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20 | I Série - Número: 048 | 10 de Fevereiro de 2007

em termos de transferências do Estado? 350 €! E isto prende-se com a questão de o teatro não ser eficiente, em termos europeus. Sabe quanto é que custa ao Estado o Teatro Liceu de Barcelona, por espectador? Custa 40 €. Sabe quanto é que custa ao Estado a Ópera de Viena, por espectador? Custa 84 €.
Portanto, Sr.ª Deputada, sem mecenato não é possível resolver os problemas da cultura.

A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Muito bem!

O Orador: — Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, a Sr.ª Deputada referiu-se à questão da OPART. Repare, o Teatro Nacional de São Carlos teve um orçamento de 14 milhões de euros, em 2006…

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Então e o resto das perguntas?! O Teatro Nacional D. Maria II…

O Orador: — Já respondo em relação ao Teatro Nacional D. Maria II.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Ah! É por partes!…

O Orador: — Como dizia, o Teatro Nacional de São Carlos teve um orçamento de 14 milhões de euros e esteve fechado 265 dias por ano. O Teatro Camões teve um orçamento de 7 milhões de euros e esteve fechado 300 dias por ano. Acha que estas duas entidades são eficientes? Não são! E por que é que não o são?

O Sr. Luiz Fagundes Duarte (PS): — Os números são evidentes!

O Orador: — Entre outras coisas, porque têm problemas de infra-estrutura de apoio à produção artística, alguns dos quais se prendem com salas de ensaios. Sabe o que vai acontecer à OPART? A OPART vai concentrar serviços que não têm a ver com a produção artística, designadamente serviços de contabilidade, administrativos, de marketing e outros e, consequentemente, vai haver a libertação de 670 m
2 nos dois teatros para a produção artística. Ou seja, a concentração desses serviços fora dos dois teatros vai permitir libertar espaços que melhorem as condições da produção artística de ambos.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — É preciso criar uma empresa pública para isso?!

O Orador: — Designadamente, o problema crónico da sala de ensaios do Teatro Nacional de São Carlos, com esta mudança, vai ser resolvido dentro de poucas semanas ou meses, mal a OPART entre em funcionamento. Aliás, há muita confusão a este respeito porque a Sr.ª Deputada fala constantemente da fusão e da subalternização e não há qualquer fusão ou subalternização. Se houvesse fusão, havia um só director artístico para ambas as entidades, e não há.
O sistema da OPART é uma pirâmide invertida em que o conselho de administração gere recursos partilhados que são postos ao serviço dos dois directores artísticos. Cada um deles tem um orçamento para a produção e, dentro desse orçamento, é soberano. O director do Teatro Nacional de São Carlos continua a ser director do Teatro Nacional de São Carlos e o director artístico da Companhia Nacional de Bailado continua a ser director artístico da Companhia Nacional de Bailado e a gerir soberanamente a programação e a produção artística, na base do orçamento aprovado. Não têm que se preocupar com as questões burocráticas.
Assim sendo, criámos, com este sistema, um novo dinamismo para ambas as entidades, garantindo a dominância da dança no Teatro Camões e a dominância da ópera no Teatro Nacional de São Carlos, mas permitindo também uma melhor gestão dos espaços, para acabar com o escândalo que é os teatros estarem fechados durante a maior parte do ano e não haver uma elasticidade da oferta que permita sequer responder às solicitações turísticas. Já reparou que o Teatro Nacional de São Carlos, que é uma jóia da arquitectura barroca europeia, não tem possibilidade de oferecer espectáculos aos turistas que vêm a Lisboa e está fora do mapa turístico, pois não há elasticidade da oferta? Os 21 000 turistas que vão, por vezes, ao Mosteiro dos Jerónimos, podem ir ao Teatro Nacional de São Carlos à noite? Não, porque está fechado ou esgotado!… Temos, pois, de encontrar novas soluções para dinamizar as estruturas de produção artística que temos e a OPART é uma delas.
Quanto ao Teatro Nacional D. Maria II, para além de questões meramente subjectivas relacionadas com apreciações da programação, gostaria de apresentar os seguintes números: de 2005 para 2006, passou-se de 212 espectáculos para 488, de 35 000 espectadores passou-se para 52 000 e mais do que duplicaram as receitas.
Portanto, o Teatro, agora, está a cumprir a sua missão de serviço público, abriu-se à comunidade e atingiu, neste momento, os mesmos níveis que teve, em 2006, o Teatro Nacional de S. João, o que não acontecia há vários anos. Portanto, repito, está a cumprir a sua missão!