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18 | I Série - Número: 044 | 2 de Fevereiro de 2007

de gravidez e uma proposta de pergunta que se reconduz a isso mesmo.(…)

Risos do Deputado do BE Francisco Louçã.

(…) É o reconhecimento implícito, embora tardio, de que o PSD sempre tivera razão.»

Risos do Deputado do BE Francisco Louçã e de Deputados do PS.

Ó Sr. Deputado Luís Marques Guedes, peço desculpa, mas o Sr. Deputado é que tem de perguntar ao Sr. Deputado Luís Marques Mendes por que é que ele anda pelo País inteiro a dizer que a pergunta é «enganosa»!…

Vozes do BE e de Deputados do PS: — Exactamente!

A Oradora: — Isso é que tem de ser devidamente colocado! Votou…, aliás, votou e assinou!… Sr. Deputado Luís Marques Guedes, eu não estou aqui a fazer esse tipo de campanha que o Sr. Deputado quis dizer que eu estava a fazer. E também quero dizer-lhe, com toda a frontalidade, que respeito as convicções de todos e de todas. Respeito, inclusivamente, as convicções de quem defende o voto «não» no próximo referendo. Não estou de acordo com eles! Penso que o seu voto será perdido, mas respeito, com certeza! Agora, eu não posso é deixar de questionar a coerência daquilo que todos nós votámos favoravelmente.
Em nome de quê? Em nome do debate sereno — é verdade! — e do debate esclarecido sobre aquilo que está em causa. E nesse sentido, Sr. Deputado Bernardino Soares — a quem também agradeço as questões que colocou —, de facto, o senhor tem razão naquilo que diz e na deturpação da pergunta, aqui aprovada, que está a ser feita, tantas vezes, em muitas acções de campanha, como temos verificado.
Com isto também respondo à Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, que me diz: «é bom relembrar o que está em causa». É verdade: «é bom relembrar o que está em causa»! E «o que está em causa» é uma pergunta muito concreta e muito clara, que questiona se devemos continuar a manter no Código Penal o artigo 140.º, que diz que uma mulher que realize uma interrupção voluntária da gravidez pode ser presa até 3 anos.
Esta é a questão fundamental, esta é a pergunta que o País nos fez, e que nos fez sempre que houve um julgamento divulgado pelas televisões. Esta é a pergunta que todos os portugueses e portuguesas fizeram quando viram a humilhação dos julgamentos das mulheres.
No próximo dia 11 de Fevereiro, vamos ter a oportunidade de responder a esta pergunta.

Aplausos do BE e de Deputados do PS.

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado Luís Marques Guedes pediu a palavra para a defesa da honra e consideração da bancada.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Ora, essa?!

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, de imediato, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Sr. Presidente, pedi, de facto, a palavra para a defesa da consideração, não, da honra.

Vozes do PS: — Ahhh!…

O Orador: — Porque, de facto, a Sr.ª Deputada Helena Pinto leu um extracto da minha intervenção no último debate sobre esta matéria, mas eu tenho memória e sei o que disse. E, portanto, preciso, para consideração exacta desta bancada, de recolocar a questão nos termos exactos do resto da minha intervenção, cuja transcrição no Diário a Sr.ª Deputada aí tem.

Protestos do Deputado do BE Francisco Louçã.

Quando eu afirmei, na minha intervenção, que a pergunta, agora («agora» era na altura daquele debate) se reconduzia ao texto, então, aprovado, como explico na parte inicial do meu discurso — não preciso de ir lê-lo, porque me lembro perfeitamente do que escrevi e do que disse — foi porque fiz a denúncia de que o Partido Socialista, na primeira vez, nessa legislatura, que discutíramos o assunto nesta Assembleia, apresentava uma pergunta, quando, no texto do diploma que pôs a votação e que votou na generalidade, propunha duas coisas completamente distintas: propunha a liberalização até às 10 semanas e propunha, depois, até às 16 semanas, um outro mecanismo que também permitia o aborto.