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3174 | I Série - Número 057 | 28 de Fevereiro de 2004

 

renováveis, que em Portugal é 10 vezes inferior à da Grécia - e a Grécia não é, propriamente, uma paradigma de ultra-modernidade -, é um problema e um entrave à economia!
O Sr. Primeiro-Ministro ainda é daqueles que pensa que quanto mais poluirmos mais vamos desenvolver e que isso é óptimo, o que, além do mais, é a prova de que aquilo que aconteceu em Portugal no ano passado - a tragédia dos fogos florestais e o facto de milhares de pessoas terem morrido em resultado da vaga de calor - é algo que o Sr. Primeiro-Ministro ainda não interpretou.
Penso ser totalmente inadmissível, para qualquer decisor político, para alguém com responsabilidades, no plano europeu particularmente, para quem tem, em relação a todas estas matérias, um papel decisivo e pioneiro, não ter compreendido que o que está em causa são questões de sobrevivência e são desafios de modernidade. Isto o senhor ainda não compreendeu! Ainda não foi capaz de interpretar e de incorporar na sua acção aquilo que a ciência e o desenvolvimento tecnológico consideram como dever incorporar-se nas decisões políticas.
E, Sr. Primeiro-Ministro, é certo que Portugal é um país ultra-periférico, mas é uma tristeza que alguém, seja quem for, no nosso país, ainda tenha um atraso tão grande na compreensão e na leitura de todos estes fenómenos!

Vozes de Os Verdes e do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Castro, desculpe que lhe diga, mas V. Ex.ª é que é ultraperiférica em relação às preocupações dos portugueses.

Risos do PSD e do CDS-PP.

V. Ex.ª fala de poluição, mas saiba que pratica a "poluição intelectual" com grande vigor!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos de Os Verdes, do PCP e do BE.

A Sr.ª Deputada está, sistematicamente, a pôr na minha boca coisas que eu não disse; está a dizer exactamente o contrário do que eu disse, atribuindo-me isso. Não está certo! V. Ex.ª tem o direito de dizer o que entende; não tem é o direito de dizer que eu disse o que não disse.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Disse!

O Orador: - Sou a favor da ecoeficiência, sou a favor da economia sustentável, sou a favor de um desenvolvimento que, em todas as suas fases, tome em consideração a preocupação ambiental. É V. Ex.ª quem está atrasada, porque não sabe que, no actual debate europeu - e não sou eu que o digo, foi a comissária responsável pelos transportes, a Comissária Loyola de Palacio, que o disse (veja a entrevista publicada esta semana) -, provavelmente, a União Europeia terá de rever o Protocolo de Quioto, se os nossos parceiros não o aplicarem.

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Olhe que belo exemplo!

O Orador: - E isto porque, além de importante, a questão ambiental tem, ao contrário da dos direitos das crianças que também é uma questão essencial, uma dimensão de competitividade que não se aplica, obviamente, Sr.ª Deputada, e peço desculpa pela infelicidade da comparação, à violação dos direitos das crianças ou aos maus tratos das crianças - são duas coisas distintas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Há, portanto, um problema de competitividade.
O Governo português e os governos europeus, que estão tão determinados como nós na questão ambiental,…

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Não estão nada!