46 | I Série - Número: 092 | 8 de Junho de 2007
também as transferências, subiu em termos reais em 2005 e subiu ainda mais em 2006, num crescimento total de 1,3%.
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — De facto, os portugueses sentem-se mais «ricos»…!
O Orador: — Mais: só no primeiro ano deste Governo, em 2005, e segundo os dados oficiais do Banco de Portugal, o rendimento disponível cresceu mais do que nos dois primeiros anos do governo do CDS e do PSD. Esta é a verdade objectiva dos números. Tivesse o CDS pretendido falar a linguagem da verdade e teria trazido aqui estes dados!
Aplausos do PS.
É claro que todos compreendemos bem o dilema do CDS. É que, com estes dados objectivos, que contrariam frontalmente a tese que deu título a esta interpelação, é a própria interpelação que fica em causa. E esse é que é o problema. É evidente que, se o conjunto do rendimento disponível dos portugueses aumenta em termos reais, não há nenhuma generalizada queda desse poder de compra em termos médios mas, sim, uma recuperação, ainda que ela seja gradual.
Em resumo, depois deste debate, o que está em queda é justamente essa tese catastrofista do CDS, construída com tanto empenho a partir de um sugestivo título de jornal.
Mas, então, a resposta séria que se exigia a uma oposição responsável não podia ser a de escamotear os dados mas, sim, a de falar verdade sobre a realidade da economia portuguesa.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Falemos, então, da economia portuguesa, porque só a mais pura das demagogias pode pretender fazer uma discussão sobre o poder de compra dos portugueses desligada dos desafios que a economia enfrenta, considerando, certamente, os factores externos que implicam essa economia, nomeadamente no que diz respeito ao preço do petróleo ou às taxas de juro, como aqui foi também recordado.
O líder do CDS-PP começou por, neste Parlamento, se referir a uma sociedade depauperada, naquilo que pareceu ser uma versão pós-moderna daquele velho discurso da «tanga», de tão triste memória.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — E não é verdadeiro?!
O Orador: — Falou de um crescimento minguado, aliás acompanhado pelo PSD, ao referir-se a um crescimento insuficiente.
O que não dirão, então, da recessão que provocaram na economia quando estavam no governo?! O que não dirão, então, da situação que deixaram quando abandonaram o governo?! O que não dirão da trajectória de recessão da nossa economia no momento em que se deu a transição do governo?!
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
Ou terá havido algum ano, dos três anos de governação CDS/PSD, em que o País tenha estado em convergência com a Europa?! Ou terá havido algum ano, de entre os anos de governação CDS/PSD, em que o País tenha crescido mais do que os 1,3% que cresceu em 2006?! Ou terá havido algum ano, um só que seja, de entre os anos de governação PSD/CDS, em que o País tenha podido crescer economicamente mais do que os 1,8% que se projectam para o ano de 2007?! Todos sabemos que isso nunca aconteceu! É por isso que os portugueses conhecem bem o esforço que está a ser feito para inverter a situação difícil que o Governo encontrou.
Os portugueses sabem que encontrámos uma economia em trajectória de recessão, a crescer menos 0,1%, e sabem também que a economia, hoje, está a crescer acima dos 2%; sabem que, com a governação CDS/PSD, o desemprego aumentou 3,1% em apenas três anos e que se perderam 37 000 empregos líquidos e que agora, em apenas dois anos, foi possível começar a reduzir o crescimento do desemprego e, até, criar, em termos líquidos, 41 000 postos de trabalho;…
O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — É o PS no «País das Maravilhas»!
O Orador: — … sabem que encontrámos um défice colossal de 6,8% e que a situação das contas públicas está agora controlada com um défice de 3,9%, sem medidas extraordinárias e com a perspectiva de ficar abaixo dos 3%, já no próximo ano.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É o oásis!…
O Orador: — É isto que os portugueses sabem!