28 | I Série - Número: 044 | 2 de Fevereiro de 2007
vo uma afirmação que aqui fez, quando disse que a escola pública, no nosso país, hoje em dia, tem uma marca indelével do PS e que, de facto, muita coisa mudou nos últimos dois anos.
O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — E de forma trágica!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Tragicamente!
O Orador: — Penso que, se o Sr. Deputado tiver a capacidade de sair da redoma socialista e contactar com todos os agentes do sistema, sejam pais, professores, alunos ou quaisquer outros agentes educativos, perceberá que essa marca, de facto, é indelével. Nunca, como nestes últimos dois anos, se contribuiu de forma tão categórica e tão acentuada para a degradação e para a desqualificação da escola pública no nosso país. Esta é a marca do PS!
Aplausos do PSD.
O Sr. Afonso Candal (PS): — Não apoiado!
O Orador: — O Sr. Deputado trouxe-nos aqui uma viagem com algumas paragens, mas deixe-me dizerlhe que, na minha óptica, falou de alguns apeadeiros. E, se me permite, falarei, agora, das estações centrais, que também são quatro.
A primeira estação é numa política de irresponsabilidade. Digo-o, porque, perante um conjunto de erros que são cometidos, permanentemente e sistematicamente, no Ministério da Educação, ninguém tem a capacidade ou, diria, a superioridade ética para assumir essa mesma responsabilidade. Dou-lhe três ou quatro exemplos, para não ficarmos pelas palavras, o primeiro dos quais é o dos exames nacionais do 12.º ano. Aqui, foi a maior barafunda que se poderia imaginar, deturpando a ordenação das listas em função do mérito, por opção da Ministra.
Vozes do PS: — Não é verdade!
O Orador: — Os tribunais já deram razão a todos os alunos que contestaram. Neste caso, ninguém assumiu a responsabilidade política! Outro exemplo, muito concreto e actual: foi lançado, nos últimos dias, nas escolas portuguesas, para todos os jovens, um inquérito,…
O Sr. Afonso Candal (PS): — Isso já foi explicado!
O Orador: — … com perguntas que, de facto, já foram criticadas pelo Sr. Primeiro-Ministro. Pergunto: quem é que assume a responsabilidade por isso?
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Estamos para ver!
O Orador: — Alguém pediu desculpa aos alunos e aos pais, perante este inquérito? Mais uma vez, há uma irresponsabilidade total! Outro exemplo: remuneração das aulas de substituição. Os tribunais vieram já, mais uma vez, dar razão aos queixosos, obrigando o Ministério da Educação a emendar a mão, com consequências complexas para o erário público. Onde está a responsabilidade política por este facto? Mais uma vez, zero! Já agora, mais um exemplo:…
O Sr. Ricardo Martins (PSD): — É sempre a somar!
O Orador: — … a terminologia linguística, a célebre TLEBS.
O Sr. Luiz Fagundes Duarte (PS): — Era uma invenção vossa!
O Orador: — Este Governo decidiu implementar essa mesma TLEBS, que foi criticada. Actualmente, pelos vistos, voltou atrás. A confusão é, também aqui, total. Pergunta-se: responsabilidade política por isto? Zero, mais uma vez! A segunda estação, Sr. Deputado Bravo Nico, é numa política de facilitismo. Aqui, temos vários exemplos, o último dos quais é o do fim da obrigatoriedade das provas globais do 9.º ano. Vamos ter oportunidade, por acção do PSD, de discutir aprofundadamente esta matéria com a Sr.ª Ministra, aqui, neste Parlamento. Este é só um exemplo de uma política de facilitismo, em que aquilo que se nota que preocupa o Ministério da Educação não é melhorar a qualidade do ensino mas as estatísticas do ensino, o que é algo