36 | I Série - Número: 061 | 17 de Março de 2007
538 milhões de euros, valor que aumenta, em 2008, para 721 milhões de euros e, em 2009, para 741 milhões de euros.
O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Em quê?!
A Oradora: — Sr. Deputado, terei muito prazer em lhe enviar informação sobre esta matéria, uma vez que agora não disponho de tempo para, aqui, discutir essas questões.
O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Tem tempo. Tem 3 minutos e 9 segundos!
A Oradora: — Queria reafirmar, acima de tudo, que as questões da segurança são, porventura, das mais importantes no âmbito da ferrovia. A par de um efectivo serviço bem prestado às populações, bem coordenado com os outros modos de transporte, as questões de segurança são primordiais.
Por isso, a segurança é uma questão política de maior elevação, é uma aposta que tem de ser feita sob pena de estarmos todos em causa. Não é uma questão de política partidária mas, sim, de política de fundo.
Por essa razão, este Governo, tal como todos os outros, tem obrigação de apostar na segurança, e está a fazê-lo.
O Sr. Francisco Madeira Lopes (BE): — O que é preciso é medidas e resultados!
A Oradora: — Este Governo está, isso sim, a seguir todos os passos para que isso possa ser uma verdade e não a diferir no tempo qualquer espécie de decisão.
Contudo, no relatório que o LNEC está a fazer, estas matérias também estão a ser estudadas com grande seriedade, para que se possa dizer, linha a linha, ponto por ponto, quais são as políticas de monitorização mais adequadas. Porque uma coisa é a linha do Norte, outra é a linha do Tua, outra é a linha do Algarve.
Essas linhas têm condições geológicas — um termo de que o Sr. Deputado muito gosta — completamente diversas. Mas também têm condições orográficas diferentes! Além do mais, têm outro tipo de exigências e de procura! Por isso, a politica de manutenção que vai ser seguida, a política de conservação das infra-estruturas também tem de ser diferenciada, pelo que aguardamos o relatório do LNEC.
Quanto à linha do Tua, já fui muito explícita: estamos à espera para ver quais são as intervenções que foram feitas, sem prejuízo de poder haver outro tipo de decisões que, com certeza, poderão pôr, eventualmente, em causa uma lógica meramente de transportes.
Mas, mesmo na lógica meramente de transportes, Sr. Deputado Agostinho Lopes, a linha do Tua regista 100 passageiros/dia, pelo que qualquer indivíduo que estude planeamento do território ou que trabalhe na área dos transportes sabe que a ferrovia não é o modo de transporte mais adequado…
Protestos do Deputado do PCP Agostinho Lopes.
Não estou com isto a dizer, Sr. Deputado, que vou preconizar o encerramento da linha. Não vou!
A Sr.ª Alda Macedo (BE): — É o transporte mais seguro e mais rápido! A Sr.ª Secretária de Estado disse-o há pouco!
A Oradora: — Contudo, ponderados todos os efeitos, bem como todos os impactos em termos sociais e ambientais, a conclusão pode ser diversa de uma lógica estritamente de transporte. É que temos 100 passageiros/dia, temos uma utilização da capacidade disponível inferior a 20%, ou seja, de 17%.
O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Isso não é tudo!
A Oradora: — É disto que estamos a falar: temos apenas uma utilização da linha de 17%. Se tivéssemos um serviço capaz, ou seja, um serviço com alta frequência, estaríamos abaixo dos 5%.
Sr. Deputado, nestas matérias estão em causa os dinheiros públicos, a coesão social, as questões ambientais, e tudo isso tem de ser devidamente ponderado quando tomamos decisões. Mas, ao dar indicações sobre os investimentos que estavam programados, com certeza que não havia nenhuma intenção de encerrar a linha.
Neste momento, temos de ponderar sobre quais são os investimentos e os seus resultados, sobre quais são as intervenções necessárias para que possamos garantir a segurança no serviço de transportes!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar à sexta pergunta, sobre os resultados do Plano de