, tem a ver com a ordem global, com a globalização nas suas várias facetas, com aquilo que, por estes dias, se discute na Cimeira do Fundo Monetário Internacional.
Não vou aqui entrar em comentários sobre as manifestações diversas que se verificam e que são sintomas de mal-estar por uma globalização selvagem, mas apenas recordar à Câmara que houve já uma tentativa de debate sobre a possibilidade ou não possibilidade de regulação da globalização internacional e que o Sr. Primeiro-Ministro, em vários fora internacionais, tem vindo a falar da reforma das instituições saídas de Brettonwoods e da necessidade de instrumentos de regulação da globalização.
Ora, gostaria de recordar a esta Câmara que, há cerca de um ano, foi «adormecer» para a Comissão de Economia, Finanças e Plano uma proposta no sentido de se proceder a um debate sobre a eficácia da utilização de um taxa como a Tobin e de outros instrumentos de regulação da globalização.
Esse debate está por fazer, a Taxa Tobin é uma «Bela Adormecida» na Comissão de Economia, Finanças e Plano, à espera que talvez um «príncipe encantado» do Partido Socialista lhe dê o beijo da vida. E a verdade é que tal debate ainda não foi aqui suscitado.
Por fim, Sr.as e Srs. Deputados, creio que não podemos assumir uma posição passiva em relação ao debate da Conferência Intergovernamental no âmbito da União