O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE NOVEMBRO DE 2006

9

Vozes do PSD: — Oh!…

O Orador: — Só, mas arrogante, um homem que não aceita as críticas e vive do confronto permanente com as instituições da cidade para, no meio da confusão, desviar as atenções do fracasso da sua gestão, da ausência de um projecto para a cidade e do incumprimento de grande parte das suas promessas eleitorais.
Como no Porto já todos perceberam, quem não concorda com Rui Rio é rapidamente rotulado e tratado como um inimigo da cidade e dos seus interesses. Foi assim com os clubes de futebol da cidade, com todos os que se opuseram à megalomania irresponsável do Túnel de Ceuta, com os moradores do bairro de Aldoar, que apenas teimavam e desejavam uma habitação condigna, e é também assim com os jornalistas, que — suprema heresia —, persistem em fazer perguntas nas conferências de imprensa com o Sr. Presidente Rui Rio.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Orador: — O último alvo deste «clima geral de hostilidade que se sente na cidade do Porto» — para citar o Sr. Deputado Pedro Duarte — são os artistas. O anúncio de que vai cortar todos os subsídios camarários às actividades culturais é todo um programa sobre o seu entendimento da democracia e da cultura, que surge duas semanas depois da contestação dos meios artísticos e de alguns sectores da cidade contra o abandono e a indiferença a que Câmara votou o Teatro Rivoli.
Rui Rio decidiu-se pela retaliação. No pequeno mundo do Sr. Presidente, as críticas ao seu mandato pagam-se caro, e pagam-se com o dinheiro dos contribuintes.
Segundo Rui Rio, a Câmara não tem dinheiro e tem de cortar em algum lado, até porque existe um «preocupante fenómeno de desajustada subsidiodependência». A demagogia, Sr.as e Srs. Deputados, tem destas coisas mas, de facto, não se «aguenta» cinco segundos.
Tentando agitar as pessoas contra o «despesismo» dos criadores culturais, Rui Rio esqueceu-se de dizer que o valor em causa, cerca de 200 000 €, é 12 vezes inferior à despesa com a propaganda camarária, que atinge 2,5 milhões de euros, um valor que serve para, entre outras coisas, pagar o site institucional da Câmara Municipal do Porto, um instrumento de luta partidária, pago com o dinheiro dos contribuintes e que mais parece ser redigido pelo ex-ministro da informação do Iraque.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Uma vergonha!

O Orador: — Quanto à subsidiodependência, ela só parece preocupar Rui Rio quando estão em causa as criticas à sua gestão, ou não tivesse sido a Câmara Municipal do Porto a principal financiadora dos milhões gastos numa corrida de calhambeques nas ruas da cidade. Tudo isto, e apenas, porque o Sr. Presidente da Câmara é um confesso apreciador de carros antigos e gosta de conduzir e deixar-se fotografar ao volante das «Donas Elviras».

Protestos do PSD.

Para quem, como Rui Rio, gosta de se apresentar como um rigoroso e impoluto defensor dos dinheiros públicos, um acérrimo crítico dos vícios da chamada subsidiodependência, a gestão camarária no Porto é um bom exemplo de promiscuidade política que Rui Rio tem promovido.
Se existe um problema de contas na Câmara Municipal do Porto, se existe um «preocupante fenómeno de desajustada subsidiodependência», como diz Rui Rio, a responsabilidade é, como não podia deixar de ser, do próprio Rui Rio e dos critérios que determinam as suas escolhas e decisões.
Apenas para falarmos na empresa responsável pela divulgação e promoção de actividades de lazer e desporto, a conhecida Porto Lazer, registamos a nomeação, sem concurso, de um ex-deputado do PSD para um dos cargos da Porto Lazer, um verdadeiro e autêntico mistério. Não se conhece nada no seu passado, no seu currículo que recomende este ex-Deputado do PSD para esta nomeação.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Uma vergonha!

O Orador: — O mesmo acontece com a irmã do vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, nomeada para a direcção da Culturporto – Associação de Produção Cultural, um caso estranho de sucesso na acelerada conversão profissional de uma engenheira alimentar em responsável pelas actividade culturais, e que tem o patrocínio de Rui Rio.
O problema de Rui Rio não é a subsídiodependência, nem tão-pouco acabar com ela, caso exista. Olhando para a sua gestão, é óbvio que nunca poderia ser esse o seu problema. O problema de Rui Rio, aquilo que o determina, é exactamente o contrário, é construir, instalar e impor uma subsídiodependência que compre fidelidades políticas e eleitorais. Esse é o seu objectivo!