O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3166 | I Série - Número 057 | 28 de Fevereiro de 2004

 

continuam a querer impor aos portugueses.
Quanto aos casos concretos dos trabalhadores, que V. Ex.ª referiu, digo-lhe: não faça demagogia!

O Sr. Rodeia Machado (PCP): - Demagogia faz o senhor!

O Orador: - Qual era a solução? V. Ex.ª acredita sinceramente que se nas nossas empresas têxteis, por exemplo, fossem agora praticados os salários que são praticados na Suiça ou na Alemanha aquelas empresas sobreviveriam?
V. Ex.ª não está a par do papel, que é muito mais construtivo, que os sindicatos, incluindo os ligados à Intersindical, estão a ter? É que é provável que, na próxima semana, haja algum acordo entre as confederações do sector têxtil e os próprios sindicatos, os quais estão a evidenciar uma posição de responsabilidade que V. Ex.ª não tem.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Portanto, a questão é esta: qual é a alternativa? É que a política é uma questão de alternativas e, se não fôssemos por este caminho que estamos a seguir, seria muitíssimo pior para a economia portuguesa e para os trabalhadores portugueses. Esta é que é a verdade.
V. Ex.ª queixa-se de que nós só teremos a convergência em 2006 ou depois. Mas, se fôssemos pelo caminho que propõe, nem em 2006, nem em 2010, nem em 2020, porque Portugal perderia diariamente competitividade, porque as nossas empresas (o nosso tecido económico), pura e simplesmente, não aguentariam a concorrência a que estariam a ser sujeitas.
Sr. Deputado, o que se está a passar é muito sério.

O Sr. Honório Novo (PCP): - Pois é!

O Orador: - O Sr. Deputado sabe que, neste momento, a China, a Índia, a Indonésia e outros países do sudeste asiático conseguem colocar cá produtos a preços muitíssimo mais baixos do que os nossos?
O nosso grande problema é o da competitividade, da competitividade global. E V. Ex.ª ainda está a pensar no velho modelo da luta de classes, de pôr os trabalhadores contra os empresários, para destruir as empresas! Pelo nosso lado, estamos a favor das empresas.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Temos é de dar condições às nossas empresas para elas poderem competir no mercado global com as empresas chinesas, indianas, indonésias que estão no mercado europeu. Essa é que é a grande questão.
Felizmente, os sindicatos já começam a perceber isto.

O Sr. Presidente: - Sr. Primeiro-Ministro, o seu tempo esgotou-se.

O Orador: - Os sindicatos já perceberam isto. Já perceberam que não é com um modelo fechado, um modelo de pura luta de classes sindical, um modelo de reivindicações excessivas e demagógicas, que Portugal vai lá.
E os trabalhadores portugueses começam hoje a reconhecer que valeu e vale a pena fazer alguns sacrifícios no curto prazo para assegurar uma retoma sustentável no médio e no longo prazo.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, vangloria-se, e bem, de ter vindo muitas vezes ao Parlamento. Acredite que é com grande entusiasmo que o vemos aqui todos os meses, porque estes são os melhores debates para esclarecer o futuro do País.
Há uma hora e meia que nos está a falar de economia. Certamente, teria a nossa consideração, Sr. Primeiro-Ministro, se, de facto, cumprisse aquilo que disse na sua primeira intervenção: apresentar contas certas ao País.
No entanto, parece-me que trocou os papéis com os da sua intervenção anterior, porque foi há um mês que nos veio falar de 1000 milhões de euros para a Sociedade do Conhecimento, ou seja, o que era a grande notícia há um mês voltou a ser a grande notícia agora (e já se tratava de dinheiros que vinham de