19 | I Série - Número: 044 | 2 de Fevereiro de 2007
Protestos do PS.
E omitia isso na pergunta ou nas perguntas a colocar a referendo. Isso mesmo, Sr.ª Deputada, foi denunciado também por mim no primeiro debate. E o Partido Socialista lembrar-se-á muito bem disso, tanto se lembra muito bem que, a seguir, foi a correr retirar essa outra parte. E quando veio o segundo debate, que é aquele de que a Sr.ª Deputada, agora, citou um extracto das minhas declarações, a senhora leia o que eu disse antes: o que eu disse antes foi que, diferentemente do que se passava no primeiro debate, em que os senhores propunham duas coisas e queriam perguntar aos portugueses apenas uma, agora, desta vez, os senhores já só queriam perguntar aos portugueses uma das coisas, porque a outra já a tinham retirado, depois da votação na generalidade.
Vozes do BE e do PS: — Já não é «enganosa»!
O Orador: — E, portanto, é isso que está em causa, Sr.ª Deputada.
Quanto à questão da pergunta em si: quando eu falo em «reconduz» é por essa razão — e se a Sr.ª Deputada ler a minha intervenção sabe que é por essa razão — não é por causa da substância da pergunta. Porque quanto à substância da pergunta, Sr.ª Deputada, eu também tenho memória e também lhe acrescento mais uma coisa: a pergunta é essa, porque é exactamente a mesma que foi há oito anos, e é exactamente a mesma que foi há oito anos relativamente à qual, se a Sr.ª Deputada for ler também uma intervenção minha e desta bancada há oito anos, neste Parlamento, nós há oito anos dissemos que a pergunta era capciosa, que não falava a verdade, não «chamava as coisas pelos nomes».
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — É verdade, está a dar-lhe razão.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Mentira! Isso não é sério!
O Orador: — Mas o PSD sabe distinguir o essencial do acessório, e o essencial para o PSD sempre foi evitar aquilo que a esquerda parlamentar queria, que era legislar sobre esta matéria «nas costas» dos portugueses,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
Vozes do PS: — Ohhh!…
O Orador: — … e tomar essas decisões sem levar a referendo.
Protestos do PS.
E o PSD, há oito anos, como agora, sempre esteve unido, independentemente das diferenças de opiniões que temos como homens e mulheres livres nesta bancada, relativamente à substância na questão do aborto. Sempre estivemos unidos no sentido de entender que esta matéria não podia ser decidida por
Batemo-nos pelo referendo e, sabendo distinguir o essencial do acessório, não concordando com o texto da pergunta, aceitámos há oito anos, como aceitámos também, desta vez, neste ano, para que o referendo se faça.
O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Seja sério! Não foi isso o que disseram!
O Orador: — E é esta a questão verdadeira da posição desta bancada. Se a Sr.ª Deputada tiver o cuidado de ler as actas na sua totalidade, e não ler apenas a parte que pode fundamentar a sua argumentação, a Sr.ª Deputada há-de convir que eu tenho razão.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para dar explicações, se assim o entender, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Marques Guedes, vou então tentar dar explicações em relação à consideração da bancada do PSD, visto que, como reconheceu, não ofendi a honra da bancada do PSD.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Foi a consideração.