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3619 | I Série - Número 065 | 19 de Março de 2004

 

dizia, há dias, um empresário, citando Vítor Cunha Rego, que "é contra o vento que se levanta voo".
É certo que os portugueses em geral ainda não sentiram os efeitos das novas políticas. E, em nome da verdade, é preciso dizer que ainda levará algum tempo para que cada português sinta plenamente os efei-tos da profunda mudança que está em curso.
Mas duas certezas temos, Sr. Presidente e Srs. Deputados: a primeira é que cada um dos próximos anos vai ser melhor que o anterior, porque criámos uma base sólida de crescimento e só assim é possível ter ganhos que não sejam efémeros, só assim é possível sair do "pára-arranca" em que tantas vezes temos vivido; a segunda é que os que nos criticam não têm qualquer alternativa credível, porque, se a tivessem, se soubessem fazer melhor, tê-lo-iam feito quando estiveram no governo com uma situação económica externa excepcional.
Mas não nos deixaremos vencer pela crítica fácil ou pelo aproveitamento oportunista das dificuldades que os empresários, os trabalhadores e os portugueses em geral têm sentido, escondendo que a verdadeira origem dessas dificuldades foram as suas políticas irresponsáveis. Nunca cairemos nessa tentação de "ati-rar a pedra e esconder a mão". A nossa forma de estar e de governar é outra: com reformas, com objecti-vos e com ambição; com os olhos postos no futuro e com a obsessão de colocar Portugal ao nível dos melhores.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Inscreveram-se para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Bruno Dias e Heloísa Apolónia, mas o Governo já não dispõe de tempo para responder.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr.ª Presidente, o Grupo Parlamentar do PCP cede 1 minuto.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - O PCP cedeu 1 minuto e a Mesa concede mais 1 minuto para que o Sr. Ministro possa responder aos dois pedidos de esclarecimento.
Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Sr.ª Presidente, o Sr. Ministro da Economia falou em valorizar empresas com a política económica, por isso pergunto-lhe, antes de mais, se considera que houve valorização, e em que termos, de empresas como a Jerry Weber, a Yazaki Saltano, a C&J Clark, a Vestus e a Brax, que responderam à tal política económica para atrair investimento, levantando a "tenda" e arrancando do País.
Portanto, criando mais riqueza para distribuir mais riqueza, não vamos lá, Sr. Ministro. Por isso eu gostava que esclarecesse melhor esta questão, porque não aconteceu nem uma coisa nem outra.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

O Orador: - O País está a produzir cada vez menos, e já estamos no 6.º trimestre consecutivo a criar menos riqueza, e o fosso, em termos de concentração de riqueza, é cada vez maior.
Uma última referência, não menos importante, sobre a Bombardier, que, como sabe, não é uma empre-sa de esferográficas mas uma empresa especializada num mercado, que não é assim tão vasto e que já demonstrou ter interesse no mercado ferroviário nacional. Trata-se de uma empresa privada, já sabemos porquê, mas a encomenda é pública, a encomenda é para empresas do sector público português. E não nos queiram convencer de que a intervenção do Estado português se resume a uma visita do Sr. Dr. Durão Barroso ao presidente da Bombardier e de uma outra do Sr. Ministro ao Sr. Embaixador do Canadá. Não nos queiram convencer de que nada há a fazer.

Protestos do Deputado do CDS-PP Telmo Correia e contraprotestos do Deputado do PCP Bernardi-no Soares.

Esse falso fatalismo não consegue esconder que há muitíssimas maneiras de combater esse encerra-mento, designadamente através de uma política concreta de intervenção por parte de quem vai encomen-dar, de quem pode lançar essa obra e esse concurso.
Veja o que, há muitos anos, se faz aqui mesmo ao lado, em Espanha!

Vozes do CDS-PP: - Não se faz nada!

O Orador: - Veja o que acontece na Alemanha! Aliás, saiba o Sr. Ministro que a Alemanha era um