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17 | I Série - Número: 077 | 28 de Abril de 2007

que fossem suspeitos — suspeitos! — de preferências ou de inclinações socialistas deveriam ser imediatamente rechaçados. Foi o que o senhor disse, na altura, aos jornais: «Aí vem um grupo empresarial conotado com os socialistas espanhóis».

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — É verdade! É verdade!

O Orador: — Por isso, seria suspeito. Segundo o Sr. Deputado, não pode ser! Só podia ser se fossem de direita, porque serem suspeitos de ligações à esquerda isso é que é insuportável!… Isso denota o seu preconceito, Sr. Deputado! Porque nunca vi o PSD levantar qualquer problema cada vez que um militante seu é escolhido para um órgão da direcção de uma empresa de comunicação social! Nunca! Para o Sr. Deputado nesse caso é natural! É, talvez, de família…Ser do PSD e ser membro de um órgão de direcção de uma empresa de comunicação social não tem problema algum!… Nunca o PSD levantou um problema pelo facto de ter o seu militante n.º 1 como dirigente de uma empresa desse tipo. Nunca! Para o PSD isso não interessa!

Aplausos do PS.

Mas há mais! Nunca ouvi o PSD levantar um único problema pelo facto de alguns dos Srs. Deputados do PSD serem membros de órgãos que administram empresas de comunicação social — e há vários! Nem nós! Mas o que é inadmissível é que o Sr. Deputado levante problemas apenas porque uma empresa privada nomeou um Deputado do Partido Socialista para ser seu presidente não executivo. Para o Sr. Deputado isso é que é, verdadeiramente, «rasgar a Bíblia»!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — A Bíblia não é para aqui chamada!

O Orador: — Isso é que é, verdadeiramente, pôr em causa tudo! Isso é que é, verdadeiramente, pôr em causa o princípio em que o senhor se baseia, de que só a direita e os militantes do PSD é que podem estar nos órgãos das empresas de comunicação social!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluo, Sr. Presidente.
Olhe, Sr. Deputado, o que é lamentável é que o Sr. Deputado e o PSD se queixem da existência de um ambiente de claustrofobia democrática no nosso país e que em relação a tudo o que diga respeito ao Governo Regional da Madeira e ao ambiente político da Madeira o Sr. Deputado seja o primeiro a considerar um «paraíso» democrático!

Aplausos do PS.

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Vá à Madeira dizer isso!

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro, uma vez que já ultrapassou largamente o tempo de que dispunha.

O Orador: — Termino já, Sr. Presidente.
Sr. Deputado, não abdico dos meus poderes e dos meus deveres de fazer a coordenação entre as forças de segurança.
O que o senhor insinua é absolutamente inaceitável! Esse modelo de coordenação das forças de segurança existe noutros países…

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, já quase duplicou o tempo de que dispunha.

O Orador: — Vou terminar, Sr. Presidente.
Como dizia, esse modelo de coordenação das forças de segurança existe noutros países e é regulado por lei da Assembleia, e é meu dever contribuir para isso. O que fizemos foi manter as forças de segurança com tutelas separadas e não alinhámos com o vosso programa de governo, com base no qual o senhor foi eleito, que previa a redução dos poderes do Ministério Público e uma maior intervenção do Ministro da Justiça nas áreas criminais.
Não fomos por esse caminho. E não fomos porque não concordamos com ele. Consideramos que a