36 | I Série - Número: 077 | 28 de Abril de 2007
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Louçã, em primeiro lugar, quanto à questão do desemprego, não é verdade que eu não tenha trazido já um tema que tem tudo a ver com o desemprego e, provavelmente, é o mais importante para combater o desemprego. Refiro-me à política de formação e ao programa Novas Oportunidades. Quero recordar-lhe que fizemos esse debate no dia 21 de Setembro de 2005, mas o Sr. Deputado está sempre a dizer que esse não é o debate sobre o desemprego, porque o Sr. Deputado prefere a excitação dos números do desemprego, conta sempre uma meia-verdade e esquece-se sempre de contar a outra verdade aos portugueses,…
O Sr. Francisco Louçã (BE): — O desemprego não tem excitação nenhuma!
O Orador: — … que é o aumento do número de empregos desde que este Governo chegou ao poder.
Entre o 1.º trimestre de…
Protestos do Deputado do BE Francisco Louçã.
Ah! Isto não! Isto não é para contar!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Faça favor!
O Orador: — Este número é para esconder, só interessa agora apresentar o outro número! Então, quando nós chegámos ao Governo, havia 5 094 000 empregos; no 4.º trimestre de 2006, há mais 48 400 postos de trabalho. O número de postos de trabalho, no final de 2006, é de 5 142 800.
Quanto a essa sua ideia, pretendendo sempre pintar de cores tão negras a questão do desemprego para a apresentar ao País, peço desculpa, Sr. Deputado, mas, se quer ser honesto para com os portugueses, e tem essa obrigação, tem de dizer a verdade toda.
Estou de acordo que o desemprego é, talvez, o maior problema social que temos pela frente, mas não o combatemos adensando as nuvens; ao contrário, combatemo-lo, dizendo a verdade sobre o que está a acontecer. E o que está a acontecer são duas coisas: primeiro, a economia portuguesa está a gerar emprego como não gerava antes; segundo, o desemprego ficou-se por um crescimento de 0,06 no ano de 2006. Agora, vamos ver os dados do ano de 2007. Esta é que é a verdade toda! Por outro lado, desculpe fazer-lhe a seguinte crítica: o Sr. Deputado tem uma inclinação por diminuir e apoucar o melhor que há no País. Se servir os seus interesses políticos, o Sr. Deputado não pára!
A Sr.ª Alda Macedo (BE): — Doze horas de trabalho!
O Orador: — A Quimonda, Sr. Deputado, é uma das empresas mais importantes para Portugal. A Quimonda é o segundo maior exportador nacional. A Quimonda é, talvez, uma das empresas que mais contribui para a intensidade tecnológica das nossas exportações. Limitei-me a sublinhar este facto e a valorizá-lo.
O Sr. Fernando Rosas (BE): — Doze horas de trabalho por dia!
O Orador: — Srs. Deputados, agora, ouçam! Está bem! Já ouvi o vosso ponto de vista, ouçam o meu! Limitei-me a valorizar esse facto, como é meu dever. Fui visitar essa fábrica e pude constatar da excelência desse investimento estrangeiro. Tentar diminuí-lo, tentar apoucá-lo, tentar menorizar essa iniciativa empresarial como fez o Sr. Deputado, dizendo que há um conflito entre a administração e 60 trabalhadores…
A Sr.ª Alda Macedo (BE): — Doze horas de trabalho por dia, Sr. Primeiro-Ministro!
O Orador: — Espero que esse conflito se resolva e que se resolva com o diálogo e com a concertação social. O que não faço é transformar uma fábrica num diabo. Não diabolizo a imagem de uma fábrica apenas porque vejo umas notícias nos jornais. Não faço isso porque tal é contrário ao interesse nacional!!
Aplausos do PS.