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3739 | I Série - Número 068 | 26 de Março de 2004

 

nesta matéria não despertámos agora para o assunto. No ano passado, em Junho, durante a minha visita oficial ao Canadá, falei com o presidente daquela companhia. Temos feito muitas diligências, quer com o governo quer com a própria companhia.
No entanto, quero dizer-vos duas coisas. A primeira é que me choca e surpreende a decisão daquela companhia de encerrar a sua fábrica em Portugal, ainda que saiba que foi uma decisão tomada simultaneamente para sete fábricas em cinco diferentes países da Europa. Choca-me e surpreende-me que, havendo, como há - e já há publicamente -, a manifestação de interesse por parte de outras empresas na compra daquela unidade, a Bombardier aparentemente se mantenha numa posição de intransigência.
Mas quero dizer mais, nomeadamente a todos os operários e trabalhadores da Bombardier que podem estar a escutar-nos e, sobretudo, aos bons entendedores, porque para bom entendedor meia palavra basta: se vier a ser proposta ao Governo qualquer revisão do Plano Director Municipal da Amadora (PDM), o Governo não ratificará! Para bom entendedor meia palavra basta.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Por isso, quero daqui dizer aos trabalhadores e operários desta empresa que continuamos a fazer o que está ao nosso alcance para garantir os seus postos de trabalho. Obviamente que há uma coisa que este Governo, ou qualquer outro, não pode fazer: garantir antecipadamente a uma empresa, seja ela qual for, a vitória em concursos internacionais, que devem ser feitos com a máxima transparência e isenção.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Obviamente!

O Orador: - Mas vamos continuar a desenvolver esforços para garantir, tanto quanto possível, a manutenção dos postos de trabalho naquela área, que é tão importante para a Amadora, para esta grande região que é Lisboa e para o nosso país.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para replicar, o Sr. Deputado Carlos Carvalhas.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sobre o Iraque, queria dizer-lhe o seguinte: alguns países criaram os problemas e agora, perante os problemas, dizem que não há nada a fazer, que temos de continuar. Mas não se tratou de uma ocupação ilegal? Ilegítima? À margem da ONU?

Vozes do PCP: - Foi!

O Orador: - Na base de uma mentira, da mentira das armas de destruição massiva?

O Sr. Honório Novo (PCP): - Exactamente!

O Orador: - O Sr. Primeiro-Ministro ainda não teve aqui a coragem de dizer "enganei-me" ou "fui enganado"… Não é isto uma verdade, uma realidade?

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - E depois o Sr. Primeiro-Ministro vem falar do terrorismo?
Sr. Primeiro-Ministro, o terrorismo, no Iraque, só actua com tanto à-vontade porque existem milhares e milhares de cidadãos revoltados, que se sentem frustrados, indignados, que viram os seus irmãos, os seus filhos, as suas mulheres serem mortos quando eram inocentes e também vítimas de Saddam.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - O Sr. Primeiro-Ministro não entende isto?
Lembro-lhe Brecht, Sr. Primeiro-Ministro: do rio que tudo alaga se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. Há aqui margens que estão e vão continuar a comprimir o povo iraquiano.

Vozes do PCP: - Muito bem!