17 | I Série - Número: 062 | 22 de Março de 2007
futuro de crescimento sustentável.
Critico também a sua proposta porque a acho irresponsável. E há uma coisa a que o Sr. Deputado não respondeu, que é o seguinte: há seis meses, o Sr. Deputado disse…
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Já respondeu!
O Orador: — Não quer que lhe recorde, Sr. Deputado? É verdade! O Sr. Deputado, há seis meses, disse o seguinte: «não posso propor, porque, neste momento, seria um exercício de demagogia e irresponsabilidade.»
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Neste momento!
O Orador: — Demagogia e irresponsabilidade — foram os termos em que o senhor referiu a baixa de impostos. E é realmente assim.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Ainda bem que leu!
O Orador: — Como é possível que um líder político responsável, que aspira à governação, num momento em que o País tem um défice excessivo de 3,9%, se atreva a dizer que a primeira medida em que pensa é baixar os impostos?!… O Sr. Deputado desculpar-me-á, mas tenho a obrigação de combater esta proposta e não deixar a mínima dúvida, a ninguém, de que o resultado obtido pelos portugueses será um resultado preservado e não esbanjado por uma qualquer «teoria da folga», que, no fundo, nos diz isto: se há folga, pois folguemos!!… Não, Sr. Deputado, não vamos folgar!! Isto é para levar a sério e para continuar, para pôr em ordem as finanças públicas em nome do futuro dos portugueses!!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Orador: — E o Sr. Deputado, desculpar-me-á, atreve-se a falar em receitas extraordinárias?!… Receitas extraordinárias são aquelas que se destinam apenas a mascarar o exercício orçamental de um ano, pondo em causa os exercícios futuros. Receitas extraordinárias foi o que os senhores fizeram, como, por exemplo, a transferência dos fundos de pensões e a «titularização» de dívidas que, ainda hoje, os portugueses estão a pagar.
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Orador: — Sr. Deputado, é a isso que eu chamo receitas extraordinárias e «maquilhagem» dos números do défice.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, a propósito do aeroporto da Ota, a mim o que me interessa é a opinião do PSD e uma coisa que o Sr. Deputado não foi capaz de explicar é por que é que quando estava no governo o seu partido pensava que a Ota devia continuar com uma localização adequada para o novo aeroporto de Lisboa…
O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): — Não, é mentira!
O Orador: — Desculpe, mas era essa a posição do seu Governo, Sr. Deputado! Não me desminta!!
Vozes do PS: — Era! Era!
O Orador: — Por que é que o Sr. Deputado, uns meses depois, na oposição, veio dizer que, afinal de contas, não deve ser construído na Ota.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Continue com os olhos fechados!
O Orador: — Sr. Deputado Luís Marques Mendes, o Sr. Deputado não quer que lhe cite de novo as declarações dos diferentes ministros do seu governo sobre a Ota. Todos eles foram taxativos, falaram em nome do governo e falaram ao seu lado, aqui da tribuna, e, nesses três anos, nunca ouvi o Sr. Deputado Luís Marques Mendes, na altura governante Luís Marques Mendes, dizer: «exijo mais estudos, porque, afinal de contas, há outros locais que podemos estudar»…! Uma coisa o Sr. Deputado não pode dizer é que tem legitimidade para levantar agora dúvidas, porque