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29 DE JUNHO DE 2001 35

também não está nas declarações para satisfazer, even- ação de crise económica, e muito menos de crise social, tualmente, camaradas de que irá «às fuças» à direita. sistematicamente são incapazes de se pôr do lado da es-

A questão central está no conteúdo concreto da políti- querda e se põem ao lado da direita! ca.

Protestos do PCP. Vozes do PCP: — Muito bem! O Sr. Lino de Carvalho (PCP): — Obviamente, esta-O Orador: — Do que o País precisa é de outra políti- mos do lado da esquerda!

ca, que tenha a coragem de fazer a ruptura com a política de direita, de um governo que tenha a coragem de enfren- O Orador: — VV. Ex.as, aliás, têm o «pagamento» tar os grandes interesses e que não se «constipe» mal aque- adequado. Se fizermos uma análise estatística da vossa les comecem a «espirrar». evolução eleitoral, VV. Ex.as, sistematicamente, minguam!

Reafirmamos e relembramos que o Partido Socialista E não é por acaso! teve todas as oportunidades eleitorais e políticas para a realização de uma política de esquerda, mas tem-nas des- O Sr. Lino de Carvalho (PCP): — Olhe que é ao con-baratado com a sua deliberada opção pela realização, nos trário! aspectos mais determinantes, de uma política similar, e nalguns casos agravada, à dos governos do PSD. Não O Orador: — VV. Ex.as minguam porque ainda não bastam algumas medidas pontuais progressistas. perceberam o que é que está em causa na sociedade portu-

É necessário sublinhar e relembrar que foi a política do guesa, onde estão os verdadeiros valores de esquerda e Governo do Partido Socialista, designadamente através do onde está a direita que pretende pôr em causa esses mes-saque das privatizações, que fortaleceu consideravelmente mos valores. o poder do grande capital e acentuou factores de subordi- Esperaria, um dia, ouvir algumas palavras elogiosas de nação do poder político ao poder económico. VV. Ex.as, ainda que parcelares, em relação à acção do

E é neste clima que o PSD apresenta aqui um chamado Governo. Aliás, o seu discurso é repetitivo, tem quatro ou programa de governo de revivalismo do cavaquismo reac- cinco clichés: as privatizações, o grande capital, a Partest, cionário e de má memória. as reivindicações salariais de tudo e de todos – faz, aliás,

sistematicamente, o recenseamento das reivindicações e, Aplausos do PCP. depois, exprime-o aqui como se fosse um plano de inter- venção – e desta vez até retomou uma velha ideia, que é a Pela nossa parte, prosseguiremos com a nossa firme ideia do Fundo Monetário Internacional e da Sr.ª Dr.ª Te-

atitude de oposição de esquerda ao Governo do Partido resa Ter-Minasean. Socialista, dando combate às suas opções de direita, e Só que há uma coisa de que V. Ex.ª pode estar seguro: prosseguiremos ao mesmo tempo com uma atitude respon- nós estamos livres do Fundo Monetário Internacional, por sável e construtiva com as nossas próprias propostas e pelo causa de políticas correctas que têm sido aplicadas pelos apoio a propostas alheias para alcançar medidas, decisões e governos do Partido Socialista! Mas estamos também linhas de orientação positivas, ainda que pontuais e parce- livres de uma outra coisa, Sr. Deputado Carlos Carvalhas: lares. E batemo-nos, e com renovado vigor, pela intensifi- das orientações do comité central do partido da União cação da luta social, pela resposta eficaz a sentidas reivin- Soviética! dicações e aspirações dos trabalhadores e da população, por uma vasta agregação do descontentamento popular e Risos do PCP. forte mobilização dos cidadãos em torno da exigência de uma política de esquerda que sirva o País, que sirva Portu- Também estamos livres disso, Sr. Deputado! Portanto, gal, que sirva os trabalhadores, que sirva o nosso povo. esta era uma boa altura para V. Ex.ª fazer uma actualização Esses podem contar connosco, hoje e sempre! com a História e deixar cair alguns dos seus slogans e

algumas das suas proclamações. Aplausos do PCP, de pé. O Sr. Deputado Carlos Carvalhas não pode, seriamen- te, ignorar as modificações profundas que se verificaram O Sr. Presidente (João Amaral): — Para pedir esclare- na estrutura da política portuguesa nos últimos seis anos: o

cimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos San- senhor não pode ignorar a reorientação da despesa pública tos. no sentido das funções sociais; o senhor não pode ignorar

os ganhos das remunerações no conjunto do Produto Inter-O Sr. Manuel dos Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr. no Bruto, que estão comprovados estatisticamente e que

Deputado, confesso que a minha atenção, quando VV. podem ser exibidos com muita facilidade; o senhor não Ex.as usam da palavra nestes debates, sai sistematicamente pode ignorar o quadro de pleno emprego que se vive, neste frustrada. Espero sempre o dia em que VV. Ex.as definam o momento, em Portugal; enfim, o senhor não pode ignorar o campo onde estão naturalmente. desagravamento fiscal sobre as classes trabalhadoras, que,

neste caso com o vosso apoio, foi possível aprovar na O Sr. José Barros Moura (PS): — Muito bem! reforma fiscal. O Orador: — E não consigo perceber como é que VV. Aplausos do PS.

Ex.as, numa situação complexa, embora não seja uma situ-