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40 | I Série - Número: 062 | 22 de Março de 2007

aí abaixo. Aliás, no último trimestre de 2002, salvo erro, esse caminho já era bem visível.
Por isso, Sr. Deputado, o que lhe pedia também era alguma palavra que explicitasse a dificuldade do nosso exercício. É que não é honesto exigir-se um milagre! O que estamos a fazer é aquilo que podemos fazer para responder a uma situação muito difícil, que foi a que encontrámos em Março de 2005.

O Sr. Armando França (PS): — Muito bem!

O Orador: — O primeiro trimestre de 2005 teve um crescimento negativo, de menos 0,1%! Estávamos à beira de uma segunda recessão! Foi em 2005 que a China e a Índia entraram nos mercados mundiais, nos mercados tradicionais de Portugal, o que afectou o nosso sector exportador dos têxteis e do calçado.
Em 2005, sofremos o impacto do alargamento a Leste, tal como já havia sucedido nos anos anteriores, mas também em 2005. O preço do petróleo também exerceu a sua influência.
Tínhamos a desconfiança, o descrédito na governação e o desalento do País! Portanto, a nossa tarefa não era uma tarefa fácil. Ao fim de dois anos, estes são resultados animadores. E, mais uma vez, não é apenas ao Governo que deve competir puxar pela confiança no País, é também à oposição. A oposição também tem o dever de dar uma palavra de confiança aos portugueses, no sentido de que saberemos ultrapassar as nossas dificuldades.
Depois, Sr. Deputado, quanto à Ota, não usei aqui nenhum argumento de autoridade, o que referi foi uma questão eminentemente política: quem está no Governo defende a Ota, quando vai para a oposição passa a contestar um projecto da maior importância. Referi-me apenas a isto!

O Sr. José Junqueiro (PS): — É como o TGV!

O Orador: — Percebo as críticas e as dúvidas de toda a gente, e considero-as legítimas, o que me parece ilegítimo é que alguém suscite dúvidas só porque passou para a oposição.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Claro!

O Orador: — Foi isso que quis dizer e não se tratou de nenhum argumento de autoridade.
O meu argumento de autoridade, Sr. Deputado, é o seguinte: uns meses depois de termos chegado ao Governo, salvo erro, em Junho, em virtude de um debate que também se começou a travar na sociedade portuguesa, que contestava a necessidade de o País fazer este investimento, decidi, eu próprio, dar uma orientação ao Ministro das Obras Públicas para que pedíssemos ao melhor que houvesse no mundo resposta a quatro perguntas.
A primeira pergunta ia no sentido de saber se é ou não verdade que, em 2017, o nosso aeroporto terá uma redução da sua operacionalidade, a qual pode pôr em causa a economia portuguesa e o sistema infraestrutural português. A resposta, de três dos melhores consultores internacionais, foi a seguinte: isso é verdade. Mais, com o crescimento dos passageiros que se verificou nos últimos tempos, pode acontecer mais cedo.
A segunda pergunta, que, na altura, corria, fizemo-la a três dos melhores consultores internacionais, salvo erro um americano e dois europeus — do melhor que há no mundo em especialistas neste domínio —, ia no sentido de saber se era possível manter o Aeroporto da Portela e um pequeno aeroporto ao lado, porque, naturalmente, se isso fosse possível, seria, talvez, a solução mais desejável. A resposta foi inequívoca: isso poria em causa a competitividade da economia portuguesa. É que, como é bom de ver, se dividirmos o mercado que temos, os aviões que temos, os passageiros que temos, por duas infra-estruturas, fazendo duas infra-estruturas internacionais, isso significa perder dinheiro, perder competitividade.
Mas fizemos ainda uma terceira pergunta, no seguinte sentido: de todos os locais que foram estudados, cerca de 12, a Ota é ou não o melhor? E três dos melhores consultores internacionais, olhando para esses estudos, disseram-nos: a Ota é o melhor de todos os locais que foram estudados.

Vozes do PSD: — Não é verdade!

O Orador: — Finalmente, perguntámos também se haveria mercado, caso o Governo decidisse fazer a Ota com uma concessão por forma a minimizar o investimento público e a potenciar o investimento privado.
Os melhores consultores internacionais e nacionais responderam-nos «sim, o Governo pode apenas gastar, se quiser, entre 10 e 20% do investimento. Tudo o resto será investimento privado, que será recuperado durante a concessão». Isto são perguntas honestas! E o que fizemos? Publicámos estes relatórios, chamámos esses especialistas internacionais para, numa sessão, falarem às pessoas — e eles fizeram as suas declarações — e publicámos um CD onde estão todos esses estudos.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Primeiro-Ministro.