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29 DE JUNHO DE 2001 31

Comunista, aliar-se à esquerda parlamentar. Deputado Manuel Alegre, em primeiro lugar, deixe-me Continuamos a pensar que uma reforma da segurança dizer-lhe que tenho um grande respeito por si, como um

social tem de a abrir a sistemas de capitalização privados e grande homem da cultura no nosso país. Por isso, fico continuamos a pensar que uma perspectiva puramente sempre desiludido e devo dizer que me custa quando vejo estatista e assistencialista que não dê às pessoas, aos con- pessoas que admiro no plano cultural, grandes escritores, tribuintes, o direito a escolherem o destino das suas pou- depois, em intervenções políticas, desiludirem e ficarem panças e dos seus descontos é uma perspectiva errada, aquém da imagem positiva que nós temos deles. porque parte do princípio que o Estado sabe melhor do que Até admito, sinceramente – e não há aqui qualquer iro-os cidadãos aquilo que os cidadãos devem fazer com o seu nia – uma certa inibição na resposta, porque não gosto de dinheiro. ficar desiludido em relação a figuras que, em determinado

A nossa perspectiva, de facto, é diferente e ainda bem plano, sinceramente, admiro. que este debate serve para o clarificar. Penso que, regra geral, entre o Estado e os cidadãos, estes sabem melhor o Risos do PS. que fazer com o seu dinheiro do que o Estado e deve ser dada aos cidadãos essa oportunidade. V. Ex.ª, na sua interpelação, veio confirmar a teoria da

Para terminar e em relação ao rendimento mínimo, não conspiração,... altero o que disse. Tenho todo o respeito por aqueles que precisam, mas a verdade é que, como o próprio Governo Vozes do PSD: — Muito bem! vem reconhecer tardiamente, o rendimento mínimo garan- tido serviu para manter em situações de exclusão muitos O Orador: — ... veio confirmar que, no Partido Socia-que precisavam de ser ajudados a sair da miséria e não de lista e no Governo, VV. Ex.as aderiram a esse julgamento, serem mantidos nesta situação de miséria. considerando que há uma conspiração já não apenas contra

o Governo mas também contra mim próprio e também Aplausos do PSD. contra o meu partido. Sr. Deputado, quero dizer-lhe que, pela minha parte, Protestos do PS. não vai haver qualquer coligação com o seu partido para me defender de qualquer conspiração, bem pelo contrário. O Sr. Presidente (João Amaral): — Para pedir esclare-

cimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Alegre. Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr. Manuel Alegre (PS): — Sr. Presidente, Sr. De- Risos do PS.

putado Durão Barroso, falou-se de empresários e de cons- pirações. Não sei se há conspirações, mas soube-se que Quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que se algum dia algu-houve uma grande reunião de empresários e banqueiros e ma vez vir, universalmente, insatisfação, como acontece que amanhã haverá outra, anunciando-se até discursos actualmente em relação ao Governo e ao Eng.º Guterres, tremendistas. Bem, estamos em democracia e, evidente- que a vê da esquerda à direita, não apenas nos empresários mente, os empresários têm direito de se reunirem, de fala- mas nos trabalhadores... Repare que o Sr. Eng.º Guterres rem e de criticarem. Mas, digamos, há uma certa agitação e fez um discurso procurando virar-se contra o lado direito há espécie de «pronunciamento» dos chamados poderes de do Hemiciclo mas não recebeu, por isso, qualquer apoio ou facto contra o Governo; porém, repito, estamos em demo- aplauso do lado esquerdo. cracia. A verdade é que hoje não há apenas uma insatisfação

Se o Sr. Deputado não está desatento e distraído em com o Governo do lado direito; hoje há uma insatisfação relação à realidade sabe também que esses poderes andam de todos os lados do País. em busca de uma solução, de um líder – alguns dizem até Aliás, naquilo que não sei se foi, da sua parte, uma de-que é preciso forjar um líder. claração política ou um verso, também já ouvi a desilusão

e a crítica ao Governo. Se reproduzo exactamente, V. Ex.ª Vozes do PS: — Muito bem! disse um dia – numa linguagem que eu não gostava de utilizar, porque não quero transformar o ambiente deste O Orador: — Ora, se é preciso forjar um líder é por- Hemiciclo no ambiente, a julgar pelas declarações proferi-

que o líder não está forjado. E o que é preocupante é anda- das pelo Primeiro-Ministro, que existiu no vosso Grupo rem à procura de um líder, ou de uma solução, fora do seu Parlamentar –, criticando o actual modelo de governo: partido, ou seja, fora do quadro político-partidário. Ora, se «sondagem, imagem, sacanagem». Foi a crítica que V. Ex.ª isso não é uma conspiração, parece, mas já não é contra o fez ao actual modelo de governação. Governo, é contra o quadro político-partidário e é, sobre- Quero dizer-lhe que o subscrevo. Não é pela imagem tudo, contra si. nem pela sondagem que se deve governar, é enfrentando a

realidade e não tendo medo de qualquer conspiração. Aplausos do PS. Aplausos do PSD. O Sr. Presidente (João Amaral): — Para responder,

tem a palavra o Sr. Deputado Durão Barroso. O Sr. Presidente (João Amaral): — Para uma inter- venção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Carvalhas. O Sr. Durão Barroso (PSD): — Sr. Presidente, Sr.