15 | I Série - Número: 071 | 13 de Abril de 2007
lidade política, e isso é um ponto muito importante que não posso deixar de realçar.
Espero-a, por isso, a partir de hoje, noutros terrenos, que não este, como é evidente, noutros debates, noutros fóruns, quanto mais não seja, Sr.ª Deputada, para tentar convencê-la da razão dos nossos princípios.
Risos.
Reconheço que não é fácil, e essa é a maior honra que lhe posso prestar. Reconheço que não é fácil.
Sr.ª Deputada, creia que o Partido Social-Democrata, como, afinal, todos os outros partidos, continuarão a lutar pela causa da justiça, para que esta seja, de facto, um bem essencial num Estado de direito democrático. Sobre este futuro quero perguntar-lhe, Sr.ª Deputada, se podemos contar consigo em todos e quaisquer terrenos, ainda que fora do Parlamento, para nos ajudar com a sua sensibilidade e com a sua experiência a fazer cada vez mais uma justiça melhor.
Aplausos gerais.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Odete Santos, quero associar-me às palavras do colega que me antecedeu, o Sr. Deputado António Montalvão Machado.
Evidentemente que não tive a oportunidade e também o privilégio de, durante tanto tempo, e em sede de 1.ª Comissão, travar, ainda que de «barricadas opostas», para utilizar as suas palavras, discussões e debates sobre uma área fundamental — e felicito-a por a ter trazido aqui —, que é a justiça em todas as suas vertentes. Mas é verdade que tive a oportunidade de travar alguns debates, que foram de enorme interesse e importância, em que, de facto, com todas as divergências que tínhamos e às vezes até com as convergências que eram possíveis, V. Ex.ª foi de uma grande lealdade e frontalidade e teve uma característica que é essencial em política que é a de falar com a convicção de quem julga que tem razão, mesmo quando, a meu ver, não a tem.
Procurarei noutros fóruns convencê-la de que não tem razão, mas bem sei — citando-a também — que, provavelmente, será uma utopia da minha parte,…
A Sr.ª Odete Santos (PCP): — Não será realidade amanhã!
Risos.
O Orador: — … mas também será uma irreverência procurar, noutros fóruns e noutros locais, poder convencê-la da nossa razão e, por vezes, da inexistência de razão da Sr.ª Deputada.
Aliás, sendo também, com muita honra e gosto, Deputado eleito por Setúbal, tive oportunidade de o fazer em sede de campanha eleitoral, onde pude ver e verificar o empenho que a Sr.ª Deputada colocou sempre nessas questões, empenho que, com certeza, procurei acompanhar.
Gostaria, portanto, de dizer-lhe que, da nossa parte, evidentemente, com todas as divergências ideológicas que nos separam, reconhecemos-lhe, em 26 anos de serviço público, porque é de serviço público que se trata, a capacidade de procurar, com a sua ideologia, melhorar uma área fundamental como a justiça. Discordamos das soluções? Com certeza! Mas, afinal, não é isso que enriquece a democracia? É, com certeza!! Julgo que neste debate que iremos continuar a fazer noutros fóruns, noutros locais, quiçá em Setúbal, poderemos todos juntos, ao fim e ao cabo, que é aquilo que interessa, fazer uma justiça mais justa para os cidadãos.
É esta palavra de saudação, com a convicção de que vamos continuar a debater, em «barricadas opostas», é certo, mas com lealdade, com franqueza e com frontalidade, que aqui quero deixar. Isso é democracia, isso beneficia todo um regime.
Aplausos gerais.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Madeira Lopes.
O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Odete Santos, para mim, que sou Deputado nesta Casa apenas há cerca de dois anos, foi uma honra, neste curto espaço de tempo e de vida em que pude partilhar o espaço do Hemiciclo com a Sr.ª Deputada, assistir às suas intervenções, plenas de paixão, mas sem nunca perder a razão, plenas de garra, de combatividade, de energia e de coragem. Pude apreciar os seus argumentos inteligentes, lúcidos e bem fundamentados e aprender com a experiência e a clarividência, que lhe reconheço.
Ninguém, neste Parlamento, ficava indiferente às intervenções da Sr.ª Deputada, à sua irreverência,