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2643 | I Série - Número 047 | 05 de Fevereiro de 2004

 

O Orador: - Houve um sinal de negação de algumas vozes socialistas como, por exemplo, a do Deputado europeu Mário Soares, que disse "Eu não quero consensos! Sou contra os consensos! Não gosto de consensos!", e, portanto, um sinal de entendimento de que algumas vozes mais avisadas, tais como a do Sr. Deputado Pina Moura e de algumas individualidades socialistas que assinaram este documento,…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - A do Governador do Banco de Portugal!

O Orador: - … e, mesmo, a do Governador do Banco de Portugal, estavam a ser ouvidas e tudo indicava que esse entendimento poderia ocorrer. Aliás, e sublinho este aspecto, reparei que o Deputado António Costa, quando deu esse sinal de consenso, não falou antes da Sr.ª Ministra das Finanças,…

O Sr. João Cravinho (PS): - Não podia!

O Orador: - … porque quem abriu o debate foi a Sr.ª Ministra das Finanças. Portanto, o Sr. Deputado António Costa falou a seguir a essa intervenção, ou seja, depois de as propostas que agora foram distribuídas por todos os Deputados, através de um documento manuscrito, terem sido explicadas à Câmara, ponto por ponto, em tom sereno, calmo e pausado, como é timbre da Sr. Ministra das Finanças.
Devo dizer, de resto, Sr. Deputado António Costa que, saudando o seu sinal de entendimento, eu, que também intervim depois, e ainda depois do Sr. Deputado, perguntei à Sr.ª Ministra - não que eu não tivesse ouvido, porque já aqui estava e já tinha ouvido uma vez - qual era o ponto concreto do acordo e a Sr. Ministra teve a bondade e a gentileza de repetir, na resposta que me deu, os sete pontos, um por um. Portanto, ouvimos duas vezes a Sr.ª Ministra referir quais eram os pontos. Todos sabíamos quais eram.
Ao longo da tarde, o Partido Socialista oscilou entre as duas coisas.

Vozes do PS: - Não oscilou nada!

O Orador: - Oscilou, porque, a seguir, falou a Sr.ª Deputada Elisa Ferreira, que estava ainda no discurso anterior da explicação do desastre financeiro do Partido Socialista, e, depois, o Sr. Deputado João Cravinho, que também não foi claro sobre essa matéria.

O Sr. João Cravinho (PS): - Então, não oscilou! Se estivemos todos do mesmo lado?!

O Orador: - Portanto, o Partido Socialista oscilou e essa oscilação resulta de uma duplicidade permanente que trouxe para este debate.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Qual é a duplicidade? É que o Partido Socialista ouviu o apelo do Sr. Presidente da República mas, fazendo ouvidos de mercador, disse "Não queremos nem discutir essa coisa do Programa de Estabilidade e Crescimento".

Vozes do PS: - Falso!

O Orador: - A seguir, o Partido Socialista ouviu os comentadores e muitos portugueses dizerem "Era bom que, nesta matéria da consolidação orçamental, do futuro das finanças públicas portuguesas houvesse um pacto de regime" - e eu entendo que só deve haver pacto sobre aquilo que é de regime, porque sobre o resto, teremos, obviamente, soluções diferentes. Depois, ouviu e terá conversado com um conjunto enorme de personalidades e percebeu que tinham de dar ouvidos a essas personalidades, mas, por outro lado, pensou "temos uma política que é sistematicamente radical de dizer que não queremos, de criticar tudo e, portanto, como é que conseguimos sair desta 'fotografia'?".
O Partido Socialista passou uma tarde a tentar sair bem na "fotografia",…

O Sr. João Cravinho (PS): - Ó Sr. Deputado, há algum espelho deste lado?!…

O Orador: - … mas agora, Srs. Deputados, chegou o momento da verdade. E, em democracia, o momento da verdade, no limite, é, obviamente, o momento do voto.
Srs. Deputados, a maioria fez um esforço ao dizer "Querem discutir também outros assuntos? Vamos discutir outros assuntos. Não querem apenas votar a resolução sobre o Programa de Estabilidade? Não