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15 DE DEZEMBRO DE 2006

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O Orador: — Recordo-lhe uma intervenção de V. Ex.ª do dia 16 de Fevereiro de 2006, precisamente aquando do debate do projecto de lei n.º 184/X, para a criação de um observatório de segurança, apresentado pelo CDS-PP. V. Ex.ª dizia o seguinte: «O Grupo Parlamentar do PS congratula-se com os programas e iniciativas que já se desenvolvem neste sentido, uns em continuidade outros recentemente implementados».
Meses depois, Sr.ª Deputada, o que é que temos? 2500 vítimas, num só ano, de violência escolar. De duas uma: ou não tomaram medidas ou as que tomaram estão erradas, e por isso é que a Sr.ª Deputada, e percebo porquê, voluntariosamente, veio aqui dizer «bom, ainda vamos tomar medidas!» Mas é um pouco essa a praxis do PS nesta matéria.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É verdade!

O Orador: — Falou em Espanha, França e Itália. Com certeza que conhece a legislação desses países, pelo que, com certeza, sabe que tem regras muito próximas das que o CDS-PP propôs nos projectos de lei que apresentou em Fevereiro — repito, em Fevereiro — e que VV. Ex.as recusaram.
Portanto, não vou fazer um pedido de esclarecimento a um pedido de esclarecimento, mas deixo no ar, em jeito de pergunta, um desejo: desta vez, Sr.as e Srs. Deputados do Partido Socialista, oiçam o CDS-PP, preocupem-se com este problema, não fiquem presos a preconceitos ideológicos da extrema-esquerda e aprovem os diplomas, para que todos o possamos resolver. Caso contrário, é mais do mesmo: laxismo, permissividade e uma Ministra que diz que tudo são meras brigas entre alunos.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Santos Pereira.

O Sr. Fernando Santos Pereira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas, Srs. Deputados: Vamos falar sobre o transporte colectivo de crianças.
E, sobre isto, ao contrário do que genericamente se possa pensar, temos a dizer que o Governo, não sabemos com que intuito, adiou a possibilidade de aplicação prática da legislação do transporte de crianças.
Parece estranho, mas é a realidade.
Hoje, a lei do transporte colectivo de crianças, por não estar ainda com a regulamentação em vigor, é praticamente ineficaz por culpa de um Governo que se preocupa mais com a publicitação e organização de eventos do que com a segurança das crianças portuguesas.

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Mas vamos aos factos.
Esta Assembleia aprovou, por unanimidade, em Abril de 2005, projectos de lei apresentados pelo PSD, pelo CDS-PP e por Os Verdes, relativos ao transporte colectivo de crianças.
Na apreciação, em sede de especialidade, a Subcomissão de Segurança Rodoviária empenhou-se em apresentar um texto consensual que acolhesse os contributos dos projectos aprovados e dos subsequentes trabalhos desenvolvidos.
Após a realização de múltiplas reuniões, nas quais foram auditados o Governo, os parceiros sociais, as associações de defesa do consumidor e outras ligadas ao sector, bem como as organizações que superintendem em matérias de tráfego e segurança rodoviária, foi possível chegar a um texto final.
Nele se plasmou o trabalho de todos os grupos parlamentares e um compromisso equilibrado, realista e de início de caminho na defesa da segurança das crianças no transporte em viaturas afectas a esse fim.
Esse texto final foi aprovado, em votação final global, por unanimidade.
No normativo, além de confluírem as opções de todos os partidos com representação parlamentar quanto a um problema de enorme sensibilidade e que preocupa todos os cidadãos, em geral, e os pais, em particular, aponta-se num claro sentido de defesa e protecção das crianças.
Ganhou assim corpo a Lei n.º 13/2006, de 17 de Abril, lei esta de que todos nos orgulhamos, porque, além de ser um diploma inovador, visou suprir uma lacuna essencial para uma perspectiva global do conceito de segurança rodoviária.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!

O Orador: — Estamos conscientes que não é um documento perfeito mas introduz, sem quaisquer dúvidas, um conceito dinâmico, pró-activo, que não fica à espera que o acidente aconteça.
A vida das nossas crianças é um valor fundamental para todos os portugueses e, por isso, estamos atentos à aplicação prática da nova lei, bem como a um balanço que necessariamente se deve fazer, para avaliar a sua importância e adequação à realidade.