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10 I SÉRIE — NÚMERO 8

caso concreto, entrando em conflito com a Comissão, foi O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Conhece-o claramente um comportamento de defesa do interesse mal! nacional.

Temos, aliás, Sr. Deputado, algumas boas razões para O Orador: —Não pode! O senhor, que foi membro de estarmos satisfeitos com o relacionamento que temos tido um governo e a quem vi defender posições intransigentes com a Comissão. Lembro-lhe, para terminar, que ainda em nome do interesse público e nacional, não pode con-ontem o Governo português conseguiu impor à Comissão cordar com isto! Pode, enfim, dizer alguma coisa para uma mudança de política relativamente à exportação da justificar aquilo que, em nosso entender, é injustificável... madeira de pinheiro. Como vê, o interesse nacional está O CDS-PP, por história e por posição, é um partido que substancialmente defendido e o Governo português tem acredita claramente na Europa e que sempre a defendeu ao esse interesse em consideração. longo da sua história, com mais ou menos cepticismo.

Aplausos do PS. O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): — Houve uma época em que isso não era assim tão claro! O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Mas o Santander

também quer o dinheiro?! O Orador: —Como sabe, a questão europeia atravessa horizontalmente todos os partidos. Se o Sr. Deputado olhar O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o para dentro do seu partido, verá o que é que lá tem!

Sr. Deputado Basílio Horta. O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): — Mas pouco! O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs.

Deputados: Responderei com muito gosto ao Sr. Deputado O Orador: —Pouco, não! Muito! Muitíssimo! Manuel dos Santos, pelo menos àquilo que é respondível. Dizia eu que o facto de acreditarmos na Europa não si-

Creio que o Sr. Deputado Manuel dos Santos – e peço- gnifica que não tenhamos em conta a necessidade de, lhe que não me leve a mal por lho dizer – deve ser o único numa Europa cada vez mais alargada, preservarmos cada português, já que não conheço mais nenhum, que pensa vez mais a nossa identidade. que a posição do governo anterior é igual à posição deste Governo! O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!

Risos do CDS-PP. O Orador: —E, em nosso entender, ela preserva-se pela cultura e pela economia, que são coisas que se resol-Compreendo que o Sr. Deputado Manuel dos Santos vem.

diga, como camaradas seus disseram, que era essencial Peço ao Sr. Deputado que, num dia em que tiver tem-para Portugal resolver esta questão e que esta foi a maneira po, faça um pequeno exercício. Ponha um «transparente» mais hábil e expedita de o fazer. Não concordo com esta sobre a Lei dos Sectores, a antiga Lei dos Sectores do visão da intervenção do Estado nem com esta visão da falecido Melo Antunes, e veja bem quais eram os sectores estratégia das prioridades do Governo, mas admito que me prioritários da economia e onde é que esses sectores se digam isto. encontram hoje, veja em que mãos se encontram hoje esses

Contudo, não concordo com estas visões e foi isso que sectores, começando pela EDP. O senhor vai ver que con-fui ali dizer. Por que é que não concordo? Não concordo clusões tremendas tira desse exercício! porque penso que a Comissão tem os seus direitos e que o Como há pouco dizia, brincando, Paris não valia uma Governo português tem os seus direitos e os seus deveres e missa para alguns reis que não eram católicos. Para nós, que para estes é que há tribunais. Não é um problema gra- este tipo de procedimento constitui um precedente extre-víssimo os tribunais julgarem de uma maneira ou de outra, mamente grave. mas já é um problema mais grave, de cada vez que a Co- Finalmente, devo dizer-lhe que é evidente que defen-missão diz que não, irmos «a correr» como foi o Sr. Minis- demos uma economia social de mercado e não um neolibe-tro. Vimos na televisão que o Sr. Ministro foi para ali «a ralismo primário. Somos um partido de democratas-correr», dando todas as explicações, de cerviz baixa e, cristãos e, como tal, temos pessoas mais ou menos liberais. mesmo assim, a Comissão ainda diz: «Não! Nós exigimos Eu, por exemplo, não sou um neoliberal nem nunca o fui que o veto seja expressamente levantado! Não chega mu- na minha vida. Contudo, sempre lhe digo que uma coisa é dar o negócio!». E o Ministro — que já esteve não sei intervir no mercado, racionalizando, moralizando, assegu-quanto tempo à espera do Administrador do Santander e rando a concorrência, e outra coisa muito diferente, Sr. que até perdeu os telejornais por causa disso, coitado — Deputado, é fazer negócios… tem de vir outra vez, dizendo: «E agora, como é que eu vou fazer?! Tenho mesmo de sofrer a humilhação fatal e O Sr. Presidente: —Agradeço que termine, Sr. Depu-final de dizer que levantamos o veto, desautorizando tudo tado. o que o governo anterior fez?!».

Sr. Deputado Manuel dos Santos, compreenderá que, O Orador: —Termino já, Sr. Presidente. se bem o conheço, não acredite que o senhor, no fundo, Ainda por cima, quando esses negócios são feitos con-concorda com isto. sigo próprio, pois é o Estado que tem de negociar com ele