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3539 | I Série - Número 064 | 18 de Março de 2004

 

É indiscutível que, em Espanha, houve um erro. É indiscutível que os governos devem exercer a gestão da sua política de informação em função da verdade e atendendo sempre à verdade e que o governo espanhol cometeu um erro na gestão dessa mesma informação. Para além de factores que são normais, como o fechar de um ciclo de oito anos, em que perdeu o centro-direita e ganhou a esquerda democrática, dentro da normalidade, poderá ter havido um erro.
Em qualquer caso, Sr. Deputado, para além daquilo que é, do ponto de vista do progresso do país e da economia, o excelente resultado de oito anos de governação do Sr. Aznar,…

Vozes do CDS-PP: - O que é importante!

O Orador: - … não deixaria de sublinhar o seguinte facto: os políticos portugueses, quando criticam as posições de políticos espanhóis, designadamente de políticos do PP espanhol, sobre a questão do terrorismo e dos erros que tenham sido cometidos, deviam ter, a meu ver, alguma contenção e alguma moderação.

O Sr. Marco António Costa (PSD): - Sim, senhor!

O Orador: - E alguma contenção e alguma moderação, por uma razão simples: é que nenhum dos senhores sabe o que é estar perto de uma bomba da ETA, nenhum dos senhores conhece de perto esse tipo de violência, enquanto que o próprio Presidente do Governo, Aznar, foi vítima de um atentado, ao qual sobreviveu quase por milagre. Isso implicaria, do meu ponto de vista, alguma contenção e algum respeito.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Por outro lado, Sr. Deputado, quero dizer-lhe o seguinte: do nosso ponto de vista, o terrorismo é uma ameaça, é uma ameaça importante, que tem de ser combatida através da união dos europeus e de laços transatlânticos sólidos. Por isso, não errámos, tomámos a opção certa nessa matéria e mantemo-la.
Agora, Sr. Deputado, há algo que não é aceitável e que os senhores fazem muitas vezes, que é uma espécie de terapia de substituição: é insinuar que os culpados do terrorismo são as democracias ou os primeiros-ministros das democracias e não os terroristas.
Ora, os culpados são os terroristas. São sempre os terroristas!

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Termino, perguntando-lhe, Sr. Deputado, se esse seu entusiasmo pela Espanha tem ou não a ver com os resultados da Esquerda Unida.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, a primeira pessoa a quem tem de dizer que não devia imiscuir-se e interessar-se tanto pela campanha eleitoral e pela política espanholas é ao Primeiro-Ministro Durão Barroso, que foi discursar a um comício do PP espanhol,…

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - E em espanhol!

O Orador: - … onde até garantiu o apoio de Portugal ao próximo futuro - felizmente, afastado - governo do PP.

O Sr. Honório Novo (PCP): - Exactamente!

O Orador: - Portanto, proponho-lhe que, nos próximos encontros com o Sr. Primeiro-Ministro, lhe transmita essa sua opinião, que me parece "assentar que nem uma luva" ao Dr. Durão Barroso.
A minha intervenção não foi sobre a Espanha, Sr. Deputado. Penso que os acontecimentos, em Espanha, merecem uma análise séria, porque são importantes para todos os que se preocupam com a democracia e com o exercício dos direitos democráticos, mas a minha intervenção não foi sobre isso. Foi para