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I SÉRIE — NÚMERO 23

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Mas há uma outra diferença: mais uma vez, as medidas inseridas no Orçamento do Estado não discriminam positivamente os mais altos rendimentos, não discriminam negativamente os mais baixos rendimentos. E, portanto, o novo quadro legal é francamente mais favorável para os deficientes das Forças Armadas, em especial para aqueles de mais baixos rendimentos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Rebelo.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, vou ser muito rápido.
O Sr. Deputado Afonso Candal ainda não percebeu a lógica do debate desta bancada. O CDS-PP não faz cálculos como o Sr. Deputado está a fazer, no sentido de saber se vamos tirar mais a quem ganha mais, aos portadores de deficiência das Forças Armadas, para dar mais regalias a pessoas portadoras de deficiência com menos rendimentos. A questão de fundo é que os senhores estão a mexer em pessoas que são portadoras de deficiência e nesta questão não podemos saber quem tem mais ou menos rendimentos. A questão de fundo é esta! Se os Srs. Deputados querem fazer mais justiça social em relação às pessoas portadoras de deficiência, vão buscar verbas a outro sítio, não podem é retirar regalias a quem tem mais para ajudar quem tem menos.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Isso é como no caso dos autarcas!

O Orador: — E, Sr. Deputado, se as propostas do PS são tão boas, explique-me por que é que todas as associações representantes de pessoas portadoras de deficiência estão contra elas! Pode explicar-me isto? Se as vossas propostas são tão boas por que é que toda a gente está contra elas?! Não faz qualquer sentido o que está a dizer, porque as vossas propostas não são boas!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Eles têm «palas»!

O Orador: — Se o Governo entender dar mais vantagens, mais regalias, mais ajudas às pessoas portadoras de deficiência, o nosso partido apoiá-lo-á neste projecto. Porém, estas propostas em sede de Orçamento não vão ao encontro dessa vontade do PS, porque o que estão a fazer é um «apartheid» entre pessoas portadoras de deficiência com mais rendimentos e pessoas portadoras de deficiência com menos rendimentos, e isto não pode acontecer! É tão simples quanto isto! Portanto, partimos de uma posição de princípio diferente da vossa, não fazemos pequena política em relação a esta matéria.

Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — Os senhores não têm qualquer sensibilidade social!

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, voltando ao rico Deputado João Rebelo, gostava de dizer o seguinte: V. Ex.ª, de facto, não faz contas e, mesmo do ponto de vista da elaboração das propostas, também tem alguma dificuldade na sua redacção. E isto porque, se vir com atenção a norma transitória que o CDS-PP propõe — desde logo ela ficaria, em qualquer circunstância, muito aquém da dimensão e da profundidade da norma transitória proposta pelo Grupo Parlamentar do PS, portanto, esta, sim, é que VV. Ex.as devem votar favoravelmente, mas, depois, veremos —, ela diz, por exemplo, que se aplica o quadro antigo, no que diz respeito aos benefícios fiscais (e esquecem todas as normas do Código do IRS que são revogadas), aos rendimentos obtidos no ano económico de 2007, o que quer dizer que só se aplicaria em 2008.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Aplicar-se-ia o mais favorável!

O Orador: — Isto significa que o vosso regime de transição tinha um hiato em 2007 para ter uma existência em 2008, para depois deixar de existir, a partir de 2009.
Portanto, Sr. Deputado, o que aconselho é que faça contas para saber do que está a falar, que não fique pelas ideias vagas e genéricas.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Fale dos deficientes das Forças Armadas!