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18 DE NOVEMBRO DE 1999 11

próprio. Isso é que é incrível, e único, na história económi- processo, era procurar que uma alavanca tão importante ca portuguesa. para a economia portuguesa como é aquela que constitui o

conjunto do sistema financeiro e segurador do ainda Grupo Aplausos do CDS-PP. Champalimaud, pudesse voltar às mãos do sector financei- ro público português e servir como elemento de fortaleci-O Sr. Presidente: —Para formular um pedido de es- mento da nossa economia, designadamente do sector fi-

clarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Lino de Carva- nanceiro. lho. Mas não é isso que se vai passar, afinal. Aliás, uma

parte deste património, ironicamente, fica na mesma em O Sr. Lino de Carvalho (PCP): — Pelos vistos, o úni- Espanha — passou do Banesto, do Sr. Mário Conde, para

co partido que agora defende o neoliberalismo primário é o o Santander, do Sr. Botín Amusategui. Vamos ver para Partido Socialista. onde vai o resto do património!

A primeira questão é, portanto, esta, Sr. Deputado: pre-O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Parece evidente! tendemos ver esclarecido o papel da Caixa Geral de Depó- sitos neste processo, mas queremos ver esse papel esclare-O Orador: —Sr. Presidente, Srs. Deputados: Concor- cido na perspectiva que nos parece ser a única que deveria

damos que esta nova etapa do «romance» que é, já, o ne- ser defensável, a do interesse nacional, ou seja, que este gócio entre António Champalimaud e os espanhóis do património se conservasse ao serviço do reforço da eco-Banco Santander tem ainda muito por esclarecer. Por isso nomia portuguesa e ao serviço de uma intervenção e de um mesmo, o Grupo Parlamentar do PCP requereu já a vinda reforço no sector financeiro público nacional. do Sr. Ministro da Economia, ou do Sr. Ministro das Fi- A outra questão, Sr. Deputado, é que todo este episódio nanças — ou de ambos, simultaneamente — à Comissão — mais as referências que o Sr. Deputado fez e as pergun-de Economia, Finanças e Plano, para esclarecer o muito tas que colocou quanto à questão de onde se encontram as que há para esclarecer. empresas que foram privatizadas, e deu o exemplo da EDP

Desde logo, Sr. Deputado, para esclarecer uma coisa — traz ao debate uma grande oportunidade de reflexão, tão simples como, por exemplo, responder aos muitos que devia ser feita nesta Casa, acerca de qual foi, afinal, o «ses» que o Sr. ex-Ministro Sousa Franco escreveu num destino das privatizações. Para que serviram as privatiza-significativo artigo no suplemento de economia do Expres- ções? Para que têm servido, ao longo deste tempo? Para so da semana passada. Seguramente que ele sabe mais enfraquecer a economia portuguesa? Para passar parte dos deste «romance» que todos nós juntos. nossos sectores estratégicos para mãos e interesses exterio-

res… O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sabe de certeza! O Sr. Presidente: —Agradeço que termine, Sr. Depu-O Orador: —Mas o Sr. ex-Ministro Sousa Franco tado.

poderá, talvez, responder a outros «ses», Sr. Deputado, nomeadamente, a um outro «se» que tem a ver com o papel O Orador: —… aos interesses nacionais? Esta é uma que foi dado à Caixa Geral de Depósitos neste processo. questão que valeria a pena discutirmos, Sr. Deputado.

Ao contrário das preocupações do Sr. Deputado — não Seguramente, é do interesse nacional trazer esta discussão tenha medo, Sr. Deputado, porque não tem razões para à colação. essas preocupações — e ao contrário do que o Sr. Ex- Ministro das Finanças disse ao Financial Times, temos Aplausos do PCP. muitas e fortes razões para suspeitar que a intervenção da Caixa Geral de Depósitos, neste processo, não tem a ver, O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra o infelizmente, com o reforço do sistema financeiro público Sr. Deputado Basílio Horta. português ou com a sua utilização como instrumento para a sua estruturação nos quadros da defesa do interesse nacio- O Sr. Basílio Horta (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. nal. Tem a ver, sim, unicamente, com o servir como um Deputados: Creio que 15 segundos chegam para responder instrumento que o Governo tinha à mão ou servir de inter- ao Sr. Deputado Lino Carvalho, porque é muito simples: a mediário para regular os interesses dos vários grupos pri- democracia é exactamente isto, Sr. Deputado, e onde V. vados financeiros. Servir de intermediário, se calhar, para Ex.ª vê Estado, nós vemos iniciativa privada. a tal 4.ª fase, que ainda está muito por clarificar, que é a passagem de uma parte deste património dos espanhóis O Sr. Manuel dos Santos (PS): — E nós estamos no para um grupo privado português, seja ele o BCP seja ele o meio, na linha justa! Espírito Santo. Vamos ver se não será isso, Sr. Deputado.

Portanto, se assim for, é evidente que este é um papel O Orador: —Vocês não estão em parte nenhuma! que nós não aceitamos, exactamente pelas razões contrá- rias às suspeitas ou preocupações do Sr. Deputado. O Sr. Sílvio Rui Cervan (CDS-PP): — Depende do

dia, depende do mês… O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): — Ainda bem! O Orador: —Como eu estava a dizer, Sr. Deputado O Orador: —Para nós, Sr. Deputado, a questão cen- Lino de Carvalho, onde vocês vêem Estado, nós vemos

tral que deveria resultar da intervenção do Governo, neste iniciativa privada e quero apenas fazer um apontamento