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16 I SÉRIE — NÚMERO 8

Vozes do PSD e do CDS-PP: —Muito bem! Srs. Deputados, vamos passar à leitura e depois à dis- cussão e votação do voto n.º 8/VIII — De pesar pelo mas-O Sr. Presidente: —Para uma intervenção, tem a pa- sacre de Santa Cruz, que o Sr. Secretário José Cesário vai

lavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro. ler. A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): — Sr. Presidente, O Sr. Secretário (José Cesário): — Sr. Presidente, Srs.

Srs. Deputados: Em primeiro lugar, queria dizer que o Deputados, o voto n.º 8/VIII — De pesar pelo massacre de objecto deste voto nos parece claro e ele é o de não deixar Santa Cruz em 12 de Novembro de 1991, subscrito por de assinalar a intervenção, que do nosso ponto de vista foi Deputados de todos os grupos parlamentares, é do seguinte extremamente positiva, do Dr. Santos Silva no seu envol- teor: vimento para erguer o projecto «Porto — Capital Europeia O massacre do Cemitério de Santa Cruz, em Díli, per-da Cultura 2001». petrado pelas forças militares indonésias em 12 de No-

Este é um projecto que é importante para a cidade, para vembro de 1991, foi mais um dos inúmeros actos de barbá-a região e para o País e, do nosso ponto de vista, entende- rie infligidos sobre o povo timorense, por uma potência mos que é de toda a justiça e que faz todo o sentido que a ocupante que durante mais de 20 anos se empenhou numa Assembleia se pronuncie sobre alguém que pôs em marcha política de verdadeiro terror genocida. este movimento, que deixou a sua marca e que, natural- Desde a invasão do território de Timor, a 7 de Dezem-mente, nem ele nem a equipa que com ele sai demissioná- bro de 1975, que o povo timorense vinha sendo vítima das ria podem ser, pura e simplesmente, esquecidos. opressão e agressão indonésias e se registavam sistemáti-

O Dr. Santos Silva — como já foi referido — é alguém cas e brutais violações dos Direitos do Homem, mas o que reuniu, porventura como poucos teriam reunido, o massacre de Santa Cruz provocou uma onda geral de in-consenso político na cidade do Porto e que nos meios dignação e despertou a comunidade internacional para a culturais dessa cidade foi também pacificamente reconhe- gravidade da situação vivida em Timor Leste, a qual Por-cido. Seguramente que não é indiferente a isso aquilo que tugal há muito vinha denunciando em todas as instâncias é a sua personalidade e, independentemente de amanhã internacionais. irmos discutir as razões que, lamentavelmente, conduziram A violência demente a que o mundo assistiu em Santa à sua demissão e à da sua equipa, entendemos que este Cruz constituiu um marco histórico no alerta das consciên-voto é um voto de saudação a alguém e não a antecipação cias, forçando a Indonésia a inverter a sua política e permi-de uma crítica ou uma crítica a dois tempos que, prova- tindo a sucessão lenta e penosa dos passos que conduziram velmente, a maioria dos partidos políticos aqui representa- à actual situação em que os timorenses têm nas mãos o seu dos vai fazer a uma atitude e a uma forma de estar de um futuro como Estado independente, oitavo membro da determinado Ministro, de um Governo, que, do nosso Comunidade de Países de Língua Portuguesa e primeiro ponto de vista, só é preocupante porque põe em risco um país lusófono na região da Ásia-Pacífico. projecto que merecia mais do que uma saída desta forma, Para que a indiferença e o esquecimento não vençam nesta fase. sobre o terror e sobre a memória de todos aqueles que

perderam a vida nos «Santos Cruzes» de que se fez a luta A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem! de Timor Leste pela sua liberdade e independência, os Deputados subscritores propõem ao Plenário que a Assem-O Sr. Presidente: —Srs. Deputados, permitam-me bleia da República expresse um voto de pesar pelos even-

também que eu, nesta oportunidade, como velho amigo e tos trágicos de 12 de Novembro de 1991. admirador do Sr. Dr. Santos Silva lhe preste uma sentida homenagem. O Sr. Presidente: —Srs. Deputados, para uma inter-

Srs. Deputados, vamos agora proceder à votação do venção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Natália Carrascalão. voto n.º 4/VIII — De saudação ao Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Gestora do Porto 2001, A Sr.ª Natália Carrascalão (PSD): — Sr. Presidente, Dr. Artur Santos Silva, pela acção desenvolvida no âmbito Sr.as e Srs. Deputados: Antes de iniciar a minha interven-do projecto nacional Porto 2001 – Capital Europeia da ção, gostaria de me dirigir a si, Sr. Presidente, para lhe Cultura (PSD). manifestar o quanto me honra usar da palavra nesta As-

sembleia pela primeira vez e saudar todas as Sr.as e Srs. Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor Deputados.

do PS, do PSD, do CDS-PP e do PCP e a abstenção do BE. O Sr. Presidente: —Muito obrigado, Sr.ª Deputada.

Srs. Deputados, como é normal o voto será levado ao A Oradora: —Gostava também de saudar todo o povo

conhecimento do Sr. Dr. Santos Silva. português pela determinação e pelo empenho que empres-Antes de passarmos ao segundo voto, anuncio que está taram à causa de Timor Loro Sae nos seus momentos mais

connosco um grupo de 50 alunos da Escola Alfredo da difíceis. Silva do Barreiro. Saudemo-los, como é habitual. Queria ainda reafirmar as minhas admiração e amizade

por todos aqueles que nunca deixaram esquecer o povo Aplausos gerais, de pé. mártir de Timor Loro Sae.