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3747 | I Série - Número 068 | 26 de Março de 2004

 

Vozes do PCP: - Pois!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - O Sr. Primeiro-Ministro tem de responder politicamente pelas suas acções!

O Orador: - … porque V. Ex.ª está, de facto, a fazer aquilo que nenhuma bancada tinha feito, ou seja, a insinuar e a tentar explorar o medo, ou preocupações legítimas que as pessoas têm, para fins políticos.
Sr.ª Deputada, vou ser absolutamente claro: as acções terroristas que têm vindo a ter lugar, nalguns casos têm a ver com o Iraque mas noutros não têm nada a ver com essa questão. Nada!
Desde logo, a maior de todas, que atingiu Nova Iorque, em 11 de Setembro de 2001, não era uma resposta a uma ocupação, pois ela nem sequer existia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Foi uma loucura respondida com outra loucura!

O Orador: - Neste momento, alguns dos países europeus que estão mais preocupados com a ameaça terrorista e ameaças concretas - isto é público, não estou a violar nenhum segredo de Estado, foi dito pelos seus próprios responsáveis - são países que não só não estiveram presentes no conflito como foram dos mais críticos em relação aos Estados Unidos, nomeadamente a França. A França, neste momento, está em estado de alerta…

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Sabemos porquê!

O Orador: - … e isso não tem nada que ver com a questão do Iraque.
Por isso, aquilo que V. Ex.ª está a fazer é completamente ilegítimo, de um ponto de vista intelectual, de um ponto de vista político, pois está a sugerir que o Governo português tornou Portugal mais vulnerável e isso é falso. É absolutamente falso e recuso-o terminantemente!

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Portugal e o mundo!

O Orador: - V. Ex.ª disse também que, hoje, o mundo está mais inseguro do que estava antes. Mas como é que estaria também o mundo se não tivesse havido reacção?! V. Ex.ª sabe-me dizer isso? Não sabe! O ponto é este: é que não fomos nós que declarámos guerra ao terrorismo, foi o terrorismo que declarou uma guerra contra os nosso valores.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

É fácil dizer que aumentou o número de acções terroristas no Iraque. Com certeza que aumentou, pois com controlo absoluto que exercia a anterior ditadura era muito mais difícil esse tipo de acções terroristas, mas, neste momento, apesar de tudo, há esperança de liberdade e de paz no Iraque.
Por isso, é muito cedo, um ano depois de uma intervenção, fazer um balanço sobre os resultados em termos de segurança internacional. É muito cedo, repito, é prematuro. Como é que estava a Bósnia um ano depois da intervenção multinacional? Hoje, está inequivocamente melhor do que quando havia aquela carnificina, mas, provavelmente, ainda estamos longe de uma solução definitiva e no Iraque vai demorar anos e anos.
Nunca prometi soluções fáceis na questão do Iraque, mas o que me custa e o que verdadeiramente não compreendo é como é que pessoas ou forças políticas que se dizem progressistas podem, na realidade, pactuar com aquilo que seria uma regressão de séculos, que seria o terrorismo fundamentalista.
Como é que é possível? Como é que é possível que forças que se dizem progressistas não condenem em absoluto qualquer acção do tipo do radicalismo islâmico e não apoiem os esforços da comunidade internacional para pôr fim a essa praga que é o terrorismo fundamentalista?! Esse é que é o ponto!
Sr.ª Deputada, para o caso de não ter reparado, o mundo está em guerra, repito, o mundo está em guerra e não fomos nós que a declarámos, foram os terroristas que a declararam, em Nova Iorque, em 11 de Setembro, e nós temos de responder a essa guerra e a essa ameaça.
A história da humanidade mostra que não é com negociações, nem com cedências, nem com adiamentos que se resolve o problema da nossa segurança. Esta guerra contra o terrorismo é uma guerra que exige firmeza, determinação e um esforço sustentado ao longo do tempo e é por isso que vos digo: a posição de