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38 I SÉRIE — NÚMERO 103

Primeiro-Ministro, tenha a humildade de o reconhecer! A O Orador: — Quanto à produtividade, temos 43% da menos que queira vir reconhecê-lo daqui a seis meses!…

produtividade europeia; em 15 anos, só crescemos 3%! Sr. Primeiro-Ministro, com o socialismo é sempre a Este é talvez o maior drama do nosso país, em particular mesma coisa. Sabe quais foram as consequências dessa sua do Estado. reforma fiscal? Foram estas que lhe enunciei! A moral da

Permita que lhe diga, Sr. Primeiro-Ministro, que está história, com o socialismo, é sempre a mesma: os ricos muito enganado se pensa que a direita defende o congela- fogem, os pobres pagam! Convosco, a moral da história é mento dos salários. Sabe porquê? Porque o que o senhor sempre a mesma! fez foram aumentos inferiores à inflação, o que significa E, se me permite, o senhor, além de tudo mais, perdeu que as pessoas perderam rendimento, e prepara-se para, no algo que prezava muito, que era a sua credibilidade inter-próximo ano, como o senhor diz, no jargão guterrista, nacional, de que nos falou muitas vezes. Hoje, quando o «moderar» ainda mais os aumentos! Não tem nenhuma senhor é avaliado pela OCDE, quando é avaliado pelo política para controlar a inflação e os rendimentos vão Fundo Monetário, quando é avaliado pela Comissão Euro-ficar ainda mais aquém do que deviam! peia, quando é avaliado até, ou meramente registado, pelo

Sr. Primeiro-Ministro, o que a direita quer é flexibilizar EUROSTAT, só vêm críticas, só vêm reparos, só vêm a Administração Pública, para que quem produz mais chamadas de atenção, para aquilo que o senhor não faz ganhe mais, quem se esforça mais ganhe mais e quem porque não quer, ou para aquilo que o senhor faz mal fei-toma a opção de trabalhar menos tenha a consequência de to! receber menos! É isto que é justo, ao contrário do conge- Em terceiro lugar, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor per-lamento, que vai atingir todos pela mesma medida: quem deu a sua própria identidade. Já citei aqui inúmeros socia-trabalha e quem não trabalha, quem produz e quem não listas e gente de esquerda que descrêem do seu Governo e produz, quem é eficiente e quem não o é, quem cumpre o da sua forma de governar. Mas há três exemplos muito serviço e quem não o cumpre! rápidos, Sr. Primeiro-Ministro, que provam que V. Ex.ª dá

com uma mão o que tira com a outra. Lembro-me que, Vozes do CDS-PP: — Muito bem! quando discutimos a reforma da segurança social, o senhor dizia «os senhores estão com as seguradoras..., os senhores O Orador: — Mas, pior ainda, o senhor está a atingir querem enriquecer as seguradoras...», só porque nós

níveis de endividamento absolutamente extraordinários! defendíamos a liberdade de os mais novos programarem a Ontem, ouvi analistas económicos dizerem que o endivi- sua velhice como entendessem, no público, no privado ou damento total do País (empresas, Estado, banca) pode em lugar nenhum. Pelo contrário, agora, o senhor enco-atingir 65% do Produto, quando, há quatro anos, tínhamos menda um orçamento rectificativo a pedir mais deduções um sistema financeiro credor do estrangeiro. Se isto for fiscais para os PPR, mais deduções fiscais para as PPA, verdade, Sr. Primeiro-Ministro, significa que, neste mo- mais deduções fiscais para os PPE. O senhor, agora, quer mento, cada português já deve 1500 contos ao estrangeiro! enriquecer as seguradoras, Sr. Primeiro-Ministro! O senhor É isto que o senhor deixa como pesada herança! E, se o agora é que quer dar deduções fiscais para os cidadãos senhor aí continuar, a situação só piora, só se torna mais irem fazer planos de poupança para as seguradoras. Quan-grave e mais complicada de resolver! do eu dizia o que dizia, era advogado das seguradoras. E o

Sr. Primeiro-Ministro, devo dizer que considero que o senhor, agora, o que é?! senhor enganou os trabalhadores, enganou os pensionistas, enganou os aforradores, enganou os quadros, enganou os Vozes do CDS-PP: — Muito bem! empresários, e todos são necessários ao progresso do País! É por isso que todos, e não apenas alguns, estão contra si! O Orador: — Segundo exemplo: o TGV. VV. Ex.as já

tiveram um TGV de 600 milhões de contos, outro , de 900 Vozes do CDS-PP: — Muito bem! milhões de contos, tanto dá, de um dia para o outro! Nin- guém sabe como se paga, mas convosco é sempre assim! O Orador: — O maior erro que cometeu foi, em pri- Quando os senhores apresentaram o TGV de 1 500 mi-

meiro lugar, o da reforma da segurança social, que foi o lhões de contos eu disse: «Não há verba para tanta despe-primeiro leasing económico que fez ao Partido Comunista, sa». Chamaram-me — não sei se foi o senhor – «irrespon-e depois, em conclusão, o da reforma fiscal, o da chamada sável». A seguir veio o Dr. Constâncio e disse: «Suspenda-«reforma fiscal». se, pelo menos, o TGV, porque não há verba». Mas, como

Vou citar-lhe uma frase de um grande social- é socialista, já é um homem responsável...! Se o País acre-democrata, estadista da Internacional a que o senhor presi- ditasse em quem o avisa a tempo não pagava o preço que de, chamado Helmut Schmidt, que dizia: «O investimento paga com os seus erros, Sr. Primeiro-Ministro! de hoje é a riqueza de amanhã e o emprego de depois de amanhã». Foi isto que o senhor não entendeu. Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

No exacto momento em que o País precisava de crescer mais do que a Europa e em que já se notava o declínio da O Orador: — Terceiro exemplo: o rendimento mínimo economia, o senhor conseguiu, com a sua reforma fiscal, garantido. Eu disse muitas vezes, Sr. Primeiro-Ministro: afugentar o investimento, afugentar a poupança, afugentar «Se for para ajudar, transitoriamente, uma família que o capital, afugentar a confiança. É o senhor que é respon- esteja em dificuldades, com certeza! Se for, como é tantas sável, não há nenhuma conspiração! O erro foi seu, Sr. vezes, para subsidiar a preguiça e subsidiar o ócio, não