11 | I Série - Número: 080 | 5 de Maio de 2007
financiamento por atleta nos Jogos Paralímpicos e o financiamento do atleta nos Jogos Olímpicos.
Outra pergunta igualmente importante a este respeito é a que procura saber se, desta vez, o Governo está ou não em condições de garantir que todos os atletas dos paralímpicos vão poder participar nas competições.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Boa pergunta!
O Orador: — Perguntamo-lo porque não queremos que se repitam as situações em que as famílias tiveram de sustentar a ida dos atletas. Alguns não puderam mesmo participar em competições nacionais, internacionais, europeias ou mundiais porque o dinheiro que o Estado dava para estes apoios não chegava sequer para garantir a sua presença.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!
O Orador: — Como tal, Srs. Membros do Governo, em particular os responsáveis pela área do desporto, era bom que esta política da onda de propaganda, que acaba por não ter qualquer reflexo, tivesse, afinal, um desenlace.
Era bom também que, de uma vez por todas, o Governo entendesse que o movimento associativo popular é, de facto, uma alavanca fundamental da prática desportiva popular e democrática e que continua sem ver regulamentado o seu estatuto de parceiro social. Continua, aliás, a não existir um plano de desenvolvimento desportivo articulado com o movimento associativo popular, algo que poderia ser atingido por um conselho nacional do associativismo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Orador: — Da política deste Governo na área do desporto resta dizer, portanto, que se fez um congresso, que foi o que foi, e que se fez uma lei de bases, que é o que é. Mas que é feito do desporto?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Presidência.
O Sr. Ministro da Presidência: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Miguel Tiago, não perderei tempo com as generalidades que ocuparam a maior parte da sua intervenção e irei directo às questões políticas que colocou.
O Sr. Deputado fala de ondas de propaganda, mas eu recordo-me da sua linguagem de propaganda quando discutimos a Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto. Lembro-me do seu jargão ideológico em torno da ideia do desporto de massas, como se para o Sr. Deputado só houvesse desporto para todos quando os jovens fardados desfilam numa avenida central qualquer, diante de um qualquer politburo.
Protestos do PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa já não pega!
O Orador: — Sr. Deputado, a nossa ideia de um desporto para todos faz-se de coisas concretas que V. Ex.ª não vê porque está «amarrado» ao discurso do antigamente. A nossa aposta no desporto para todos faz-se de coisas como…
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Dar Sport TV a toda a gente!
O Orador: — … fazer chegar o desporto escolar ao 1.º ciclo do ensino básico.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Nas escolas que já fecharam?!
O Orador: — E é isso que estamos a fazer, em acordo com as autarquias.
É claro que o Sr. Deputado pode dizer que essa realidade não existe e que não há nenhuma parceria com as autarquias.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E não há!
O Orador: — Mas esse é o seu problema de divórcio com a realidade. A realidade, e as autarquias