12 | I Série - Número: 080 | 5 de Maio de 2007
conhecem-na bem, é que o Governo está agora a envidar esforços nunca feitos no passado no sentido de que o desporto escolar chegue ao 1.º ciclo do ensino básico.
Aplausos do PS.
Para falar de desporto para todos, ou, na sua linguagem, de desporto para massas, direi que não há nada melhor para a generalização da prática desportiva do que incentivar as nossas crianças logo desde o princípio, logo desde o 1.º ciclo do ensino básico, à prática desportiva. Isso é o melhor que podemos fazer.
O Sr. João Oliveira (PCP): — No distrito de Évora teve de ser a assembleia municipal a desenvolver o desporto escolar, Sr. Ministro!
O Orador: — É claro que também podemos escolher o seu caminho de desdenhar todo o esforço que está a ser feito. O Governo lança uma plataforma para a obesidade, visando, nesse âmbito, desenvolver iniciativas de prevenção da obesidade, que envolvem acções relacionadas com o estilo de vida saudável e com a prática desportiva. De que lado é que o Sr. Deputado se coloca? Contra!
Vozes do PCP: — Não é verdade!
O Orador: — Porque o Sr. Deputado pensa que a sua posição tem de ser sempre a de estar contra qualquer esforço que o Governo faça para enfrentar este problema.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O vosso esforço é uma política de cartazes!
O Orador: — O Sr. Deputado pode dizer que ninguém sente as mudanças, mas esta tarde estarei com o Sr. Secretário de Estado da Juventude e do Desporto na Amadora para inaugurar o primeiro de 100 campos multiusos que vão ser instalados em bairros críticos, junto de jovens e crianças com carências. Estes campos serão mesmo mais de 100, mas o primeiro vai ser instalado na Amadora e vai ser gerido pela associação «Unidos de Cabo Verde», uma associação de imigrantes.
O Sr. Deputado pensa que isto não existe, mas esse é o seu problema de divórcio da realidade. O Sr. Deputado pensa que ninguém sente que isto está a acontecer, mas esse é mais uma vez o seu problema de divórcio com a realidade e quanto a isso nada posso fazer.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Só ficam, portanto, a faltar os outros 99!
O Orador: — O que estamos a fazer é a criar infra-estruturas desportivas e a incentivar a prática desportiva, exactamente porque levamos a sério o princípio fundamental da Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, que é o de promover a generalização da prática desportiva.
Foi, aliás, o que fizemos com os protocolos com as federações desportivas. Fizemos um investimento financeiro, que o Sr. Deputado não desconhece, junto das federações desportivas, tendo em vista a sua modernização, mas também envolvendo compromissos das federações no sentido de criar iniciativas para promover a prática desportiva nas suas modalidades.
De facto, não partilhamos a ideia de que o investimento no desporto se deve concentrar no futebol, pelo contrário. Se alguma coisa mudámos na canalização do investimento público foi exactamente o termos tornado claro que as nossas prioridades na política desportiva estão, antes de mais, relacionadas com a generalização da prática desportiva e, depois, com o apoio às diferentes modalidades.
Estes compromissos com as federações são também uma forma de o Estado garantir que o investimento financeiro realizado com dinheiros públicos está ao dispor da prestação de serviços, em benefício dos jovens.
Termino, Sr. Deputado, dizendo que também em matéria de apoio ao projecto olímpico ou paralímpico V. Ex.ª está muito desfasado da realidade e da posição das organizações representativas do sector.
A Sr.ª Celeste Correia (PS): — Para variar!
O Orador: — Se há coisa de que o Governo se pode orgulhar é da circunstância de os projectos olímpicos e paralímpicos estarem a ser devidamente apoiados, tal como está previsto nos compromissos acordados com essas instituições. Não mudámos, aliás, o modelo de financiamento que o Sr. Deputado questionou e que já estava estabelecido no passado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mas, antes, os senhores, e bem, criticavam-no!