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3160 | I Série - Número 057 | 28 de Fevereiro de 2004

 

empresas, importantes de facto, a imprensa especializada, como, por exemplo, o Diário Económico, afirma, pelo contrário, que, entre outras coisas, algumas das melhores empresas portuguesas estão a desenvolver e a gerir marcas e a dominar os respectivos canais de distribuição num enquadramento estratégico globalizante, e dá exemplos.

Risos da Deputada do PS Elisa Ferreira.

A Sr.ª Deputada ri-se? Então, vou dar-lhe exemplos de empresas: a Calzeus, a Coelima, a Compal, a Lameirinho, a Lanidor. Podia continuar indefinidamente a citar exemplos de empresas portuguesas que, na actual conjuntura, após dois anos de rigor, de contenção, de responsabilidade e bom senso político, estão agora a ter resultados que demonstram que, efectivamente, a retoma está a acontecer e que são capazes de concorrer num mercado globalizado que, de acordo com o vosso discurso, supostamente as conduziria ao encerramento.
Sr. Primeiro-Ministro, já que não tenho tempo para dar outros exemplos, e tinha muitos, a pergunta que lhe deixo é a de saber se estes casos que referi são meramente circunstanciais, casuais, resultam do nada ou se, pelo contrário, como é nossa opinião, resultam destes dois primeiros anos de exercício de mandato e da estratégia, nomeadamente em sede de economia e finanças, que foi traçada pelo Governo para Portugal.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo, agradeço a questão que colocou e penso que o que disse foi muito importante porque chamou a atenção para a economia real.
Há, de facto, sinais encorajadores em termos de retoma, alguns dos quais referi há pouco - o indicador do INE relativo à actividade económica, o indicador do clima económico, o indicador do volume total de negócios, especialmente o indicador do volume de negócios na área dos serviços, o investimento em máquinas e equipamentos, a produtividade do trabalho, o dinamismo das empresas, nomeadamente nos mercados externos, de que V. Ex.ª referiu o espanhol. Há ainda um dado muito interessante, que é o do mercado de capitais, que, embora parta de base muito baixa, tem um dinamismo impressionante. Por que é que isso acontece?

A Sr.ª Elisa Guimarães Ferreira (PS): - Desceu tanto que agora só pode subir!

O Orador: - Acontece porque muitas das nossas empresas, não apenas as cotadas em Bolsa, procederam a reestruturações muitíssimo importantes. De uma forma geral, as nossas empresas estão melhor hoje do que há alguns anos atrás. A cultura de rigor e de exigência passou também para o tecido empresarial.
Quando os investidores arriscam, quando os investidores internacionais voltam ao mercado português, não estão a fazer apostas no ar, estão a colocar o seu capital porque acreditam. Por isso, a retoma económica, mais do que anunciar-se, sente-se, está aí. Sempre dissemos, de modo prudente, que será uma retoma gradual, mas será uma retoma segura.
A verdade é que hoje, de uma maneira geral, as empresas estão melhor. Passou a mensagem de rigor, reestruturaram-se e estão a conseguir melhores resultados. É isso que traduzem os sinais do mercado de capitais e as expectativas em termos de volume de negócios. Ao longo do ano, assistiremos à consolidação destas expectativas.
É por isso que me custa ver a falta de sentido de Estado de algumas forças da oposição, porque, julgando que, de contrário, estariam a facilitar a vida ao Governo, não querem reconhecer que a capacidade de adaptação do nosso tecido económico foi, de facto, notável.

O Sr. Eduardo Ferro Rodrigues (PS): - É preciso ter lata!

O Orador: - Há poucos países, talvez mesmo nenhum país da Europa, que tenham conseguido, em tão pouco tempo, mostrar esta flexibilidade e esta capacidade de adaptação em termos de correcção do desequilíbrio externo a que estávamos sujeitos.

A Sr.ª Elisa Guimarães Ferreira (PS): - Está a delirar!