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0082 | I Série - Número 002 | 17 de Setembro de 2004

 

Inocentes, sem culpas por quaisquer estratégias internacionais erradas, por opções políticas tantas vezes argumentadas, ou por razões de agravo de quem quer que fosse. Inocentes aos olhos de todos que, apesar desse facto, foram premeditadamente escolhidos como alvo e objecto do terror, precisamente para que esse mesmo terror ainda se pudesse revelar mais expressivo, mais louco e mais assustador aos nossos olhos e, desde logo, daqueles que nas sociedades ocidentais têm obrigação de combater esse terrorismo.
Mas pelo menos agora também na Assembleia da República é possível perceber uma evolução, não totalmente perceptível, mas que, ainda assim, de certa forma, já se antevê na atitude de alguns.
E nesta evolução uma esperança para a união em volta do esforço daqueles que têm a obrigação de garantir a vitória das democracias e das liberdades face aos esforços de todos os tiranos e de todos os opressores que as querem pôr em causa.

Aplausos do CDS-PP.

Hoje, decorridos alguns meses desde que o mundo decidiu defender-se, também aqui, na Assembleia da República, a atitude parece ser outra.
Dentro de momentos, sem que isso seja exemplo, discutiremos um voto de solidariedade para com as vítimas de Beslan, que é também o sinal dessa mudança, de quem, nos factos terríveis mas reais, não pode deixar de perceber onde está o inimigo e onde todos, por unanimidade, nos devemos colocar para o combater,...

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - … num esforço que só pode ser de toda a comunidade internacional.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - É que agora, perante a evolução do conflito e a contínua radicalização da acção dos assassinos que colocam bombas em locais de concentração de populares e em locais de culto, que matam crianças, que raptam e degolam civis, melhor se percebe e se agradece a reacção dos países e dos governos que optaram por reagir.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Como melhor se percebe que, num passado recente, o Governo português tenha decidido ser parte desse esforço, sem hesitações nem tibiezas, de resto, legitimado também por sucessivas resoluções das Nações Unidas.
Nestas resoluções, a comunidade internacional reconheceu as responsabilidades específicas do comando anglo-americano e apelou ao esforço de toda a comunidade internacional para restaurar as condições de estabilidade e segurança no Iraque. Assim o tem ajudado a fazer Portugal, sempre consciente de todos os riscos da missão que ainda não terminaram.
Mas esta, afinal, é uma luta das democracias e dos defensores da liberdade pela sobrevivência de valores fundamentais que tardaram séculos e que, no nosso caso, custaram milhões de vidas até serem alcançados.
Neste momento, damos passos decisivos da luta contra um terrorismo que é cada vez mais visivelmente uma ameaça à escala mundial. A consolidação de um regime democrático no Iraque, onde a população possa finalmente decidir do seu destino, é exemplo disso mesmo e é tarefa de todos.
Mas outros passos se lhe deverão seguir. Importante é que todos nos empenhemos nesse caminho, que é o único dos caminhos possíveis, para que aqueles que, apesar de tudo, ainda vão reclamando por uma intervenção realizada sem que armas de destruição maciça apareçam, não tenham mais tarde de lamentar por não terem sido suficientemente procuradas. E quanto mais não seja para que, mesmo que nunca se encontrem tais armas, se possa garantir, numa lógica de legítima defesa que também é preventiva, que por alguns tais armas nunca serão conseguidas.

O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Percebam que há uma motivação de alguns que nos é hostil e que se esses, a par dessa motivação, conseguirem em algum momento os meios e a tecnologia poderão também ter conseguido toda a diferença. É essa diferença que nos cumpre garantir que nunca seja alcançada - por nós, pelas sociedades ocidentais, pela liberdade, pela democracia.