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1465 | I Série - Número 025 | 28 de Novembro de 2003

 

A Oradora: - Sr.ª Ministra, não há resposta por aqui.
Que fique claro: não critico a posição da Sr.ª Ministra no ECOFIN, até acho que fez muito bem.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Ah!…

A Oradora: - Aquilo que critico, e fortemente, é a inconsequência e a incompetência dos discursos e das práticas que, sobretudo para fins internos, pautaram o Governo e o discurso da Sr.ª Ministra até agora.

O Sr. José Magalhães (PS): - Muito bem!

A Oradora: - A única e verdadeira razão desta pirueta na sua posição, Sr.ª Ministra, é só uma: a Sr.ª Ministra não teve coragem, perante os seus pares da Europa, de fazer o discurso e a apologia das políticas absurdas que impõe, estribada na arrogância da maioria absoluta, aqui, aos portugueses, para fins internos.

Aplausos do PS.

É que, perante os seus pares, não há disfarces possíveis. Os pares da Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças sabem que cumprir défices com vendas de património só tem uma consequência: ficar sem o património.

Vozes do PS: - Muito bem!

A Oradora: - Os pares da Sr.ª Ministra sabem que o défice não está controlado, que foi mais de 4%, em 2002, e que será superior a 5% em 2003 e a 4% daí para a frente.
Os pares da Sr.ª Ministra, os outros ministros das Finanças, sabem que não basta controlar de qualquer maneira e aparentemente o défice para se lançar um programa de desenvolvimento para um país.

O Sr. Eduardo Ferro Rodrigues (PS): - Exactamente!

A Oradora: - Os pares da Sr.ª Ministra sabem que a política que seguiu comprometeu o desenvolvimento do País, não controlou o défice e, pelo contrário, lançou o País numa crise aberta, que este falhanço é grave e que pode ser fatal.
Sabem tudo isto muitíssimo bem, Sr.ª Ministra! E Portugal passou a ser, no contexto desta discussão, o exemplo de tudo o que não se deve fazer em matéria de controlo de défice e de interpretação do Pacto.

O Sr. Eduardo Ferro Rodrigues (PS): - Exactamente!

A Oradora: - As ilustrações são muitas. Eu vou citar-lhe uma frase: "O Pacto foi fundamentalmente mal gerido, o caso de Portugal demonstrou-o bem. Não era absolutamente necessário submeter o País a esta política recessiva". Quem a disse foi o conceituado economista Paul De Grauwe, o candidato belga para o Banco Central Europeu,…

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Oh!…

A Oradora: - … não foi ninguém do Partido Socialista português.

Vozes do PS: - Muito bem!

A Oradora: - O ministro das Finanças francês cansou-se de invocar Portugal. Mas fê-lo como? Dizendo, "Se querem que eu arraste a França para uma situação de recessão económica como a portuguesa, não pensem nisso"! - foram estas as palavras textuais do ministro das Finanças francês - e acrescentou "Quando a situação de Portugal foi analisada, avisei: o que estão a pedir a Portugal vai levá-lo imediatamente à recessão".
É isto, Sr.ª Ministra, que a impede de ir para Bruxelas vender o discurso da apologia do modo como Portugal interpretou e "massajou" o défice. Impede-a a honestidade que tem de apresentar perante os seus colegas europeus.