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3751 | I Série - Número 068 | 26 de Março de 2004

 

Sr. Deputado Medeiros Ferreira, sempre defendi a ordem internacional, não a defendo só hoje.

Vozes do PS: - Ah!

O Orador: - A nossa posição foi extremamente bem articulada, do ponto de vista do equilíbrio dos nossos interesses. Ainda há pouco, citei a Carta dos Oito, que faz um apelo explícito às Nações Unidas…

O Sr. Medeiros Ferreira (PS): - Rasgue a Carta dos Oito!

O Orador: - A Carta dos Oito termina, dizendo que a Carta das Nações Unidas atribui ao Conselho de Segurança a tarefa de preservar a paz e a segurança internacionais. E acrescentamos, no fim, que estamos confiantes que o Conselho de Segurança estará à altura das suas responsabilidades. Citamos ainda a Resolução 1441, unanimemente aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Subscrevo na íntegra tudo o que escrevi na altura, acompanhado de outras personalidades, grandes personalidades, como Vaclav Havel, com o qual me orgulho de ter participado na redacção desta Carta.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Deputado Medeiros Ferreira, Portugal tomou uma posição por causa dos seus valores e interesses - os valores, a liberdade e a democracia; os interesses, a segurança e a credibilidade junto dos seus aliados. Mudaram os valores? Mudaram os interesses? Não! Então, Portugal não vai mudar a sua posição!
Se outro país anuncia que vai mudar a sua posição, esse país é que tem de justificar por que razão o faz. Mas Portugal não muda a sua posição.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Só faltava que Portugal mudasse a sua posição por causa de uma eleição num país vizinho! Isso seria perder a sua independência! Só faltava que, por causa de um atentado terrorista, Portugal mudasse a sua posição! Isso seria cedermos numa questão de princípio, seria renunciarmos à nossa dignidade!

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Por isso lhe digo que a nossa posição é correcta.
Quanto à posição que tomámos no âmbito partidário, tomámo-la como é normal nas famílias políticas europeias. Não estou arrependido dela.

O Sr. António Costa (PS): - Mas faz mal!

O Orador: - Mas quero dizer-lhe o seguinte, Sr. Deputado: para mim, os interesses de Estado sempre estiveram acima de qualquer consideração de natureza político-partidária. Estou a demonstrá-lo, por exemplo, no apoio que estou a dar, sem falhas, ao vosso distinto militante, que é, hoje em dia, membro da Comissão Europeia.

O Sr. Medeiros Ferreira (PS): - Está a prometer-lhe uma coisa que não lhe pode dar!

O Orador: - Para nós, há famílias políticas europeias mas temos uma preocupação de sentido de Estado que gostaríamos que houvesse também da vossa parte.
V. Ex.ª chamou-me "excessivo", mas deixe-me que lhe diga, Sr. Deputado Medeiros Ferreira,…

O Sr. Medeiros Ferreira (PS): - Foi um eufemismo!

O Orador: - … que V. Ex.ª, às vezes, também é "excessivo", pelo menos na opinião que tem de si próprio.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Medeiros Ferreira (PS): - Isso faz-lhe impressão, eu sei!